Câmara de Políticas de Gestão quer mudar cultura de administração no poder público
Ontem mesmo a presidente Dilma Roussef participou da solenidade de instalação da chamada Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade. Com a Câmara, a idéia é otimizar o desempenho geral do poder Executivo, tanto na prestação de serviços à sociedade quanto na redução de custos, na racionalização de processos, e na eficiência de programas e ações do governo. É a concretização do lema “fazer mais por menos”, popularizado pela ministra do Planejamento Miriam Belchior.
Para isso, foram convidados quatro grandes empresários e quatro ministros das áreas econômica e de planejamento. Pelo lado dos empresários, temos Jorge Gerdau, Abílio Diniz, Antônio Maciel Neto e Henri Phillipe Reichstul. Os ministros são Antonio Palocci, Guido Mantega, Miriam Belchior e Fernando Pimentel.
Para a cidadania, esta iniciativa revela o que pode ser um grande passo na construção de uma relação saudável entre poder público e o mercado. Em especial, esperamos que ela traga para a sociedade a necessária discussão sobre o que são e como devem ser implementadas metas de produtividade para a administração pública, como apurar e avaliar seus resultados, o mito de que tudo o que é público é ineficiente ou de que tudo o que é público deve ser gratuito, e muito mais. Mas, principalmente ajudar a superar a dicotomia entre a crise de valores do setor privado e a crise de gestão do setor público.
E isso sem falar no maior combate de todos, o da corrupção. Para Jorge Gerdau, presidente da Câmara de Políticas de Gestão, “as políticas de gestão não são propriamente de combate à corrupção, mas precisam levar em conta a transparência, que é um dos requisitos básicos para redução da corrupção”.
Cabe agora às entidades da sociedade civil apoiar e acompanhar de perto os trabalhos da Câmara de Políticas de Gestão. Até porque a própria Câmara já está dando o seu exemplo. Seus participantes não terão remuneração e ela não terá custo com funcionários próprios, que serão cedidos pela Casa Civil.
Fica apenas uma pergunta, feita pelo ex-chefe da Casa Civil José Dirceu hoje em seu blog ”por que não incluir entre seus quadros um servidor público de carreira das áreas de gestão e de recursos humanos?”. E completamos: de controle e fiscalização também.
Taí a dica para os conselheiros da Câmara.