Senador tenta desqualificar provas e conta com corporativismo dos colegas

Senador tenta desqualificar provas e conta com corporativismo dos colegas

Em nosso comentário anterior, falávamos da decepção com o senador conhecido pela luta contra a corrupção na política e importância de se valorizar e manter as instituições de Estado longe do jogo partidário.

Denúncia feita, o senador agora terá que se virar junto aos pares no Conselho de Ética do Senado Federal e junto ao STF. Justiça à vista? Mais ou menos.

Em primeiro lugar, o senador vai ao Supremo tentar anular as provas, sob a fraca alegação de que as escutas telefônicas foram feitas sem a autorização do próprio STF, que é o foro ao qual o político tem direito. Na verdade, quem estava sendo investigado era o contraventor Carlinhos Cachoeira e o senador apenas foi “apanhado” nessa rede. O Supremo não precisaria, portanto, autorizar as escutas. Quanto a elas poderem ser utilizadas ou não contra o senador, essa já é uma outra triste história. Pode até ser legal a alegação do acusado, mas o estrago na moralidade e na ética públicas já está feito.

A segunda questão envolve os Conselhos de Ética da Câmara e do Senado. Segundo levantamento que acaba de ser divulgado pelo site Congresso em Foco, praticamente um terço dos membros dos Conselhos está sob investigação no Supremo Tribunal Federal, o STF, onde tramitam os processos de quem tem foro privilegiado. E aí o senador conta com o corporativismo de quem está tão enrolado no Supremo quanto ele mesmo.

Dos 63 conselheiros, nada menos que 20 são alvos de inquérito ou ação penal. E tem de tudo, desde crimes contra a administração pública e contra a Lei de Licitações, até corrupção e apropriação indébita previdenciária, desvio e lavagem de dinheiro, ocultação de bens, crimes contra o sistema financeiro e até contra a vida.

Mas a boa notícia para a cidadania é que a Lei da Ficha Limpa vai ”reinar” forte nas eleições de outubro. Semana passada foi realizada em Brasília uma grande reunião de trabalho com a presença de 30 procuradores regionais eleitorais e o próprio procurador-geral eleitoral, Roberto Gurgel. O objetivo foi discutir metas de trabalho para tornar mais eficiente o cadastramento daqueles que já foram condenados em órgãos colegiados, uma das principais barreiras da Ficha Limpa para a candidatura de políticos.

Aqui na Voz do Cidadão vocês podem conferir a pesquisa completa do Congresso em Foco sobre os Conselhos de Ética na Câmara e no Senado. E vamos continuar de olho!

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