Transparência Internacional lança Barômetro Global da Corrupção 2006
De domingo passado, dia 10 de dezembro, até o dia 14, quinta-feira, está sendo realizado na Jordânia um encontro das Nações Unidas sobre os resultados do primeiro ano da chamada Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, um esforço de centenas de nações no mundo para a luta contra um dos maiores males da atualidade. Para marcar o evento, a Transparência Internacional acaba de lançar o estudo Barômetro Global da Corrupção, versão 2006.
Já em sua quarta edição, o Barômetro da Corrupção é composto de uma pesquisa de opinião pública realizada pela Transparência Internacional, e busca avaliar a extensão da corrupção na ótica do cidadão comum em todo o mundo. Foram ouvidas quase 60 mil pessoas, em 62 países de todas as regiões do planeta, entre julho e setembro deste ano. O relatório analisa em profundidade a questão do suborno, demonstrando a relação das pessoas com esta prática e identificando os setores mais atingidos pela corrupção, a freqüência com que isso ocorre e quanto os cidadãos acabam pagando por isso.
Através do Barômetro 2006, ficamos sabendo, por exemplo, que 42% dos europeus e 50% dos norte-americanos acreditam que as ações de seus governos contra a corrupção são ineficientes. Sendo que aqui na América Latina, 23% dos cidadãos acham que na verdade seus governos até incentivam a corrupção.
Ainda na América Latina, a pesquisa descobriu que um em cada três cidadãos, quando em contato com a polícia, acabaram pagando suborno, o que indica, segundo a Transparência Internacional, que as instituições de repressão ao crime já foram tomadas pela corrupção, sendo o judiciário considerado a terceira instituição mais corrupta. Os considerados mais corruptos pelo cidadão comum foram os partidos políticos, seguidos pelos parlamentares em geral.
Na edição deste ano não são divulgados os dados individuais referentes ao Brasil. Mas, no último Barômetro, de 2004, a expectativas dos cidadãos eram a de que, nos próximos 3 anos, os níveis de corrupção continuariam os mesmos (35%, contra 19% que acreditavam que a corrupção cresceria bastante, e apenas 1% de que diminuiria bastante).
E finalmente, na outra ponta, instituições religiosas e organizações não-governamentais inspiraram os maiores índices de credibilidade aos cidadãos.
Aqui, vocês podem baixar a íntegra do Barômetro Global da Corrupção 2006, versões em inglês ou espanhol.
Leiam e participem deste debate!