Sebrae divulga pesquisa sobre Comércio Justo no mundo

O Sebrae acaba de divulgar uma pesquisa internacional sobre um dos temas mais importantes e promissores para a luta da cidadania: o Comércio Justo.

A Pesquisa Mundial de Comércio Justo versão 2007 revela uma faceta das relações comerciais ainda desconhecida do grande público. Pela definição da Federação Internacional de Comércio Alternativo, “Comércio Justo é uma parceria comercial, baseada em diálogo, transparência e respeito, que busca maior eqüidade no comércio internacional. Ele contribui para o desenvolvimento sustentável por meio de melhores condições de troca e a garantia dos direitos para produtores e trabalhadores marginalizados – principalmente do Sul.” Ou seja, é toda uma relação comercial que envolve produtos feitos de forma sustentável e ecologicamente correta por comunidades carentes. Os produtos feitos desta forma recebem um selo de uma entidade internacional (a Fairtrade Labelling Organizations International – FLO), o que garante mais visibilidade aos produtores.

Segundo a pesquisa, esta é uma forma de comércio que vem crescendo mais de 20% ao ano em todo o mundo, tendo movimentado, só em 2006, mais de 1,6 bilhão de euros. Pelo lado dos produtores, o Comércio Justo beneficiou em 2005 perto de um milhão de agricultores e trabalhadores em mais de 50 países. No Brasil, cooperativas como a Associação de Bordadeiras Flor do Ipê (de Taguatinga/DF) já estão em fase final de preparação para vender seus produtos com o selo de Comércio Justo.

Infelizmente, o nosso Brasil de tantos assistencialismos, privilégios e carências não acompanha a tendência mundial. Segundo o Sebrae, a desinformação sobre o que é o Comércio Justo é um dos principais entraves. Mesmo assim, alguns produtores já possuem os requisitos básicos para a certificação, como gestão democrática, respeito ao meio ambiente e produção organizada em cooperativas, além do chamado “preço justo”, ou seja, que o processo garanta remuneração justa a todos os envolvidos.

O Comércio Justo representa a oportunidade que centenas – talvez milhares – de comunidades têm de resgatar a sua auto-estima de cidadania com seu talento e dedicação. Pois, para além da demagogia de gastos assistencialistas bilionários, é através da valorização do trabalho que conseguiremos transformar a realidade da cidadania no Brasil.

Para quem quiser conhecer a pesquisa sobre Comércio Justo divulgada pelo Sebrae, basta acessar o site da entidade, o www.sebrae.com.br e procurar a seção “Estudos e Pesquisas”. Para facilitar, colocamos aqui no nosso portal a íntegra do documento.

A alternativa do Comércio Justo pode ser uma das ferramentas mais poderosas o desenvolvimento da cultura de cidadania, que nada mais é do que receber da sociedade o justo valor pelo que se produz. Vale a pena conhecer.

Deixe um Comentário

Você precisa fazer login para publicar um comentário.