Pelo lado do terceiro setor, pressão sobre políticos também será intensa este ano
Semana passada, comentamos a pressão que os políticos podem esperar neste ano eleitoral. Em especial, do Tribunal Superior Eleitoral, que quer obrigar a divulgação de todos os nomes de doadores para campanhas políticas. O tema é importante. Afinal, a cada dois anos os políticos candidatos têm se mostrado não apenas caçadores dos votos dos eleitores mas, sobretudo, de financiadores de campanhas nem sempre desinteressados.
Mas, pelo lado das entidades do terceiro setor, a pressão também será intensa. As organizações dedicadas ao controle social de mandatos, governos e orçamentos já divulgaram que farão uma espécie de “acompanhamento crítico”, tanto das eleições quanto das campanhas e outras atividades dos políticos.
Já a Associação Amigos de Ribeirão Bonito, a Amarribo, e a entidade Voto Consciente, dedicadas à fiscalização de mandatos políticos, têm como planos imediatos a ampliação de suas redes de articulação, que já são as duas maiores do país. A Amarribo quer chegar a 300 entidades parceiras. O Voto Consciente já chegou a 200, mas quer mais.
As entidades Transparência Brasil e Contas Abertas, dedicadas a divulgar dados sobre o uso de dinheiro público pelos políticos, já avisaram que pretendem fazer uma grande campanha na internet para a divulgação dos nomes dos candidatos que têm a ficha suja, além de colocar à disposição dos internautas os gastos e doações de campanhas.
Por fim, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, o MCCE, quer a tramitação no Congresso de seu projeto de lei de iniciativa popular, apoiado por mais de um milhão de meio de brasileiros. Mas o projeto, que vai impedir a candidatura de políticos com problemas na Justiça, ainda não teve nem um relator designado pelo presidente da Câmara, o deputado Michel Temer. Segundo o coordenador do movimento, Chico Whitaker, “a idéia é fazer uma pressão mais descentralizada sobre os deputados para que o assunto entre na pauta logo neste início de ano”.
Mas nada disso terá o sucesso desejado sem a participação dos cidadãos. Por isso, procure se informar sobre estas e outras iniciativas de controle social, torne-se um associado ativo da entidade de sua região e, principalmente, incentive outros cidadãos a agirem da mesma forma. Só assim vamos transformar o que seria mais um ano de eleição de caçadores de votos em um grande ano dos cidadãos eleitores!