Papa Francisco no Brasil

Papa Francisco no Brasil

Hoje vamos falar um pouco deste momento histórico representado pela visita do Papa Francisco ao Brasil.

Como todos sabem, o atual pontífice é oriundo da ordem dos Jesuítas, cujo voto de pobreza é rigoroso. Por isso, assim que foi entronizado Papa, Francisco vem recusando sistematicamente diversos símbolos do tipo de ostentação que sua ordem rejeita. A cruz que está em seu peito é de latão e não de ouro, o trono papal foi trocado por uma cadeira de madeira talhada, os sapatos vermelhos de grife agora são calçados pretos comuns, e por aí vai.

Mas cabe aqui uma reflexão mais profunda sobre as preferências do Papa Francisco, na medida em que elas podem ser interpretadas erroneamente como um incentivo à chamada “opção preferencial pelos pobres”. Ou, simplesmente “pobrismo”, como observa o professor e filósofo cristão Nivaldo Cordeiro em recente vídeo divulgado pela internet.

O professor Nivaldo comenta que é preciso cuidado ao se confundir o incentivo à busca por melhores condições de vida com um possível tratamento preferencial da santa igreja pelos mais pobres. Ele alerta: “Igreja não é dos pobres. Ela é de todos. A Igreja foi feita para proteger a humanidade do mal. Ou seja, o princípio que norteia a Igreja é o amor ao próximo, e não a sua condição social”.

Análise mais do que correta do professor Nivaldo, sobretudo num país que é muito mais conservador do que se pensa. Não é à toa que uma pesquisa Datafolha sobre a sociedade brasileira apontou que somos, sim, um país de conservadores. E isso numa ampla gama de temas, que vão de drogas a armas de fogo, passando por religião e homossexualismo. Por exemplo, pela pesquisa, ao contrário do que se diz por aí, 58% dos brasileiros acreditam que a motivação dos crimes tem origem na maldade das pessoas, e apenas 39% dos entrevistados acreditam que os atos são originados na desigualdade social. É óbvio. Na pobreza ou na riqueza, sempre existe a possibilidade de se escolher ou recusar uma vida de crimes. É uma questão de seres humanos que decidem o que fazem e que precisam encarar as responsabilidades advindas de sua conduta.

O alerta do professor Nivaldo é bem oportuno para esta semana que recepcionamos um Papa no Brasil. Um bom momento para refletirmos sobre os valores da cidadania que fundamentam o cristianismo, e que estão bem acima de qualquer condição social ou mesmo luta de classes.

Vale a pena assistir ao comentário em vídeo do professor Nivaldo Cordeiro, já disponível aqui no www.avozdocidadao.com.br.

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