Contra a violência, controle social também é fundamental, diz especialista colombiano

Recebemos um artigo do cidadão carioca Luciano Trigo, intitulado “Eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro”. Ainda na esteira das discussões acerca do filme “Tropa de Elite”, Luciano conclama seus conterrâneos a refletirem sobre o quanto de seus hábitos pessoais ajudam a financiar o tráfico e seus efeitos negativos para a segurança da sociedade.

Pois semana passada foi exibida pela TV Cultura uma entrevista com o sociólogo Hugo Acero que é uma verdadeira aula de como a cidadania pode ser uma poderosa ferramenta para se lidar com o caos em segurança pública.

Hugo Acero foi secretário de Segurança e Convivência da prefeitura de Bogotá, na Colômbia, na época uma das cidades mais violentas da América Latina, e hoje é consultor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD. Ao lado do prefeito Antanas Mockus Sivickas foi um dos principais responsáveis pelo programa que derrubou em mais de 70% os índices de violência da cidade.

Dentre suas afirmações, podemos destacar algumas, como a de que o problema da segurança é eminentemente municipal; que é preciso ter bem coordenadas as diversas polícias; que a Justiça deve ser mais ágil; e que outras áreas como Educação e Saúde precisam ter mais investimento.

Do ponto de vista da cidadania, uma das afirmações nos chamou bastante a atenção. O consultor afirmou que todas essas ações devem estar sob a vigilância de entidades de controle social. Segundo Acero, somente com a participação da sociedade civil é que um programa de longo prazo poderá ter êxito, na medida em que políticos e autoridades têm mandatos definidos e, uma vez substituídos no posto de comando, há uma tendência de alteração de metas pelos mandatários seguintes. Isso não ocorre com a sociedade, que estará sempre lá, sendo afetada diretamente pelo sucesso ou fracasso de políticas públicas. Caberá à sociedade a fiscalização para que um planejamento de sucesso continue sendo implementado, através de reuniões com as novas autoridades e cobrando a continuidade responsável das ações.

Pois esta é a definição da plena cidadania, onde sociedade civil organizada e autoridades públicas possuem mecanismos de convergência de decisões e de fiscalização de ações. E o programa implantado em Bogotá, na Colômbia é um excelente exemplo.

Aproveitamos para convidar a todos para o Seminário Internacional de Cidadania organizado pela Fundação Padre Anchieta por ocasião de seu aniversário de 40 anos de fundação. Será na próxima segunda-feira, em São Paulo, e vai contar com uma palestra do ex-prefeito de Bogotá Antanas Mockus Sivickas. Mais informações vocês podem obter no site da Fundação, o www.tvcultura.com.br.

Aqui na Voz do Cidadão vocês podem ler a íntegra do artigo de Luciano Trigo, o “Eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro”. Participe deste debate!

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