Como superar a cultura de corrupção

2009 foi o ano em que finalmente “caiu a ficha” de que o grande inimigo a ser combatido hoje é a corrupção e a sua “irmã”, a impunidade. É cada vez maior o número de empresas e entidades da sociedade civil que se organizam em redes com o fim único de controle social sobre mandatos políticos, governos e orçamentos públicos. E sempre com o valioso apoio de agentes públicos das instituições de controle do Estado, como o Ministério Público, os Tribunais de Contas, a Controladoria-geral da União e até Polícia Federal.

Mas o tema da corrupção tem um viés fortemente político e somente através dele é que conseguiremos algum avanço. O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral – MCCE acaba de conseguir o feito histórico de enviar ao Congresso um projeto de lei de iniciativa popular que conseguiu a adesão de mais de um milhão e meio de cidadãos. Mas o projeto, entregue em setembro ao presidente da Câmara, o deputado Michel Temer, continua sequer sem um relator para iniciar sua tramitação e dependendo de consenso entre os líderes partidários.

“Como superar a cultura de corrupção?” . Este foi o tema de um seminário realizado agora em novembro por uma das grandes redes de controle social de hoje, a Abracci-Articulação Brasileira Contra a Corrupção e Impunidade. Pois arriscamos dizer que é exatamente a existência de redes como a Abracci que irá proporcionar essa superação, tão urgente quanto necessária. “Mobilização” é palavra-chave aqui. Mobilização da mídia, da sociedade civil e do empresariado, que é a única forma de fazer os políticos prestarem atenção em alguma coisa. Afinal, eles sempre precisarão de espaço na mídia, do voto do cidadão e dos recursos dos empresários para se manterem eleitos.

Das instituições clássicas de produção de valores, temos uma Educação ainda sucateada e desvalorizada, temos uma Justiça que ainda é lenta e ineficaz pela própria obsolescência dos nossos códigos de processos civil e penal, e por fim temos uma Mídia que cobre mais escândalos e denúncias que propriamente o castigo e a pena exemplar, o que acaba por desmobilizar o cidadão, que acaba achando que não compensa seu esforço de lutar. Pois o crime no Brasil só vai começar a não compensar através da mobilização proporcionada por essas redes de controle social, com o devido apoio mobilizador da Mídia e de campanhas de Educação política e formação cívica. Só assim teremos a grande virada da cultura de impunidade para uma verdadeira cultura do “crime não compensa”.

Boas festas aqui da Voz do Cidadão a todos!

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