Nota dos Policiais Federais critica cortes no orçamento da segurança
Agora vamos falar de cortes nos gastos públicos. Depois da farra de gastos e benesses distribuídas no ano passado, chegou a hora de pisar no freio para as contas públicas não estourarem e a inflação voltar.
Até aí tudo bem, o Estado não pode e não deve ser “gastador” e nem “cabide de empregos” para apadrinhados de políticos. Mas também é claro que é preciso rever com cuidado os cortes que estão sendo postos em prática.
Já tivemos várias oportunidades de comentar aqui no Agito que as funções principais do Estado são a de promover a Justiça, assim como a Saúde preventiva dos cidadãos, a Educação pública fundamental e a garantia da Segurança pública.
Pois a associação que representa os servidores da Polícia Federal, a Fenapef, acaba de divulgar uma nota em que denuncia os estragos que serão causados pelos cortes previstos para fiscalização e policiamento em todo o país. Pelo Decreto 4776, ficam cortadas em 25% as despesas de viagens para agentes e em até 50%, isso mesmo, a metade, as despesas para outras atividades.
Isso quer dizer que nas ações da Polícia Federal, por exemplo, esta medida irá “engessar” atividades básicas como a realização de operações de prevenção e combate ao crime organizado e ao tráfico de drogas ou de fiscalização de fronteiras.
Enquanto isso, nossos nobres políticos aumentam os próprios vencimentos em mais de 60%, recebem pensões vitalícias mesmo não estando mais nos cargos e até aumentam o fundo partidário para cobrir gastos de campanha. E isso sem falar em rombos de 4 bilhões em apenas uma instituição financeira, ou na mais que discutível capitalização da Petrobras no valor 75 bilhões, ou mesmo na famosa “conta subsídio” do BNDES, conhecida como “bolsa-empresário” que destinou mais de 290 bilhões de reais em empréstimos subsidiados para grandes grupos empresariais. E temos até mesmo o custo anual do serviço da dívida pública federal, que ronda os 190 bilhões de reais. Quando comparamos rombos como esses ao custo do funcionalismo federal de 52 bilhões ao ano, incluindo aí a própria Polícia Federal, fica óbvio que não é por aí que vamos avançar.
Diz a boa regra da cidadania que Estado deve ser instrumento do cidadão, e não o contrário. Leiam aqui na vozdocidadao.com.br a íntegra da Nota Pública dos policiais federais e façam uma reflexão sobre o tipo de Estado que queremos para nós e nossos filhos.