Os 100 brasileiros III

Caros cidadãos
notáveis! Temos convidado todos
vocês a participar da campanha
“o melhor do Brasil é o
brasileiro” através da
sugestão de novos nomes para
a ampliação da lista inicial.

Mas pedimos que reflitam sobre o sentido
que está por trás da nossa
galeria dos cidadãos exemplares.
Insistimos aqui na Voz do Cidadão
que a auto-estima surge sempre do sentimento
de coletivo, de nação,
de tenacidade e esperança de
que podemos mudar o rumo da história
mesmo que sejamos pacatos e anônimos
cidadãos. Desde que não
nos conformemos em reproduzir aquele
velho preconceito de que somos um povo
de segunda, o que vem de fora é
sempre melhor, e outras bobagens.

Precisamos ampliar sobretudo a lista
dos heróis desconhecidos que
somos todos nós quando, além
de cidadãos solidários
e de conduta exemplar, somos capazes
de nos manifestar em defesa do ideal
da justiça, a nos organizar politicamente
para controlar os mandatos dos que nos
representam e a tomar conta do dinheiro
público.

É por isso que achamos sintomático
não haver nesta lista inicial
qualquer menção a políticos
vivos. E, entre os vivos, afora os dois
heróis desconhecidos, temos apenas
notórias personalidades entre
os cem escolhidos. Vai daí que
convidamos você a fazer a reflexão
sobre o próprio sentido de notoriedade
e auto-estima que nós, brasileiros,
nutrimos uns pelos outros.

A propósito do surgimento do
primeiro jornal brasileiro, o Correio
Braziliense, reflita sobre o que nos
diz a historiadora Isabel Lustosa: "Até
a independência, no século
XIX, chamavam-se brasileiros os comerciantes
que negociavam com o Brasil, como madeireiros
ou carvoeiros os que negociam com madeira
ou carvão. Brazilienses é
que eram os portugueses nascidos ou
estabelecidos no Brasil e que se sentiam
vinculados ao Brasil como à sua
verdadeira pátria". Não
dá o que pensar? Com a perda
do nome de braziliense perdemos o sentimento
de nação, nos restando
apenas ser brasileiros reduzidos a mero
ofício mercantil?

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