O “politicômetro”, a cidadania e a noção de esquerda e direita

Para a cidadania, nada mais importante do que a consciência de um cidadão em relação às suas convicções políticas e opinião sobre os temas de grande relevância para o seu país. É o que chamamos de Cultura de Cidadania. Principalmente num momento em que temos visto uma intromissão cada vez maior do Estado em assuntos que não lhe dizem respeito, como temos pontuado aqui com freqüência. É o caso das tentativas de regulação da liberdade de imprensa, da programação das TVs a cabo (como falamos semana passada), da produção de áudio-visual, das cotas nas universidades públicas, e até da carona em motos.

Pois, a propósito do livro recém-lançado pelo sociólogo Alberto Carlos Almeida, “A Cabeça do Eleitor”, a revista Veja publicou esta semana um questionário com o formato de “quiz” (jogo de perguntas e respostas) e o interessante nome de “Politicômetro”, bem ao estilo de outros como os americanos Politopia, o The Political Compass (A Bússola Política, em inglês) e o IDEAlog, dentre vários. No caso da Veja, são 20 perguntas sobre temas já contextualizados na realidade brasileira, e que vão da opinião sobre as ações do MST e o direito à greve até outros bem mais sensíveis, como liberação de drogas, aborto, porte de armas e censura. O resultado avalia se o cidadão é mais ou menos liberal nas suas opiniões sobre restrição às liberdades individuais e o controle do Estado sobre a economia.

Estes questionários representam a atualização do antigo modelo dualista de “esquerda” e “direita” por uma matriz de quatro pontos onde, além do aspecto liberal (liberdade de iniciativa do mercado) x conservador (controle do Estado), temos também o eixo transversal das liberdades individuais. Esse modelo foi criado por David Nolan em 1970 e inspirou vários questionários destinados a avaliar o perfil político de um cidadão. Na prática, o que esse tipo de quiz avalia é a visão de cada um sobre temas importantes para a cidadania como a tutela do Estado, a autonomia dos cidadãos perante esse mesmo Estado e o grau de consciência que se tem dessa relação de forças.

E então? Você se acha liberal ou um conservador? Defende mais liberdades individuais ou acha que o Estado precisa manter um “olho aberto” para questões sensíveis ao convívio em sociedade? O “Politicômetro” ajuda você a se definir melhor como um pleno cidadão. Se preferir outras opções, tente o www.politopia.com ou o www.politicalcompass.org (ambos em inglês), com link direto aqui na Voz do Cidadão.

Responda as perguntas e descubra-se!

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