Reporters D´Espoirs – os repórteres da esperança

Recebemos uma mensagem de Chico Whitaker, da ong Intercom, e que tem sido um dos mais atuantes ativistas da cidadania planetária. Chico nos traz uma dica muito interessante e que vem justamente de encontro sobre o que temos comentado aqui sobre educação, justiça e mídia como sistemas de reprodução dos valores da cidadania. E vale lembrar que tais valores são universais, legado de toda uma tradição humanista, acima de qualquer credo religioso, político ou ideológico, como a justiça, vida, liberdade e propriedade.

Como já dissemos antes, se nossa educação e justiça falham em suas funções de produção e reprodução dos valores humanistas, cabe à mídia trazer para si a responsabilidade de alavancar a tão urgente transformação da nossa cultura de impunidade por uma cultura de plena cidadania.

O que Chico Whitaker nos recomenda já começa a ser construído aqui mesmo, pela mídia brasileira, ao dividir melhor sua atenção entre governos e sociedade. Em 2003 foi fundada na França uma associação que se intitula “Repórteres da Esperança” (“Reporters d'Espoir”). A entidade reúne jornalistas preocupados em divulgar também o que seriam “boas notícias” de cidadania, ou seja, notícias sobre coisas positivas e construtivas que estão sendo feitas por cidadãos e grupos de cidadãos para superar os grandes e pequenos problemas que a humanidade enfrenta, e independente de governos. Mais até do que isso, a entidade acredita que a mídia deve enxergar como ação de dimensão eminentemente política inúmeras iniciativas sociais autônomas que apenas um preconceito acaba por manter num andar abaixo de seu sub-noticiário, tratando-as apenas como de ordem “social”, moral ou de solidariedade.

Num momento em que parcela importante das sociedades de todo o mundo deixa de confiar apenas na representação política tradicional e busca outras formas de agir para transformar o mundo, os “Repórteres da Esperança” partem da percepção de que os noticiários tenderão, cada vez mais, a enxergar também como política o que é gerado por vias da ação da cidadania.

Para Chico, a origem desta preocupação é bastante clara e já está em construção, em milhares de pequenas e grandes iniciativas que se multiplicam pelo mundo, em redes de relacionamento do terceiro setor.

Para quem quiser saber mais detalhes sobre essa iniciativa francesa, colocamos aqui na Voz do Cidadão um link direto para o site dos Repórteres da Esperança (em francês), o www.reportersdespoirs.eu.

Conheçam e participem!

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