Barulho de vizinho

Recebemos de Wilma Teixeira, do Rio
de Janeiro, um relato de indicação
para a nossa Galeria de Cidadão
Exemplar, o nosso anônimo herói
da cidadania a que chamamos simplesmente
de Cid.

Como já dissemos aqui, esse
diploma de cidadão exemplar
serve para distinguir aqueles que
procuram intervir na vida social e
no espaço público em
prol dos direitos coletivos, ao invés
de só reclamar do Estado, de
autoridades ou do Bispo. Pois a Voz
do cidadão tem como missão
o combate ao nosso atávico
ceticismo, nossa baixa auto-estima
e individualismo mascarado de uma
cultura de suposta esperteza generalizada.
Através do estímulo
e difusão de uma cultura de
plena cidadania e de uma reforma de
mentalidades operada pela mídia,
eis nosso princípio maior:
“o fato de não termos
o direito de meter o bedelho na vida
privada do próximo não
significa que não tenhamos
o dever de constrangê-lo quando
ele abusa de seu direito privado em
detrimento de um direito coletivo”.

Pois bem, Wilma tinha um vizinho morador
que gostava de festas barulhentas,
quando usava inclusive um daqueles
carros transformados em imensas caixas
de som ambulantes. Estacionado na
calçada, sempre que ela ponderava
com ele sobre seu exagerado direito
privado, ele se saía com a
desculpa esfarrapada de sempre de
que a rua é pública
e a lei do silêncio vigora só
a partir das 22h etc. Foi quando baixou
um Cid em Wilma e ela se dispôs
a conhecer as leis sobre silêncio,
verificando que, mesmo antes das 22h
existe um limite de decibéis
permitido e regulamentado para espaços
públicos. No caso, obteve a
cópia da lei de silêncio
e utilização de carros
de som na Secretaria de Meio Ambiente,
copiou e distribuiu a todos os seus
vizinhos que, de certo, padeciam do
mesmo incômodo.

E qual não foi sua surpresa
ao ver que as festinhas animadas às
megaexibições do repertório
de gosto duvidoso de seu DJ amador
simplesmente acabaram!

Parabéns,
Wilma, por esta exemplar conduta de
cidadã atuante na vida de sua
comunidade. Parabéns por difundir
a lei! É como sempre dizemos:
se não temos o poder da coerção
policial ou da sentença de
um juiz, não significa que
tenhamos de dar de ombros e nos omitir
diante das violações
presenciadas no nosso dia-a-dia, pois
temos o dever de denunciar e constranger
públicamente toda sorte de
abusos privados.

Obrigado, Wilma, em nome da cidadania
brasileira, pelo seu exemplo e assine
o manifesto em defesa das calçadas
de nosso site para que juntos possamos
construir um país mais justo,
menos violento e menos impune para
os nossos filhos!

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