Eurico Pessoa II
Concluindo o debate sobre educação
e cidadania, iniciado pela mensagem de nosso
cidadão morador do Rio de Janeiro,
Eurico Pessoa, defendemos a tese de que
a cidadania deva ser matéria de difusão
cultural não apenas no âmbito
da educação, mas sobretudo
no âmbito da mídia.
Exatamente pela precariedade qualitativa
de nosso sistema educacional, como bem aponta
Eurico, em contraposto à excelência
técnica de nosso sistema de comunicação,
é que pensamos que a transmissão
de valores éticos, legais e políticos
da cidadania deva se dar no âmbito
da própria mídia, o que poderá
vir a ser um fator revolucionário
no panorama cultural brasileiro.
Tanto é que os seminários
que fazemos para empresas e entidades se
intitulam de Cultura de Cidadania, como
valor e visão de mundo que deva ser
antes de tudo cultivado em todos os campos
de atuação dos coletivos sociais,
desde a família, condomínios
e associações de moradores
até o trabalho, o lazer e demais
associações civis de eleitores,
contribuintes, consumidores e de defesa
de direitos humanos.
Além da precariedade de nosso sistema
educacional, com as mazelas que todos já
conhecemos, como evasão escolar,
diminuição dos tempos das
aulas, defasagem de ensino, desvantagem
competitiva das classes mais baixas, desnutrição,
falta de reciclagem do professorado e outras
tantas, temos o show diuturno da cultura
da impunidade exibido pela mídia
tanto na sua face informativa quanto na
de entretenimento.
São os chamados mau exemplos de cidadania,
de condutas sociopatas, não apenas
dos delinqüentes comuns como sobretudo
de políticos, juízes, empresários,
policiais, profissionais liberais e demais
representantes das elites sociais, que parecem
argumentar que no Brasil o crime possa compensar.
Por isso é que a nossa Voz do Cidadão
abre seu espaço para a Galeria dos
Cidadãos Exemplares, os nossos Cids
do Bem, como que defendendo que enquanto
não substituirmos essa cultura de
impunidade pela cultura de justiça
não estaremos a construir o país
que sonhamos para nossos filhos!