Entrevista de Jarbas Vasconcelos à Veja ainda repercute

Ainda repercute em toda a mídia a entrevista que o senador Jarbas Vasconcelos deu ao repórter Otávio Cabral da revista Veja desta semana. Em tom de um desabafo indignado, o senador lamenta o fato de que, em sua opinião, a maioria dos integrantes do seu partido esteja preocupada apenas em corrupção dos mais variados quilates. Mais que isso, o senador revela sua decepção com a política e os polítcos brasileiros, em geral visando mais as benesses públicas do que o bem público. Ora, se ele está decepcionado, imaginem o cidadão eleitor que paga a conta!

Parabéns, senador, por seu desprendimento e sua coragem de dizer em alto e bom som o que todo o Brasil já sabia, mas que ninguém tinha coragem de falar com tanta franqueza. Mas, e agora? O que de concreto este libelo do senador Jarbas Vasconcelos irá redundar? Pois para a cidadania, tão importante quanto se indignar e denunciar é propor novas alternativas parta viabilizar um país e uma política melhores.

O que gostaríamos de chamar a atenção neste nosso comentário de hoje não é propriamente o manifesto do senador, mas a sua declaração final de que não tem mais projeto político pessoal e que gostaria de se dedicar à reforma política, “a mãe de todas as reformas” como ele citou na entrevista. E que, agora, esse debate já não é mais seu.

Senador, o senhor não está tão só como imagina. Ao longo da última década o Brasil já começou a sua reforma política, de uma forma silenciosa e que pouco tem sido percebida pela mídia. A cada dia que passa temos visto surgirem muitas redes de entidades não governamentais dedicadas exclusivamente ao controle social de mandatos, partidos e governos, que é o verdadeiro cerne de uma plena cidadania. Nós mesmo aqui da Voz do Cidadão participamos ativamente de uma rede que já conta com mais de 150 entidades em todo o país. Por que o senhor não se junta a nós? Só a rede do Voto Consciente já está presente em 5 estados. Aqui, nesta própria rádio CBN, o jornalista Milton Jung está divulgando a campanha Adote um Vereador. Por que o senhor não articula com entidades nacionais da sociedade civil e incentiva uma companha Adote um Senador?

Melhor. Por que, junto com essas entidades, o senhor não procura outros parlamentares de sua estirpe, genuinamente interessados numa reforma política real? Como está indo aquela frente parlamentar supra-partidária para a reforma política? Converse, por exemplo, com os senadores Cristóvam Buarque e Eduardo Suplicy. Eles têm a mesma envergadura política que o senhor em seus partidos.

E conte com o apoio dos cidadãos brasileiros conscientes da importância do exemplo para a construção de uma cultura de cidadania no país.

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