O povo não é bobo
Amigos ouvintes, estava me lembrando aqui de uma pequena história que acredito ilustrar muito bem o momento que vivemos no país.
Essa pequena fábula tem como personagem principal um velho senhor judeu, o Tio Bóris. Consta que Tio Bóris estava saindo da antiga União Soviética, aproveitando um indulto que o governo havia dado aos judeus. Tio Bóris foi parado pela alfândega, e o policial perguntou o que era aquela estatua reluzente que ele carregava. Bóris respondeu que era de Stalin, o grande líder, e que ele a carregava sempre para nunca esquecê-lo. E assim, o judeu foi liberado para sair do país.
Chegando em Israel, Tio Bóris foi parado de novo, desta vez na alfândega israelense. E novamente lhe perguntaram o que era aquela estátua. O velho respondeu que era uma estátua de Stalin, o tirano que causou muita miséria e desgraça ao povo judeu, o que satisfez o policial. E assim foi liberado para entrar no país.
Chegando finalmente na casa dos seus parentes, um dos sobrinhos perguntou o que era a estátua. Tio Bóris espondeu: “Ora, meu sobrinho, são doze quilos de ouro puro!”.
Pois bem, o que queremos chamar a atenção aqui é sobre a questão do que é a realidade e o que é simplesmente o nosso desejo do que a realidade seja. O pronunciamento da presidente Dilma, domingo passado, causou a indignação de muitos justamente pelo descompasso entre o seu relato e a realidade por que passa o país. Culpar uma crise internacional pela atual crise no Brasil é, no mínimo, auto-engano. Para muitos, mentira delirante. Mesmo a pobre Bolívia, aqui do lado, cresceu mais que o Brasil no ano passado. Para este ano, a Colômbia projeta um crescimento de pelo menos 4% do seu PIB, enquanto nós, se tudo der certo, ficaremos num zero absoluto de crescimento.
Culpar, então, a estiagem pela crise energética e hídrica que atravessamos, e ignorar a gigantesca crise moral que vivemos chega a ser risível. Na melhor das hipóteses um deboche com a sociedade. Na pior, mais uma vez, uma mentira delirante.
E é aí que a fábula se encaixa. Os dois policiais que pararam Tio Bóris só conseguiam enxergar o que ela simbolizava: um líder político. E não o que ela era na realidade: tão simplesmente, um peso em ouro que permitiria ao judeu recomeçar sua vida. É aquilo que todos sabemos: cada um enxerga o que quer ver, de acordo com suas convicções. Vale a pena conhecer a íntegra desta fábula aqui na vozdocidadao.com.br.
E você aí em casa? Já parou para pesquisar sobre o que existe de real na descrição que o governo federal tem feito do Brasil?
Semana que vem estamos de volta. Até lá!
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