O que querem as marchas contra a corrupção
O que querem as marchas contra a corrupção
Conforme a sucessão de escândalos nos ministérios continua, continuam também as manifestações virtuais e reais contra a corrupção na política e no poder público em geral.
Aqui mesmo no Brasil tivemos manifestações no 7 de setembro, depois no 12 de outubro e agora toma corpo a idéia de uma terceira marcha Contra a Corrupção, desta vez no 15 de novembro, Dia da República.
No exterior, as manifestações também seguem, sob a inspiração da Primavera Árabe e do Occupy Wall Street que já comentamos anteriormente aqui neste espaço.
O que gostaríamos de chamar a atenção aqui hoje é para algumas críticas que esses movimentos vêm recebendo, tanto de setores da mídia quanto da política, de que o que sobra de entusiasmo falta em termos de uma agenda específica de reivindicações.
De fato, não é função histórica dos movimentos sociais a proposta de uma agenda. Isso, na verdade, é uma missão das organizações da sociedade civil e até em conjunto com as instituições de estado ou mesmo com os servidores públicos. É o caso do trabalho de organizações como o MCCE, que conseguiu a aprovação da Lei Ficha Limpa, ou da Plataforma dos Movimentos Sociais, que está propondo uma ampla revisão do sistema político brasileiro, e tantos outros exemplos.
Tanto aqui no Brasil quanto no exterior, o que as pessoas estão dizendo é que o sistema atual está gerando taxas graves de desemprego, de miséria e fome no mundo, e ampliando perigosamente a distância entre os ricos e pobres. E que os líderes mundiais precisam implementar mudanças.
Vamos ficar atentos para toda essa movimentação. Turbinada pela força das redes sociais, estamos vendo o amanhecer de uma nova forma de expressão e de se fazer política planetária. De democracia, enfim.
Em tempo: no dia 29 de outubro, sábado que vem, o movimento “Occupy Together” vai realizar uma grande manifestação na França, durante o próximo encontro do G-20, que vai justamente tratar de mercados financeiros e a economia mundial.