Consumidor desconfia de responsabilidade social das empresas
Consumidor desconfia de responsabilidade social das empresas
Cada vez mais vemos empresas aderindo a algum tipo de iniciativa ou ação da chamada responsabilidade social, como parte de suas ações de marketing. Mas será que está valendo a pena tanto esforço e recursos? Qual é o real ganho de imagem que a responsabilidade social proporciona?
Essa pergunta faz toda diferença. Como temos observado aqui, aos poucos os cidadãos estão tomando consciência crítica sobre seu papel não só em relação ao poder público, mas também às empresas. E quem tentar apenas “levar no bico”, pode ficar para trás no seu mercado.
Pois para medir a maneira como os consumidores avaliam esses esforços de responsabilidade social das empresas, os Institutos Akatu e Ethos realizaram a pesquisa “O Consumidor Brasileiro e a Sustentabilidade: Atitudes e Comportamentos frente o Consumo Consciente, Percepções e Expectativas sobre a Responsabilidade Social Empresarial”. E o resultado vem de acordo com nossas observações: os consumidores querem mais informações das empresas e estão desconfiados da chamada “responsabilidade social”.
A pesquisa ouviu 800 mulheres e homens, com idade igual ou superior a 16 anos, de todas as classes sociais e regiões geográficas do país. O que se quis saber foi o seguinte: “Você acredita que as empresas realmente fazem aquilo que elas divulgam em termos de responsabilidade social? ”. O resultado não podia ser mais claro. 44% dos cidadãos consumidores afirmaram que não acreditam no que as empresas divulgam. 32% acreditam que isso depende de qual é a empresa em questão. E apenas 13% disseram acreditar no que as empresas dizem que fazem em termos de responsabilidade social. Muito pouco.
A pesquisa avaliou que os consumidores premiam empresas mais responsáveis e punem as menos responsáveis. E repudiam a propaganda enganosa.
Mas ainda há muito o que ser feito. Pela pesquisa, praticamente metade da população estudada (49%) ainda não participa do debate sobre a responsabilidade social, qualquer que seja o tema: ecologia, meio ambiente, sustentabilidade ou RSE. E muito menos sobre o debate fundamental sobre a responsabilidade política, que são, por exemplo, os compromissos com a ética no trato com as instituições do Estado, os agentes da lei, os candidatos a cargos legislativos e executivos nos três níveis da administração pública, os fiscais, policiais, juízes e por aí vai. É a chamada “Corporate Citizenship/cidadania corporativa”, que começa a surgir em países onde a cultura de cidadania é mais desenvolvida.
Aqui na Voz do Cidadão preparamos um link especial para a pesquisa Akatu/Ethos. Conheça e faça o seu papel de cidadão consciente: incentive outros a também participar do debate.