Falta de transparência de estatais chega também aos seus fundos de pensão

Boa noite, ouvintes! Fechado o primeiro turno das eleições e definidos os dois candidatos à presidência da República, pelo menos um dos temas mais citados continuará a ser um dos campeões nas redes sociais e na mídia tradicional. Estamos falando do virtual aparelhamento partidário de instituições de Estado, empresas estatais, fundações e autarquias pelos grupos políticos do momento, tanto na esfera federal quanto nas estaduais e municipais.

O escândalo do momento é o uso eleitoral dos Correios, uma empresa pública que acaba sendo usada indevidamente por um grupo partidário. Não vamos nos esquecer que o famoso escândalo do mensalão se originou de uma denúncia envolvendo justamente a nossa maior empresa de serviços postais.

Pois o comentário de hoje vai no sentido de que não devemos confundir uma instituição pública e seus servidores com os apadrinhados políticos que lá se encastelam nos cargos de direção e alta gerência. E isso vem ocorrendo não só nos Correios, mas em dezenas, centenas de outras empresas e instituições públicas pelo país afora. E até instituições de Estado dedicadas à fiscalização e controle do dinheiro público, como o Tribunal de Contas da União.

Na verdade, não podemos dizer que fomos todos pegos de surpresa. A própria associação dos profissionais dos Correios, a Adcap divulgou nota pública, onde denuncia os problemas de influência política enfrentados pelo corpo de funcionários da empresa. A mesma Adcap, inclusive, já havia lançado no ano passado uma petição pública em que pede uma gestão mais profissional e menos política para os fundos de pensão de empresas públicas. Segundo a entidade, é muito comum a “utilização indevida dos recursos desses fundos para apoio a projetos e obras de interesse de terceiros, em detrimento das aposentadorias e dos demais benefícios devidos aos participantes” que são efetivamente quem bancam esses fundos.

A entidade até já solicitou uma intervenção no Postalis, o fundo de pensão dos Correios, após um déficit de mais de 2 bilhões de reais nas suas contas. Um prejuízo enorme para milhares de funcionários, e que pode estar acontecendo neste exato momento em outros fundos de pensão ligados a empresas públicas.

O momento é oportuno para uma reflexão sobre a transparência nas instituições de Estado e nas empresas públicas. Vale acessar o www.avozdocidadao.com.br e conhecer a nota e a petição da Adcap.

Aproveite e procure saber do seu candidato à presidência quais são os seus compromissos em relação à interferência política absurda em todas as instâncias do poder Executivo e o que ele ou ela pretende fazer a respeito.