Milícias e o atentado a jornalistas

Repercute ainda em todos os meios de comunicação a notícia das agressões e tortura submetidas à equipe de reportagem de um jornal carioca por membros de uma milícia numa favela da cidade. Por todo o mundo, as mais variadas entidades divulgaram manifestos de repúdio à violência e em apoio aos profissionais.

Aqui na Voz do Cidadão recebemos mensagens de diversas organizações da sociedade civil que também expressam sua preocupação com os acontecimentos. Uma delas, a Asajan, do norte de Minas Gerais, cita a mensagem da entidade Repórteres Sem Fronteiras, que acaba de enviar uma carta aberta ao presidente Lula, ao ministro da Justiça, Tarso Genro, e ao governador do Estado, Sérgio Cabral. No comunicado, o Repórteres Sem Fronteira, através do seu secretário geral Robert Menard, pede que seja criada uma comissão de investigação federal, tendo em vista a gravidade do acontecido, principalmente pela suposta participação de agentes públicos de polícia que deveriam garantir segurança aos cidadãos. E que, diga-se de passagem, são pagos com o dinheiro público dos cidadãos pagadores de impostos.

Afinal, o envolvimento de agentes de segurança com o crime organizado, tomando conta de locais antes controlados por traficantes, é um fenômeno que vem se espalhando pelas grandes cidades no país. Segundo a entidade, só no Rio mais de 78 localidades são hoje controladas por grupos de milícias. Na outra ponta, a facilidade com que verdadeiros bandidos conseguem a impunidade através de cargos políticos em todas as esferas é um grande impedimento à “mãe de todas as reformas”: a reforma política.

Ainda que pese a polêmica sobre se a empresa jornalística falhou em permitir que seus profissionais se arrisquem além dos limites na busca pela informação, o fato é que nossa classe política falha, e muito, em prover os direitos mais fundamentais aos cidadãos, dispostos no artigo 5º da Constituição Federal: justiça, segurança, liberdade e respeito à propriedade.

E nesse momento, o papel da cidadania consciente é o de se manter ainda mais atuante, divulgando informações, fiscalizando e cobrando dos gestores públicos a correta execução dos orçamentos, e sempre utilizando os meios de comunicação para manifestar os seus pontos.

A OAB-RJ inclusive avisou que fará um ato público em repúdio à ação das milícias na próxima sexta-feira, a partir das 16 horas em sua sede. E aqui, no portal da Voz do Cidadãos, vocês têm acesso à íntegra da carta aberta do Repórteres Sem Fronteiras ao presidente Lula. Para conhecer, divulgar e cobrar soluções.

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