As suffragettes e o sufrágio feminino no Brasil

Recebemos uma excelente mensagem de nossa colaboradora Frida
Cohen, do Rio de Janeiro sempre interessada nos temas dos direitos das mulheres.

Frida nos aponta a importância das mulheres a cada eleição
que passa. Nas de 2000, as mulheres já eram maioria do eleitorado. Em
2002, elas formavam 50,8% dos eleitores – 58,6 milhões contra 56,4
milhões de homens. Em 2004, elas já somavam 51,18%, segundo dados
do TSE.

Segundo a Agência UnB, desde 1995, quando foi aprovada
a lei que determinava 20% das vagas em candidaturas para mulheres (em 1998,
a exigência passou para 25% e, em 2000, para 30%), a representatividade
feminina no Congresso Nacional aumentou, mas seguindo muito de longe o aumento
do eleitorado. Desde 2004 elas representam 14,8% do Senado (oito senadoras)
e apenas 8,3% da Câmara (42 deputadas eleitas).

Ou seja,a participação feminina no Congresso
não reflete a maioria que as mulheres detêm como eleitoras. E isso
também é um fenômeno global, embora com menos diferença.
Apenas 15 países no mundo possuem mais de 30% dos parlamentos compostos
por mulheres. Segundo dados da UIP (União Inter-Parlamentar), o Brasil
ocupa apenas a 107a posição, ficando abaixo da média mundial
de 16,6% de participação feminina nas câmaras. Os países
nórdicos, tradicionalmente mais avançados nos temas de igualdade
entre os gêneros, ocupam as principais posições da lista,
seguidos de Holanda, Cuba, Espanha, Costa Rica, Argentina e Moçambique,
este com 34,8% de participação. Mais de 4 vezes o índice
brasileiro!

Isso que nos faz lembrar o esforço pioneiro das chamadas
“Suffragettes” na Inglaterra do início do século XX.
Lideradas pela cidadã Mrs Emmeline Pankhurst, que havia fundado a WSPU
– Women Social and Political Union (União Social e Política
das Mulheres) em 1903, as militantes, que atuaram até o início
da Primeira Guerra Mundial, ficaram conhecidas como “suffragettes”.
Seus protestos eram veementes e também eram rechaçados com brutalidade
pela polícia. A própria Mrs Pankhurst foi presa várias
vezes. Na prisão, elas faziam greve de fome a fim de chamar a tenção
para a discriminação da mulher pela legislação eleitoral
inglesa. A luta não foi em vão e, em 1928, a Inglaterra concede
enfim plenos direitos políticos às suas cidadãs. Ironicamente,
logo após o falecimento da brava Mrs. Emmeline Pankhurst.

Aqui na nossa Agenda da Cidadania, vocês encontram a
história completa das Sufraggettes, incluindo as fotos veiculadas no
site da BBC inglesa.

Participem!

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