Livros – A fábula das abelhas, oportuna leitura para a crise dos caminhoneiros que querem mais intervenção contra a cultura de intervencionismo brasileira

Pelo menos para isto está servindo a crise dos caminhoneiros. Nunca esteve tão claro o dilema entre a cultura liberal como a grande novidade do cenário político brasileiro e a nossa lamentável cultura intervencionista esquerdista. Não me refiro aqui ao intervencionismo militar que é exigido contra o abuso de direito de bloquear estradas levando à crise de abastecimento toda a população. Mas ao intervencionismo na economia, praga esquerdista que acha que traz o benefício público ao criar e manter empresas estatais ineficientes. Se tivesse privatizado pelo menos as refinarias há algum tempo atrás, a concorrência se encarregaria de estabilizar os preços dos combustíveis. E se não estabilizasse de todo, a oneração seria naturalmente repassada pela cadeia produtiva. E se não é, foi por conta de outro intervencionismo ao financiar caminhões em demasia impedindo o natural repasse nos fretes. O fato é que o valor de mercado da Petrobrás despencou na Bolsa de Valores pois os investidores não são trouxas. E a conta de mais um subsídio para os combustíveis de carga acabarão socializados por todos os cidadãos. Mas as manifestações dos caminhoneiros são bem-vindas, uma vez que protesta sobretudo pela manutenção de privilégios da casta política em detrimento de todos os cidadãos. Para não falar no tamanho paquidérmico do Estado brasileiro que ninguém aguenta mais e que fica evidente a cada crise experimentada.

Por que é da natureza humana buscar o que é melhor para si e dispensar o que lhe desagrada. E a soma desse egoismo geral acaba trazendo benefícios coletivos, a chamada “mão invisível” do mercado a que se referia Adam Smith, seguidor da tradição inglesa da filosofia moral, como Bernard Mandeville, com este marco que foi “A fábula das abelhas, vícios privados, benefícios públicos”.

Esta obra-prima da sátira britânica do século XVIII desencadeou uma grande controvérsia social ao rejeitar uma visão positiva da natureza humana e argumentar pela necessidade do vício como fundamento de uma economia capitalista emergente.

Bernard de Mandeville (1670-1733) nasceu em Rotterdam, Países Baixos. Filósofo, médico, economista político e satirista, passou a maior parte de sua vida na Inglaterra e escreveu quase todos os seus trabalhos em inglês. Sua obra magna, A fábula das abelhas, causou forte impacto no século XVIII, suscitando ataques e elogios, e contribuiu fortemente para lançar as bases da chamada ciência da natureza humana.

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