DCSP – A Voz do Cidadão https://www.avozdocidadao.com.br Instituto de Cultura de Cidadania Sat, 20 Mar 2021 11:18:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.2.8 Do DCSP: “Fachin, as ruas e a faxina do STF”, por Jorge Maranhão https://www.avozdocidadao.com.br/do-dcsp-fachin-as-ruas-e-a-faxina-do-stf-por-jorge-maranhao/ https://www.avozdocidadao.com.br/do-dcsp-fachin-as-ruas-e-a-faxina-do-stf-por-jorge-maranhao/#respond Sat, 20 Mar 2021 11:15:48 +0000 https://www.avozdocidadao.com.br/?p=39925

O fato é que o Brasil já não aguenta este Supremo Tirano. Não a instituição, se preciso me explicar para não ser preso. Mas a sua composição atual


  Por Jorge Maranhão19 de Março de 2021


Como todo militante esquerdista, Fachin acabará por destruir por dentro a instituição do STF, assim como já forneceu a centelha para os cidadãos tocarem fogo em seus sinistros no ato mais simbólico das manifestações deste último domingo. Vejam aqui o vídeo que registrou o ato.  

Mas veja também dois outros vídeos importantíssimos para entender a urgência do impasse cultural em que o Brasil está metido: aqui a aula 432 do Curso Online de Filosofia do Olavo de Carvalho sobre a urgente intervenção nos desmandos de alguns ministros do STF e aqui a entrevista de Paulo Guedes dando um panorama completo sobre a verdadeira situação político-econômica nacional e seus prognósticos.

Se por conveniência ou interesses escusos de alguns de seus membros, o Senado ou MPF, que são as únicas instituições que podem enquadrar alguns tresloucados atos do Supremo Tirano Federal, não cumprem com seu dever, começa a ganhar força o alerta do General Mourão garantindo que as FFAA não voltarão a bater continência a Lula, por mais que se anulem suas condenações de corrupção e tentem viabilizá-lo como   candidato à presidência. Vejam aqui o tamanho do impasse.

Mas o poder moderador das FFAA hesita e, se demorar muito, acabará por esvaziar sua credibilidade tão duramente resgatada e, o que é pior, cair no perigo de prevaricar por descumprimento de sua missão constitucional. Tudo por que o país passou a crer na lenda que não pode haver mais nada acima da autoridade dos sinistros supremos dentro da ordem democrática.

Esquecem-se que o primeiro parágrafo introdutório da Constituição invoca exatamente a proteção de Deus, este que ainda há de ser a mais alta autoridade acima dos sinistros ativistas metidos a supremos.

E aí, nos vem a questão urgente: onde estão as mais altas autoridades eclesiásticas brasileiras, para quem a lei divina está acima das leis dos homens, para vir a público exigir que, em virtude da conduta demoníaca de alguns dos supremos sinistros, no mínimo se retire a Santa Imagem do Cristo crucificado do sacrílego recinto do Supremo Tirano Federal, por absoluta profanação e heresia?

Como já dizia Erasmo de Roterdã, no belo apólogo “A Educação do Príncipe Cristão“, quase ao mesmo tempo em que os portugueses chegavam às nossas costas, no início do século XVI, “impõem-se ao governante os mandamentos da conduta cristã de amar o povo, não agir com soberba, não mentir ou enganar o próximo, não usar de seu poder para humilhar, ameaçar e tampouco restringir a liberdade de seu semelhante!

Tenho certeza que para a grande maioria dos cidadãos brasileiros tais sinistros estão mais de parte com o demo do que com a democracia. Pois toda semana veem a público desafiar a paciência do nosso povo com uma gracinha nova. Soltam bandidos de organizações criminosas do tráfico e da política, mas prendem jornalistas e um deputado que não pode citar o AI-5 do regime militar, quando eles mesmos podem recorrer à lei de segurança nacional criada pelo mesmo regime.

Barroquistas insuperáveis com suas torções, retorções, contorções e distorções da realidade, chafurdando no lamaçal da retórica de transbordamento, ironias, paradoxos, contradições, hipérboles, eufemismos sem fim de sua linguagem canhestra e arrogante.  

O fato é que o Brasil já não aguenta este Supremo Tirano. Não a instituição, se preciso me explicar para não ser preso. Mas a sua composição atual, feita a base de politicagem e não de meritocracia, sobretudo alguns de seus supremos sinistros ativistas político-partidários sob a toga preta de ministros.

Uns quatro com pedidos de impeachment já arquivados por iniciativa do Batoré, como Toffoli, Gilmar Mendes, Lewandovski e o próprio Fachin, e outro mais recente protocolado ainda nesta primeira semana de marco, tendo o Seu Alexandre de Morais como alvo, por iniciativa de quatro senadores e da Coalizão Convergência, que congrega mais de sessenta entidades da sociedade civil. Com a palavra, o Sr Rodrigo Pacheco.

Até pelo medo da pandemia e do terror de tranca ruas que espalham no povo governadores e prefeitos respaldados pelo mesmo Supremo Tirano, evidente que as megamanifestações ocorridas desde 2013 não se repetirão com milhões de cidadãos indo às ruas. Mas milhares já deram sinal de que pretendem ocupar espaços mais efetivos como as portas dos quarteis, numa clara alusão à urgente participação das Forças Armadas.

E também já se conclama a ocupação mais efetiva dos salões do Senado até que suas excelências se dignem a desafiar a chantagem dos meritíssimos sinistros e botem seus pedidos de impeachment para tramitar.

Garanto que não teriam a desfaçatez de retaliar. Pois o povo ameaçaria mudar a ocupação para as calçadas do próprio Supremo, o que daria margem para as FFAA intervirem para botar ordem na casa. O Supremo perderia alguns de seus anéis para não perder os dedos. E os senhores senadores resgatariam a respeitabilidade da opinião pública neste ano pré-eleitoral. Pois quem não deve, não teme.

Com a garantia das FFAA, em missão constitucional, e a inevitável tomada do noticiário, pelo menos parte da bancada dos 365 deputados sem-culhões de enfrentar a arbitrariedade do mandado de prisão de um de seus pares pelo Seu Alexandre de Moraes,  ao arrepio da Constituição, acabaria se juntando aos bons para destravar as pautas mínimas de interesse da nação: reforma tributária, administrativa, eleitoral e federativa, prisão em segunda instância, voto impresso e auditável, fim de foro privilegiado e sobretudo uma nova lei para nomeação de supremos.

Bastariam estas para o país destravar a economia e restabelecer o fluxo de investimentos nacionais e internacionais, voltar a crescer, criar empregos e distribuir renda. E, evidentemente, como já fizemos no passado recente, quando cassamos de fato o mandato da Dilma, mesmo depois de mais um contorcionismo barroquista de exegese teratológica do Lewandovsky do artigo constitucional que manda cassar expressamente os direitos políticos de presidentes depostos.

O que evitaria a radicalização eleitoral, a divisão do país e a necessidade de termos de cassar nas ruas a elegibilidade do chefe da maior Orcrim da história pátria.

 * Mestre em filosofia pela UFRJ, dirige o Instituto de Cultura de Cidadania A Voz do Cidadão e autor de “Destorcer o Brasil. De sua cultura de torções, contorções e distorções barroquistas”. Email: [email protected]

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Artigo do DCSP – “O Brasil que nos querem fazer acreditar”, por Jorge Maranhão https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-dcsp-o-brasil-que-nos-querem-fazer-acreditar-por-jorge-maranhao/ https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-dcsp-o-brasil-que-nos-querem-fazer-acreditar-por-jorge-maranhao/#respond Wed, 03 Feb 2021 20:49:24 +0000 https://www.avozdocidadao.com.br/?p=39915 O Brasil se encontra há mais de um século numa encruzilhada cultural entre avançar para o iluminismo ou permanecer no barroquismo. Para ser preciso, com o golpe da República, passamos a achar que golpes valiam a pena, e nos persuadimos por décadas seguidas em seus correlatos jeitinhos, manobras, pastiches, puxadinhos e acochambramentos que caracterizam a retórica barroquista.

Entre seguir no caminho do discernimento, último fim do iluminismo que marcou a Monarquia Constitucional brasileira, e permanecer no registro cultural dominante da farsa e do fingimento, último fim do barroquismo, escolhemos chafurdar nesse lodo!

Infeliz escolha entre as excludentes opções da razão e do bom senso iluministas, contra a paixão e insensatez barroquistas!

Passamos a confundir arte com ciência, ideologia com filosofia. Conservadorismo com reacionarismo. Progressismo com voluntarismo. Temperança com soberba!

Três décadas depois do golpe da República, sob a vil desculpa do nacionalismo, da busca pela identidade nacional, começamos a inventar e cultuar várias jabuticabas no âmbito da vida política, judicial e moral do país, como federalismo centrífugo, moeda sem lastro, milagres econômicos, democracia racial, cunhadismo e bacharelismo burocráticos, sincretismo religioso, teologia da libertação e antropofagia cultural, entre outros fenômenos.

Assim como nossas narrativas históricas e literárias começaram a se povoar de místicos religiosos, coronéis de engenhos, barões de café, heróis da jagunçagem, juízes de fora e de paz, altos burocratas servidores de si mesmos, engenheiros de obras feitas, médicos de mezinhas, curandeiros de espíritos, santos de pau-oco, moças meio-virgens, santos milagreiros, pescadores de almas, mulas sem cabeça, bois de piranha, vacas de brejo, e tantas e mais tantas fantasias e lusco-fuscos semânticos. Mas nada como a mítica figura do Curupira de pés invertidos, nossa legenda maior, a nos desviar nos caminhos da razão e do bom senso.

E nos lançamos, enfim, na Semana de Arte Moderna em 1922, que no ano que vem completa mais outro século de confusão entre arte e ciência, paixão e sensatez, conchavo e política. Pois as artes podem tudo, sobretudo transbordar de sua competência imaginária para a distorção da realidade. De torções, retorções, contorções e distorções da realidade.

Sobretudo o modernismo que, no Brasil, nunca foi tão barroquista exatamente por querer escamotear o seu solene desprezo pela nossa origem barroca, sua arrogante ignorância esquerdista porque progressista e de raiz romântica. Pois, se o modernismo europeu é o último grito de estertor romântico, o modernismo brasileiro é o chafurdar na pocilga retórica barroquista pesando a mão nas hipérboles, nas metáforas, nas ironias e, sobretudo, nos paradoxos, nossa mania visceral e nacional de ver o mundo.

Salvo algumas exceções de sempre que me veem de memória, e que vieram mais para sublimar nosso barroquismo do que propriamente para superá-lo, como os grandes Machado de Assis, Joaquim Nabuco, Euclides da Cunha, Mario de Andrade, Sergio Buarque de Holanda, Gilberto Freire, Mario Ferreira dos Santos, Villa-Lobos, Manuel Bandeira, Guimarães Rosa, Portinari, Burle Marx, Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Dorival Caymmi, Tom Jobim, Glauber Rocha, e tantos outros, que nos fizeram acreditar na transcendência de nossa miserável condição barroquista, e resgataram a alta cultura promovida durante o Império.

Mais trinta anos depois do surto modernista, vivemos uma verdadeira renascença cultural com os movimentos da Bossanova, Cinema Novo, arquitetura e literatura Modernas, quando Brasília esqueceu-se de sua missão política e virou uma Versailles distante do povo, museu a céu aberto.

Mas, desde a década de sessenta, perdemos outra vez o rumo do iluminismo brasileiro. Por viés esquerdista, a doença senil do barroquismo retornou, e achamos que, depois da transição do regime militar para a democracia, viveríamos um outro apogeu cultural.

Ledo engano barroquista, mais uma senda equivocada indicada por Curupira para a perda da razão iluminista. Meio a trinta anos de governos socialdemocratas e socialistas, eis que chegamos a uma vexaminosa estagnação cultural – para não falar mesmo em baixa cultura marginal de massa e de barbárie, especialidade da demagogia esquerdista.

A alta cultura que nos inseria na cadeia da tradição clássica do Ocidente se reduziu a arte de rua, pichação, funk music, batidão e demais acrobacias.

Porque digo isto? Por que falta a mínima união, o mínimo consenso entre brilhantes conservadores e egocêntricos liberais, sobre a melhor estratégia de argumentação para enfrentar o dragão de mil faces do esquerdismo mundial, e os estragos que deixou no Brasil carente de resistência cultural em suas elites. Malgrado as evidências históricas do fracasso socialista, na distribuição de pobreza e na crueldade ímpar na condução dos governos de inúmeras nações, estamos sempre confundindo, pelas manhas e diatribes de Curupira, a democracia com demagogia, a vilania com cidadania, a justiça plena com a justiça social, a vida com condições de vida, a liberdade como libertinagem.

Porque atacar a esquerda com argumentos racionais singulares não adianta! É mero barroquismo. Somente no atacado, no seu fundamento ético, como provou o fracasso recente da retórica trumpista. Somente em suas raízes culturais barroquistas podemos quebrar a hipocrisia e denunciar que o rei está nu! Retórica feita de farsa, paradoxo, hipérbole e transbordamento das artes para o campo da política, da justiça e da moral! Não adianta argumentar com a razão e o bom senso, pois o esquerdismo irá sempre invocar a beleza das artes!

Paulo Guedes, por exemplo, embora a razão maior entre os ministros, não soube ganhar o dispositivo militar que, por sua vez, anda sempre às turras com a ala ideológica do primeiro governo eleito por uma aliança entre conservadores e liberais. Só formando uma nova mentalidade na oficialidade podemos equilibrar as forças de doutrinação esquerdista largamente disseminadas na academia, na justiça, na imprensa, na política e nas artes e espetáculos! O professor Olavo tem razão. Mas não adianta xingar. Temos de incluir a academia militar na argumentação conservadora-liberal! Levar a sério o programa de educação cívico-militar.

Os ativistas pró-vida, anti-desarmamentistas, pró-família, da ortodoxia católica de um Bernardo Kunster, Pe. Paulo Ricardo e Bene Barbosa, os comentaristas do bom senso, ímpares destruidores de mitos, como Percival Puggina, Leandro Ruschel, Rodrigo Constantino, Caio Coppola, Ana Paula Henkel, os juristas contra a corrupção e o ativismo judicial esquerdista como Modesto Carvalhosa, Evandro Pontes, Felipe Gimenez, Ives Gandra Martins, Janaína Pascoal, Ludmila Grillo, etc.

Sobretudo os jornalistas demolidores de farsas dos poucos veículos imparciais e canais noticiosos mais influentes, como Alexandre Garcia, Augusto Nunes e Guilherme Fiúza, Claudio Lessa, Luis Ernesto Lacombe, José Luiz Datena, JR Guzzo, José Nêumane Pinto, Diego Casagrande, Diogo Mainardi, Felipe Moura Brasil, Silvio Grimaldo, Alan dos Santos, Leda Nagle, Karina Michelin, Fabiana Barbosa, Paula Marisa etc.

Os humoristas Danilo Gentili, os Hipócritas, Porta dos Fundos, Te Atualizei, Embrulha para Levar. Os canais conservadores de educação e cultura como Brasil Paralelo, Instituto Mises, Instituto Borborema, Instituto Burke, Rodrigo Gurgel, Senso Incomum, Mauro Ventura, e das editoras Vide, É Realizações, LVM, Resistência Cultural, Ecclesia e outras.

Todos unidos ainda serão poucos diante das mentalidades tomadas pela retórica esquerdista! Que joga em peso pelo #foraBolsonaro, mesmo quando quer aparentar bom senso, isenção e imparcialidade.

Veja a CNN que se diz “campeã de imparcialidade”! Evidente que não é uma #Globolixo que resolveu jogar no lixo décadas de jornalismo dito imparcial na sua campanha suicida pelo impeachment do presidente, o qual não perde uma chance em desmascará-la!

Basta ligar em qualquer telejornal, em qualquer hora do dia, e logo-logo constataremos sua rendição à retórica esquerdista. Noutro dia, e a título de mero exemplo, presenciei a âncora da CNN, Monaliza Perrone, disparar que o ministro Lewandovsky acabara de determinar que o ministro Pazuello seria “totalmente” investigado pela Polícia Federal, e ele seria “mais um dos generais investigados” no governo Bolsonaro. Fica no ar a dúvida se alguém pode ser parcialmente investigado, se na verdade é ou não é simplesmente investigado – o que deixa em aberto a parcialidade de crença da própria jornalista.

Fora o uso indiscriminado do advérbio de lugar “ali” a cada frase enunciada, como se pudesse ser “aqui” ou em qualquer outro lugar o relato, não importa do que está sendo relatado.

Aliás, esta mania de “ali” virou uma febre viral no jornalismo tupiniquim. Um verdadeiro cacoete narrativo. Repare você mesmo que, qualquer repórter ou mesmo cidadão das redes sociais, na função de narrar um acontecimento, relatar um evento qualquer, acaba lançando mão desta irritante bengala do “ali” no meio da fala. O que demonstra, como manda o bom modelo barroquista, a repetição ad nauseam e a sobrevalorização de advérbios e adjetivos sobre quaisquer substantivos, e até mesmo sobre as ações verbais.

Poderia dar mais outros infindáveis exemplos, mas nossos agentes de reprodução da cultura, repórteres da suposta realidade em cruzada mitológica contra os dragões das fake news, não demonstram sequer apreço pelo idioma, sequer dedicação à verdade dos fatos, ao menos pela reputação dos veículos de mídia através dos quais desfiam suas retrógadas retóricas.

Como disse, a Globolixo não tem mais jeito por que se trata de uma ação deliberada de campanha difamatória para além da parcialidade jornalística. Mas a CNN, soi disant “líder em imparcialidade”, precisava ter mais juízo e recorrer a alguém de fora para exercer a função de contrarregra e dar retorno aos seus jornalistas de seus atos falhos narrativos. Fica a sugestão.


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Artigo do DCSP: “Os votos de que o Brasil precisa para um próspero ano novo”, por Jorge Maranhão https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-dcsp-os-votos-de-que-o-brasil-precisa-para-um-prospero-ano-novo-por-jorge-maranhao/ https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-dcsp-os-votos-de-que-o-brasil-precisa-para-um-prospero-ano-novo-por-jorge-maranhao/#respond Wed, 30 Dec 2020 07:48:42 +0000 https://www.avozdocidadao.com.br/?p=39909

                                                                                                       Passou “desapercebida” pela nossa facciosa mídia barroquista a nota de repúdio do Movimento Federalista contra a manutenção em cárcere do jornalista Osvaldo Eustáquio,

“Vítima de arbitrariedade da atual composição do Supremo Tribunal Federal, e da ilegalidade de sua prisão promovida por agentes do próprio Estado Brasileiro, notadamente o Poder Judiciário, pelas razões que seguem:

Inexiste no ordenamento jurídico brasileiro prisão de cunho político de cidadãos, bem como, prisão por opinião.

Inexiste no ordenamento jurídico brasileiro prisão de pessoas sem o devido processo legal e sem o direito ao contraditório, fatos que se verificam no caso do Jornalista Osvaldo Eustáquio;

A soma dos fatos dos itens anteriores caracteriza ato ditatorial incompatível com a República. No caso em tela, é claramente compreensível pelo mais simples dos cidadãos que o Supremo Tribunal Federal, bem como parcela expressiva do Poder Judiciário brasileiro, que deveriam ser a garantia dos preceitos constitucionais, tornaram-se insurgentes contra a Carta Magna do Povo Brasileiro, ao estabelecer um verdadeiro “Estado Nacional Paralelo”, uma espécie de “República Unitária do STF”, ao, gradativamente, escreverem uma nova e própria constituição, baseada no terror, na arbitrariedade, subvertendo as normas legais vigentes e destruindo o Estado de Direito.

A omissão continuada dos outros poderes da Nação em relação à essa escalada autoritária conduzirá o País à completa insegurança jurídica e institucional, que, em conjunto com as medidas restritivas decorrentes, uma pandemia, de todo suspeita, e a ameaça da obrigatoriedade de aplicação de vacinas com efeitos incertos, poderá resultar em graves conflitos civis internos, quiçá uma guerra civil de enormes proporções.

Por tais razões, exigimos:

Que o poder Executivo e o Legislativo Federal, intervenham imediatamente no STF, no sentido de sustar, enquanto ainda há tempo hábil, a deterioração da instituição judiciária.

Que o Sr. Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, lembre-se do seu juramento como militar e como Chefe da Nação, com a mão direita sobre a nossa Constituição, quando no momento de sua posse jurou defender o Povo Brasileiro e a Pátria, e para tanto, com vistas a restaurar a Ordem legal e institucional, o respeito ao ordenamento jurídico e à democracia, adote imediatamente as medidas constitucionais protetivas da Nação e da República acionando as Forças Armadas do Brasil, instituição fundamental da Nação e pertencente ao Povo Brasileiro, por meio do Artigo 142 da própria Constituição Federal.

Brasília, DF 22 de dezembro de 2020

(Ato praticado sob o Direito Constitucional de Livre Expressão – Art. 5º e incisos correspondentes).

Movimento Federalista.

Há dois anos que circula nas redes sociais uma preciosa análise de nossa miséria política feita por um de nossos maiores juristas, Dr. Ives Gandra Martins, sobre a usurpação de competências levada a cabo diuturnamente pelo nosso Supremo em desfavor dos demais poderes, notadamente o Poder Executivo, eleito majoritariamente pelos cidadãos brasileiros. O vídeo pode ser conferido aqui e o leitor pode tirar suas próprias conclusões com o bom senso que se exige. 

Bom senso e prudência de que carecem as torcionistas exegeses de nossa Lei Maior e resumem de maneira clara e objetiva o que o país precisa para superar, não apenas um ano de involuntárias dificuldades em escala mundial, mas décadas de más escolhas e consequências fatais geradas por certos ministros, com a cumplicidade do pleno de nossa Suprema Corte, e que tem condenado o país a um grande impasse civilizatório.  

Em breves palavras nosso grande jurista explana o verdadeiro sentido do Artigo 142 que titula as FFAA como o poder moderador no caso de desordem institucional, exatamente para restabelecer a ordem constitucional que versa sobre a harmonia e independência dos poderes. Pois são as FFAA que têm como comandante o chefe do Estado brasileiro, para além de sua função de chefe de governo.

Nunca é demais termos consciência de que elegemos duas funções na mesma pessoa do Presidente da República, como manda a Constituição. Tanto o chefe de governo quanto o chefe de Estado, mas parece que só o primeiro está cumprindo o mandato. 

Por conta disso, começo a me convencer de que trinta anos de hegemonia socialista e socialdemocrata no Brasil condicionaram turmas e turmas de militares de patente superior, não apenas a se omitir do dever de intervenção cívica na degradação de nossas instituições jurídicas e políticas, mas a serem cúmplices mesmo dos desmandos e abusos de seus malfadados representantes, de resto, os de nível mais baixo da história do país!

Pois foram trinta anos da mais sórdida campanha de demonização institucional levada a cabo pelas mesmas forças de esquerda que dominaram os aparelhos ideológicos do Estado, a imprensa falada e escrita e os estamentos burocráticos da academia e da justiça. Sim, pois quem tem realmente mandado no país tem sido a alta burocracia estatal esquerdista, civil e militar, exatamente para lhe eternizar a odiosa privilegiatura de um Estado cativo de seus interesses corporativos e não servidor do cidadão que lhe sustenta. 

No entanto chega a ser um prodígio hoje em dia as FFAA serem reconhecidas pela opinião pública como uma das instituições de maior credibilidade nacional. O que, aliás, nossos historiadores ainda nos devem esclarecer: que “entendimento” teria havido entre a inteligência esquerdista e militar de outrora no sentido de trocar o prosseguimento da guerrilha comunista pela sua ocupação “pacifica” dos aparelhos ideológicos do Estado? 

Na sua última entrevista nas redes sociais, a raposa felpuda de Bob Jefferson afirma que as FFAA não tomarão a iniciativa de intervenção no nosso degenerado Supremo. Mas, se insistirem em legislar como puxadinho de partidecos esquerdistas em minoria perdedora de votações nas casas legislativas, e o Senado de rabo preso não cumprir sua função de julgar os pedidos de impeachments de alguns de nossos sinistros, a iniciativa de enxotá-los de suas enlameadas togas terá de partir dos movimentos sociais, cabendo as FFAA apartar o impasse institucional e botar ordem na casa.

Pois o país não aguenta mais a sabotagem da autoridade do Poder Executivo pelo Judiciário, que custa a todos ficar à mercê de executivos mini ditadores municipais, promovendo a ruína da economia, a irresponsabilidade maníaca dos chefes de bancadas parlamentares que boicotam as reformas condenando a crescimento pífio toda uma nação.

Pois, os votos de prosperidade de um ano vindouro para toda a nação brasileira, passa necessariamente pelos votos de consciência cívica de cada uma das lideranças nacionais, sobretudo das FFAA, sobre o seu indelegável dever de agir contra a alta e sibilina delinquência e dos abusos de poderes do Legislativo e Judiciário nacionais. 

Jorge Maranhão, mestre em filosofia pela UFRJ, dirige o Instituto de Cultura de Cidadania A Voz do Cidadão e é autor de “Destorcer o Brasil. De sua cultura de torções, contorções e distorções barroquistas“. Email: [email protected]

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Do DCSP – “Trump e a ingenuidade retórica dos conservadores”, por Jorge Maranhão https://www.avozdocidadao.com.br/do-dcsp-trump-e-a-ingenuidade-retorica-dos-conservadores-por-jorge-maranhao/ https://www.avozdocidadao.com.br/do-dcsp-trump-e-a-ingenuidade-retorica-dos-conservadores-por-jorge-maranhao/#respond Thu, 22 Oct 2020 09:31:16 +0000 https://www.avozdocidadao.com.br/?p=39888

Nessas eleições, a questão decisiva não apenas para a cidadania norte-americana, mas para a cidadania de todo o planeta é: queremos mais Estado ou menos Estado?



Acompanhando os debates e as estratégias de argumentação da campanha presidencial norte-americana fico perplexo com a ingenuidade retórica dos conservadores. Já se disse, aliás, que por argumentarem com lógica, acham que seus contendores progressistas se limitam a ela e prezam pelo princípio moral da admissão da verdade.

Desde 1988, quando ainda operava uma agência de propaganda especializada em estratégia de argumentação, assessorei alguns candidatos em campanhas eleitorais, o que me levou a escrever artigos em vários jornais e um livro sobre as experiências (Mídia e cidadania, Rio: Topbooks, 1993).

Nele, descrevo os oito quesitos essenciais para a formulação de uma estratégia de campanha bem-sucedida: o currículo do candidato, o objetivo do mandato, sua argumentação, seu histórico de vida pública, sua equipe, trânsito nacional e internacional nos vários setores sociais, suas crenças doutrinarias e o partido a que pertence.

Sendo que o primeiro quesito, até por isso colocado em primeiro lugar na lista, é o mais importante e determinante dos demais. Ou seja, antes de abrir a boca para argumentar, um candidato tem seu próprio ser como argumento. Argumento ético, do ethos, antes mesmo do argumento lógico, da razão, ou mesmo retórico, da persuasão.

Pois um candidato já diz muito de si na mera exposição de sua figura com a legenda de seu principal oficio independente mesmo do seu histórico político. Sobretudo entre candidatos com níveis de publicidade as mais diversas, quanto mais se diametralmente opostas, como no caso de Trump e Biden.

Somente depois de sua apresentação como sujeito é que se seguirão os atributos do que pensa, do que pretende fazer, na companhia de quem, segundo que princípios e crenças, adendos secundários diante da imagem mesma do candidato.

Tentar argumentar em sentido inverso, colocando os predicados antes do sujeito, é recurso retórico. Pois antes de saber o que pensa, o que pretende e no que crê, precisamos saber de quem se trata. Se não, estamos diante de uma clara artimanha para intimidar o contendor e jogar para a plateia. Especialidade, é claro, dos progressistas para intimidar os conservadores desde a hegemonia da retórica sofista no âmbito da democracia clássica grega, retomada nos tempos modernos.

Em termos clássicos, primeiro temos de saber do ethos do candidato para depois, então, procurarmos investigar e dar publicidade ao seu logos ou mesmo a seu pathos. Pois, em termos lógicos e não retóricos, o sujeito vem antes do predicado, o ser antes do saber, do agir ou do sofrer uma ação.

Vendo o debate de Trump com Biden, não me contive e mandei uma mensagem urgente e carregada nas tintas para a página de contatos de sua campanha na internet, chamando a sua atenção sobre o equívoco da estratégia de participar do debate dentro daquelas regras que só favorecem o candidato progressista independente da argumentação conservadora.

Pois se tratavam de escolhas de dez tópicos todos de interesse da argumentação progressista, democrata-populista, como: pandemia, obamacare, ativismo racial, violência policial, desemprego, comércio internacional, mudança climática, Oriente médio, relações com China, abortismo, casamento gay, votação a distância etc. Enfim, a política fatiada e servida em pedaços pela grande mídia notória adversária de Trump.

Temas que encobrem a radical diferença entre os ethos dos candidatos. Com exceção de um único momento, que não durou um minuto sequer, quando Trump resumiu em termos claros e precisos:

“Em 47 meses, fiz mais do que você fez em 47 anos”, disse Trump ao vice-presidente.

E isto, por que? Simplesmente por que se Trump é um homem de negócios que empreende, corre riscos, produz riqueza e empregos, Joe Biden nada mais é do que um velho burocrata e raposa política do establishment de Washington vivendo do poder, dos recursos públicos e das corporações sindicais e empresariais interessadas no poder.

E esta é a questão que está em jogo. A questão decisiva não apenas para a cidadania norte-americana, mas para a cidadania de todo o planeta: queremos mais Estado ou menos Estado? Pois empresários sempre vão lutar pela sua minoração, enquanto burocratas sempre lutarão pelo seu inchaço. Pura questão de sobrevivência. E tudo o mais é apenas firula, retórica progressista, democratismo populista, a famosa “degeneração da pólis”, como já denunciava Platão na República.

Como digo na mensagem enviada a campanha de Trump: “recomendo uma radical mudança na estratégia argumentativa, cujo foco deve ignorar supostos itens mais importantes do ‘cardápio do dia’ da mídia progressista e se limitar à radical diferença de perfil dos candidatos. Tão simples assim. Pois o resto nada mais é do que o transbordamento contorcionista de ornamentos barroquistas típicos dos progressistas, para iludir incautos”.

Se você, leitor, concordar, e tiver algum contato com alguém próximo a campanha de Trump, por favor passe a mensagem adiante. Por que uma campanha presidencial como a norte-americana é importante demais para ficar apenas nos votos de cidadãos norte-americanos e excluir os cidadãos de todo o planeta.




 Mestre em filosofia pela UFRJ, dirige o Instituto de Cultura de Cidadania A Voz do Cidadão e autor de “Destorcer o Brasil. De sua cultura de torções, contorções e distorções barroquistas”. Email: [email protected]


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Artigo – do DCSP: “Babau! Na terra das fake news ninguém investe!”, por Jorge Maranhão https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-dcsp-babau-na-terra-das-fake-news-ninguem-investe-por-jorge-maranhao/ https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-dcsp-babau-na-terra-das-fake-news-ninguem-investe-por-jorge-maranhao/#respond Thu, 17 Sep 2020 13:52:17 +0000 https://www.avozdocidadao.com.br/?p=39880 Como um empreendedor pode tomar alguma decisão sobre investimento, ou mera alocação de recursos, em meio à guerra de narrativas das mídias de massa, do judiciário cativo de ativismo e de uma academia de intelectuais militantes? 



Diante do brain drain nacional, pensei em criar Associação Internacional dos Brasileiros Autoexpatriados, cuja sugestiva sigla poderia ser Babau Brasil. Estando longe, e talvez por isso mesmo, ela possa fazer mais pelo país, antes que os esquerdistas e seus inocentes úteis acabem de vez com nossas parcas esperanças.

Pois a visão de fora deve ser mais fidedigna do que a visão de dentro, dos que permanecem cativos das grandes redes de desinformação da extrema imprensa.

Mesmo os autoexilados do Brasil profundo, o rico agrobusiness que do interior sustenta a vagabundagem urbana, alheios à bolha progressista dos grandes centros urbanos, se informam pela mídia internacional setorizada e na realidade concreta dos maiores importadores de alimentos do mundo!

E não caem na bavardage estéril dos comentaristas de bastidores dos podres poderes de Brasília.

Apesar da vergonha internacional de nosso Supremo Jeitinho, que persegue com censura, mandados de busca e apreensão e até mesmo de prisão inúmeros cidadãos comentaristas de nossa miséria política e cultural, ainda não conseguiu calar a boca de nossos comentaristas que falam do exterior.

Acompanho algumas dezenas deles e é impressionante a diferença do Brasil que narram, do Brasil que nos apresentam os jornalistas “profissionais” da grande imprensa extrema, corporativista e esquerdalhada. E a cada dia que passa, mais e mais cidadãos cancelam suas assinaturas da grande mídia e passam a seguir e assinar nossos comentaristas espontâneos de centenas de blogs e canais que já não tenho tempo de acompanhar tantos.

Todavia, há exceções numa pequena trincheira de grandes nomes do jornalismo profissional independente com colunas em alguns veículos de porte médio como Alexandre Garcia, Augusto Nunes, Guilherme Fiúza, J. R. Guzzo, Caio Coppolla, Diogo Mainardi, Felipe Moura Brasil, José Nêumane Pinto, Luiz Ernesto Lacombe e alguns outros.

Mas o fenômeno impressionante mesmo é dos próprios cidadãos dos mais variados setores profissionais botando a cara nas redes sociais para opinar sobre a cena política: além de jornalistas independentes, advogados, promotores, juristas de renome, economistas, historiadores, filósofos, cientistas sociais, pesquisadores, cientistas, médicos e até mesmo alguns empresários comprometidos em monitorar e vigiar os desmandos e desvarios de Brasília.

Proponho apenas que nos reunamos todos na Babau Brasil para nos manifestar em coro e em torno de uma pauta estratégica de consolidação das conquistas da aliança entre conservadores e liberais, desde 2013 a 2018, sobretudo para impedir que a esquerdalha retorne em 2022 com seu populismo e enganação geral. E o país, que já foi de cem milhões de técnicos de futebol, passe a ser agora uma barreira de cem milhões de cidadãos políticos.

Evidentemente que uma pauta estratégica deve priorizar não apenas uma desratização das instituições de estado, do executivo, legislativo e judiciário, tomadas por mistificadores e contorcionistas nos últimos 30 anos de governos esquerdistas, como também as instituições da sociedade civil de educação, representação empresarial, imprensa, entretenimento, sindicatos e igrejas. 

Sobretudo na imprensa que reverbera, não apenas a “barulhenta e vibrante democracia brasileira”, no dizer de Paulo Guedes, como a guerra maior da desinformação maliciosa de jornalistas que permanecem nos bunkers da grande mídia para solapar o governo com a maior torção que já tivemos notícia em nossa história: o sentido mesmo das alegadas fake news.

Pois é bom lembrar que não se trata de um fenômeno novo nem sequer brasileiro, pois boatos sempre existiram desde que se disputa poder político na história da humanidade. Na sua versão contemporânea, todavia, o uso do termo foi um alerta da campanha de Donald Trump contra a mídia convencional que sustentou até o último minuto que ele não ganharia as eleições americanas.

Caso semelhante ocorreu no Brasil no embate de Bolsonaro contra poderosas organizações de mídia como Rede Globo e Folha de São Paulo. E nem por isso, seus jornaleiros botam a mão na consciência, como a petralhada bandida, para se retratar com a opinião pública.

Ao contrário, com a campanha do “Fato ou fake”, a Rede Globo sequestrou o sentido e inverteu a acusação que, se
originalmente era de políticos conservadores contra a infiltração esquerdista da grande mídia, passou a ser o combate contra os cidadãos conservadores e liberais que dão sustentação ao presidente eleito – o que acabou arrastando membros do legislativo e do Pretório Excelso do Supremo Corte para a aventura desmoralizante do “Inquérito do fim do mundo”.

E esse é o ponto que temos todos de entrar em consenso. Pois a fake news surgiu exatamente como uma denúncia de uma voz vitoriosa conservadora do mundo contra uma hegemonia progressista da imprensa que fica distorcendo a realidade.

Quando a própria tentativa de progressistas em eliminar os conservadores se torna uma contradição em termos, uma vez que não se pode verificar progresso sem o ponto de partida conservador. Quando, hoje se sabe, conservadores não são contra o progresso, se não quando às custas de valores da tradição humanista, o que na verdade é regresso.

Sobretudo para nós, desprovidos de alta cultura e senso de discernimento, imersos em nossa mentalidade barroquista miserável: o que era uma denúncia de um conservador contra os progressistas, que sempre colocaram a farsa acima do fato, se contorciona numa arma dos progressistas contra os conservadores com o novo rótulo de fake news. O máximo da torção que pode existir e que é típica da cultura barroquista brasileira.

A partir de agora, se trata de consolidar o que promete ser o início de uma era iluminista, enfim, cuja oportunidade e responsabilidade só cabe a nós. Pois o iluminismo, desde a Renascença europeia, que não nos alcançou devido o assalto barroquista, não se iludam, não foi feito apenas de grandes ideias de grandes artistas, filósofos e cientistas. Mas sobretudo de empresários que as financiaram na prática.

Por isso proponho que tenhamos uma pauta mínima comum de pensamento e ação diante desta guerra de narrativas por que passa a cultura política, jurídica e social brasileira, iniciada a partir das megamanifestações de 2013, com vistas a se consolidar ou dispersar em 2022.

Quando da passagem de dois séculos de barroquismo mental brasileiro teremos a oportunidade histórica de completar a primeira década de relativo e impúbere iluminismo, com a resistência do mestre de todos nós, o filósofo Olavo de Carvalho, ele próprio um autoexilado e sem nenhuma dúvida nosso maior exemplo de brain drain.

Como lema da associação, lanço a sugestão: “antes de cuspir na terra que te pariu, pergunte o que ganhas com isto e o que tens feito para ajudar o Brasil a superar seu impasse civilizatório”?

Por que está cada dia mais claro que, ou saímos desta, juntos, ou estaremos todos condenados a mais algumas décadas de crescimento do tipo marcha-soldado e, pior, com as esquerdas tendo “tomado o poder”, no dizer de seu guru ideológico, para perpetuar a cultura da barbárie do “quanto pior, melhor”, típica retórica do paradoxo barroco-esquerdista.

E conclamo sobretudo nossos empreendedores para o enfrentamento dos dez segmentos boicotadores do crescimento nacional como já me referi aqui em artigo anterior. Através de grupos de discussão mais aprofundada das causas do impasse brasileiro e suas possíveis saídas.

Pois, como um empreendedor ou investidor pode tomar alguma decisão sobre investimento, ou mera alocação de recursos, meio à guerra de narrativas das mídias de massa, o dito jornalismo profissional progressista, um judiciário também cativo de ativismo judicial, uma academia de intelectuais militantes de ideologias esquerdistas hegemônica?

Este é o impasse brasileiro, em conluio com a privilegiatura da alta burocracia, dos políticos fisiológicos, artistas e onguistas mamadores das tetas do Tesouro: impasse cultural, de uma resiliente cultura barroquista que habita nosso imaginário! Que tudo falseia, escamoteia, torce e distorce, retorce e contorce, como na tese de meu livro que você pode conhecer aqui. E que servirá de roteiro para nossos grupos de cidadania corporativa. 

Exemplo? Quando o presidente nos questiona e diz para nos compararmos a Israel, tudo que eles não têm e o que tanto fazem de tão pouco, e tudo o que nós temos de riqueza natural e o tão pouco que somos, e não dá a resposta, eu ouso dá-la: somos cativos de uma narrativa hegemônica de três séculos quando achamos “que Deus provê”, “em se plantando tudo dá” (nosso sucesso real, por sinal), não desfazemos as narrativas imaginárias, fantasiosas, da “segunda realidade quixotesca”, da mentalidade revolucionária denunciada por Olavo de Carvalho, da paralaxe cognitiva, quando queremos crer que a realidade se constitui de nossas crenças.

A ideologia esquerdista materialista é a nossa maior desgraça cultural pois filha dileta e expressão da resiliência secular de nosso barroquismo mental. E para superar este impasse temos de nos conscientizar minimamente da guerra de narrativas e estabelecer o consenso sobre algumas poucas prioridades estratégicas, uma única pauta viável para o país superar a armadilha do baixo desenvolvimento. Como tenho dito:

1. Influenciando de todos os meios possíveis para que os dirigentes e editores das grandes redes de mídia passem a contratar jornalistas e produtores de conteúdo liberais e conservadores para compensar a hegemonia esquerdista das últimas décadas e restabelecer a qualidade do debate público, consolidando a virada iluminista iniciada em 2013, o que já tem ocorrido em algumas poucas redes, como Jovem Pan, Gazeta do Povo, O Antagonista e centenas de canais das redes sociais;

2. Exigindo dos parlamentares o compromisso de mudança do atual sistema de indicação política de ministros das cortes superiores, com o fim de despolitizar a justiça – pois o Supremo Jeitinho hoje nada mais é do que o puxadinho de nanicos partidos de oposição esquerdistas incompetentes eleitorais e legislativos. Além de pressionar pela retomada da tramitação dos processos de impeachment de alguns sinistros do atual Supremo;

3. Exigindo dos políticos a retomada da reforma política com voto distrital puro, voto facultativo, impresso e cláusula de barreira e de desempenho (recall);

4. Exigindo a mudança do sistema de indicação de reitores para as universidades públicas, restabelecendo gestão por desempenho, o critério de mérito e garantindo a pluralidade de ideias;

5. Exigindo a abertura do sistema de produção, gestão e de incentivo cultural para a participação equânime de agentes produtores de conteúdo conservadores e liberais ao lado de progressistas, e só eleger congressistas com compromisso firmado com essa e as quatro medidas anteriores.

Não há nada mais estratégico. Mas se você discorda, nos escreva para o nosso e-mail: [email protected]. E participe de nossos grupos de agentes de cidadania, do curso de cidadania corporativa cujo programa você pode acessar aqui, e nos convença de uma outra agenda mais estratégica. O tempo urge e o que está em jogo é você poder legar no Brasil o patrimônio que construiu aqui para seus filhos e netos, sem ter de engrossar o quadro da Babau Brasil.  


Jorge Maranhão  | Mestre em filosofia pela UFRJ, dirige o Instituto de Cultura de Cidadania A Voz do Cidadão e autor de “Destorcer o Brasil. De sua cultura de torções, contorções e distorções barroquistas”.
Email: [email protected]

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Artigo – do Diário do Comércio de São Paulo: “A privilegiatura e a farsa da República, por Jorge Maranhão https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-diario-do-comercio-de-sao-paulo-a-privilegiatura-e-a-farsa-da-republica-por-jorge-maranhao/ https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-diario-do-comercio-de-sao-paulo-a-privilegiatura-e-a-farsa-da-republica-por-jorge-maranhao/#respond Sat, 08 Jun 2019 00:54:42 +0000 https://www.avozdocidadao.com.br/?p=31913 Ainda com relação à polêmica sobre o texto reproduzido pelo presidente Jair Bolsonaro, que é de autoria de Paulo Portinho, funcionário da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e membro do Partido Novo, a ingovernabilidade do país é devida aos inúmeros sindicatos que tomam conta do orçamento público.

E nem precisa dar nomes aos bois, uma vez que passaram a chover campanhas e vídeos de associações e sindicatos de funcionários públicos nas redes sociais que resolveram vestir a carapuça defendendo seus “direitos adquiridos” contra a reforma da Nova Previdência.

Não tenho nada contra as corporações defenderem suas chamadas prerrogativas diante dos empregados do setor privado, mas não podemos argumentar com falácias barroquistas.

Temos de ter em mente de maneira mais clara possível as diferenças entre prerrogativas e privilégios. E o princípio moral que inibe tais diferenças.

Quando todos puderem, se quiserem, ter um mínimo de saúde, educação e cidadania, tudo bem, que se diferenciem os mais indispensáveis para o bem público dos mais comuns dos mortais. Os detentores de prerrogativas diante dos detentores apenas de direitos.

Mas “direitos adquiridos” me parece abuso de direitos. Pois podem ter sido “adquiridos” por meios ilegítimos, uma vez que nem todas as leis se pautam pelos princípios da moralidade pública.

Seguindo a regra de ouro da tradição moral ocidental, de que tudo que não puder ser minimamente constituído como direito de todos, na verdade, não pode ser concedido como direito de ninguém, temos o próprio fundamento da democracia e da república.

O que implica que todos somos iguais perante a lei, ou que não se pode defender apenas para sua categoria o que não possa ser estendido a todas as demais. A menos que se aceite o inaceitável que é a farsa de uma república torcida nos paradoxos do barroquismo mental.

Uma república que não é de todos, mas cativa de corporações organizadas em verdadeiros sindicatos de defesa de privilégios, simplesmente não é uma república. Mas apenas uma farsa.

Não se trata, portanto, da luta decisiva de um presidente contra a chamada privilegiatura, mas uma luta de todos os cidadãos comuns que querem mudar o Brasil para que este se aproxime mais de uma verdadeira república.

Neste sentido, identificar e dar nomes aos bois dos republicanos de araque, dos farsantes da pátria, dos renitentes contorcionistas da realidade, dos sofistas de plantão, dos retóricos das falácias, barroquistas privilecos, passa a ser dever cívico e moral de todos os cidadãos comuns.

Que devem identificá-los para o escrutínio de todos os demais cidadãos. E segue a lista para o conhecimento público, não apenas dos sindicatos das corporações que privatizam os recursos públicos, mas a lista de seus “direitos adquiridos”.

Que o leitor examine e faça, inclusive, contribuições de acréscimo ou de exclusão se os argumentos lhe parecer convincentes, sempre à luz do princípio moral de que se exija mais dos que têm mais para servir do mínimo os que menos têm:

  1. Liste-se o quanto somam os penduricalhos salariais e benefícios das elites dos agentes públicos como magistrados, promotores, procuradores, auditores fiscais e demais que lhes assemelham. Os “servidores-sindicalistas”, para além dos “sindicalistas de toga”.
  2. Mas que se aproveite e se explicite quem são os “sindicalistas de cátedra e de reitorias”, que acabaram estendendo seus privilégios para os demais cargos da cúpula administrativa e “autônoma” das universidades públicas.
  3. E também os “sindicalistas do regime próprio” da Velha Previdência. Das altas pensões do RPPS que sempre poderão ter a previdência complementar privada como alternativa;
  4. Assim como os empresários estado-dependentes, “sindicalistas de oligopólios” com dinheiro público, “os campeões nacionais”. Os que nadam de braçada nos créditos subsidiados dos bancos públicos para grandes empresas;
  5. Ou os “sindicalistas de tribuna”,da privilegiatura das legislaturas parlamentares, com verbas de  gabinete, auxílios-paletó, moradia, correios e outras espécimes raras;
  6. Ou os “sindicalistas das estatais” que se fartam de aportes do tesouro para mais de 400 empresas que só dão prejuízo para a União, sustentados com os impostos de todos os cidadãos e apadrinhados por políticos que são seus verdadeiros controladores;
  7. Ou os “sindicalistas dos subsídios” ou das desonerações de setores empresariais inteiros cevados de ganhos públicos fáceis, sem se expor a qualquer competitividade;
  8. Ou os “sindicalistas da pelegagem” que vivem dos impostos e contribuições sobre os salários dos trabalhadores, tanto para alimentar sindicatos de pelegos como a jabuticaba da justiça do trabalho que só existe no Brasil;
  9. Ou os“sindicalistas da burocracia federal”, que de federal não tem nada, pois que cuidam para que os orçamentos dos entes da União vivam a passear por Brasília para depois retornar aos estados e municípios em forma de toma lá dá cá.
  10. Por fim, quanto aos “sindicalistas da contra-informação”, que se dê melhor uso aos orçamentos escandalosos de publicidade estatal direcionados às grandes mídias que, a cada dia, perdem mais audiência em face da concorrência dos canais independentes das redes sociais.

Já apresentei em meu último livro (*), inclusive, uma alternativa de legitimação dos orçamentos estatais com a mídia. Não através de campanhas ditas de “marketing” dos entes federados ou da União, mas de um programa de publicização de valores, segmento por segmento, dos orçamentos destinados a sindicatos e corporações e seus privilégios, para que a opinião pública tenha condições de formar seu melhor juízo.

Enfim, que se demonstre publicamente os cortes dos privilégios dos que apostam no fracasso do país, dos que se opuseram e se opõem diariamente, não apenas ao governo legitimamente eleito, mas a um Brasil mais justo, próspero e republicano.

(*)“Destorcer o Brasil. De sua cultura de torções, contorções e distorções barroquistas”

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Artigo – Do Diário de Comércio de São Paulo, “A grande mídia e o Brasil”, por Jorge Maranhão https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-diario-de-comercio-de-sao-paulo-a-grande-midia-e-o-brasil-por-jorge-maranhao/ https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-diario-de-comercio-de-sao-paulo-a-grande-midia-e-o-brasil-por-jorge-maranhao/#respond Sat, 06 Apr 2019 14:48:25 +0000 http://www.avozdocidadao.com.br/?p=30443

Quando os controladores da grande mídia irão intervir para garantir uma mínima imparcialidade e a própria sobrevivência de seus negócios?

por Jorge Maranhão 05 de Abril de 2019 às 11:00Mestre em filosofia pela UFRJ, dirige o Instituto de Cultura de Cidadania A Voz do Cidadão e autor de “Destorcer o Brasil. De sua cultura de torções, contorções e distorções barroquistas”

Durante décadas apostei que a grande mídia no Brasil, pelo peso de sua influência cultural e empatia da população, seria decisiva para promover o desenvolvimento de uma elite política de que o país tanto necessita.
Vendo a transmissão da sessão da CCJ inquerindo o Paulo Guedes nesta semana, no momento em que um desqualificado deputado o chama de Tchutchuca, tive vergonha de ser representado por tamanho baixo clero. Para não dizer baixo nível mesmo!

Senti vergonha de fazer parte de uma elite cultural que fracassou pela sua omissão em participar da vida política de modo a não dar lugar ao circo em que tais sacripantas transformaram as Casas Legislativas brasileiras.

Tenho em todos esses anos defendido a tese de que só escaparemos da armadilha do baixo crescimento, do impasse civilizatório e de nosso atávico complexo de vira-latas se uma elite verdadeiramente cidadã colocar a reconstrução do país acima de seus interesses corporativos por mais legítimos que sejam.

E para além das trincheiras política, social, econômica e judiciária, começar esta revolução cultural na trincheira da mídia. Não apenas pela sua excelência técnica, seja no campo do entretenimento, seja na do jornalismo.

Mas sobretudo por ser a única instância de transformação cultural com escala nacional e capacidade de persuasão quase instantânea. Pois não basta expor o circo ao ridículo. Temos de condená-lo!

Durante décadas apostei que a Globo, por exemplo, poderia ser a nossa Fox Corporation que construiu e unificou o espírito nacional americano a partir da magistral campanha “Crime doesn’t pay” da década de 40.

Sobretudo depois do advento da Operação Lava-Jato, que tem mobilizado o civismo e patriotismo transformador de milhões de cidadãos e cidadãs despertos, enfim, para a verdadeira cidadania política.

Mas uma decisão desta magnitude tem de ser tomada pelos controladores das grandes redes de mídia e não pelos artistas e jornalistas produtores de conteúdo e o quadro de executivos que os transforma em gigantescas máquinas de faturamento. Pois nem tudo pode ser delegado.

Se até hoje nossa maior empresa de mídia se saiu bem nesta equação é de se perguntar porque de uns anos para cá os seus programas, até então merecedores de audiências recordes, não têm conseguido transferir esta admiração para a reputação da própria corporação.

Diante de campanhas vigorosas nas redes sociais que difamam a imagem da Rede Globo, por exemplo, os produtores e executivos de seus programas têm feito a escolha errada ao peitar os produtores de conteúdos independentes das redes sociais e os formadores de opinião da sociedade civil, ao invés de aprender com eles as suas estratégias de argumentação que resultaram no fenômeno de descoberta da face oculta de nosso conservadorismo.

Ao contrário, os globais partiram para uma radicalização que, não apenas atrasa o Brasil, como pode colocar em risco o futuro da própria organização.

Pela primeira vez desde a morte de seu fundador, os seus sucessores terão de fazer uma escolha entre a visão de mundo progressista da maioria de seu quadro de funcionários e o novo imaginário social, conservador na sua essência, que surgiu a partir das megamanifestações de 2013.

Ou seguem a opinião democrática da maioria dos cidadãos a favor do atual governo -que compõe a maior parte de sua audiência -ou as opiniões de seu pessoal interno com relação às pautas em jogo no debate público nacional, como desarmamento geral x permissão de armamento em casos especiais, família tradicional x construção social, feminismo x feminicídio, aborto x luta pró-vida, minorias sexuais x militância LGBT, resgate da honra policial x vitimização de bandido, fatos e versões de registros da história recente do Brasil etc

Tirar a esquerda da educação pública de repente vai ser mais fácil pois o patrão mudou. Mais difícil será tirar da empresa de mídia privada, onde os patrões não mudam e compram a farsa de sempre de seus jornalistas e artistas.

Conversando com um dos mais graduados do jornalismo da emissora, ele me disse que imparcialidade para eles é a socialdemocracia mesmo, que não é nem o petismo desmoralizado pela corrupção nem a extrema direita do bolsonarismo obscurantista! Tentei argumentar que não, mas não adiantou.

São todos “ungidos” e acima da plebe ignara moralista que cometeu a insânia de eleger um governo conservador! É de lascar!

Proponho então, em prol do Brasil, um desafio para os controladores das grandes empresas de mídia: que se faça um daqueles testes ideológicos triviais –que o próprio jornal O Globo já publicou –com os próprios produtores de conteúdo de informação e entretenimento para se verificar a hipótese que levanto.

Teste com questões relativas às próprias pautas dos telejornais e telenovelas: desarmamento, programas assistenciais, cotas raciais, direitos trabalhistas, carga tributária, maioridade penal, pena de morte, migrações, corporativismo e sindicalismo, família tradicional, sexualidade e ideologia de gênero, entre outros.

Verificaremos claramente que a quase totalidade de nossos produtores de conteúdo são de extrema esquerda, de esquerda ou de centro, e jamais de direita!

E aqui a pergunta essencial: imparcialidade jornalística é ser de centro, socialdemocrata, sem incluir a direita para relativizar eventual posições da extrema direita, como incluem a extrema esquerda para relativizar posições de esquerda?

Lamento discordar. A socialdemocracia não é centro ou garantia de imparcialidade. Como diria nosso gênio da raça Roberto Campos, que se confessava de direita e liberal quando a imprensa lhe pespegava o rótulo de extrema-direita, “a socialdemocracia nada mais era do que o socialismo envergonhado”.

Eu diria que se trata de uma torção barroquista, a farsa de apresentar como imparciais posições de centro quando não acompanhadas de uma posição clara de esquerda e de direita.

É o mesmo que ocorre com nossa crença barroquista na alegada “democracia racial” brasileira, onde somos todos pardos, mais pretos ou mais brancos dependendo da conveniência da situação.

Na verdade, se trata exatamente ao contrário, de parcialidade. Da chamada estratégia das tesouras de alternar o poder entre a esquerda carnívora e a esquerda vegetariana, exatamente o esquema de poder que democraticamente os cidadãos brasileiros repudiaram nas urnas, elegendo um conservador nos costumes e liberal na economia, sem voz no elenco de produtores de conteúdo da grande mídia.

E agora? A grande mídia manterá a farsa barroquista da hipérbole de chamar direita de extrema-direita e a esquerda socialdemocrata de centro? Mesmo batendo de frente com a opinião da maioria dos cidadãos que lhe garante a audiência?

Mesmo perdendo audiência a olhos vistos e, junto com ela, a credibilidade e o faturamento? Ou recuará, convocando produtores de conteúdo de direita legítima para garantir de fato a tão alegada imparcialidade?

No caso da Rede Globo, por exemplo, a decisão que poderá evitar a trajetória de confronto com a opinião pública conservadora que resolveu sair do armário será a de manter ou recuar do editorial de 2013, feito pela sua equipe de produtores de conteúdo, que revisou como erro o apoio dado pelo seu fundador à intervenção militar de 64.

Quando os controladores da grande mídia irão intervir para garantir esta mínima imparcialidade e a própria sobrevivência de seus negócios? Como diria Nelson Rodrigues: “O pênalti é tão importante que tem de ser batido pelo presidente do clube”.

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Artigo – Do Diário do Comércio de São Paulo: “A arte barroquista de embrulhar”, por Jorge Maranhão https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-diario-do-comercio-de-sao-paulo-a-arte-barroquista-de-embrulhar-por-jorge-maranhao/ https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-diario-do-comercio-de-sao-paulo-a-arte-barroquista-de-embrulhar-por-jorge-maranhao/#respond Thu, 14 Mar 2019 13:20:20 +0000 http://www.avozdocidadao.com.br/?p=30371

Tudo se pereniza como a contínua farsa de que o Estado deve ser provedor universal, o Estado-babá, e não o protetor tão simplesmente da vida, das liberdades e propriedades dos cidadãos


Por Jorge Maranhão 11 de Março de 2019 às 10:31h

É comentário geral da maioria dos sites recordistas de seguidores das redes sociais, que os sucessivos imbróglios do governo Bolsonaro já deram o que tinham de dar e estão sendo usados pelas forças políticas do atraso como manobra diversionista diante da pauta que realmente interessa aos cidadãos sobre as reformas do Estado.

Quando digo que a cultura subjacente e resiliente nos campos da política, justiça e costumes brasileiros é essencialmente barroquista, as críticas acessórias e adjetivas sobre falas infelizes de ministros –sobretudo da trinca Vélez-Araújo-Damares – por parte de uma mídia corporativa e fabiana vem bem a demonstrar esta tese.

A esta trinca ingênua da política, diante dos setores obsessivos contra o governo, como acadêmicos chapa-branca, jornalistas e artistas globais enviesados, e altos burocratas corporativos, que formam a trinca da resistência esquerdista de maneira geral, que veem o Estado como fonte de seus privilégios, se junta a grande maioria de todos os demais setores da vida nacional.

Setores em geral alheios a esta comédia de erros e cultura de farsa renitente, como os trabalhadores privados, o empresariado feito por conta própria, profissionais liberais e prestadores de serviços autônomos, micro, pequenos e médios comerciantesindependentes, enfim, o Brasil que trabalha e produz distante do estado e seus dependentes privilegiados.

Este é o imbróglio que divide a nação entre uma cultura resiliente de legado barroquista e a esperança de entrada numa era iluminista de sensatez e correção geral.

Imbróglio que, em bom italiano, é confusão, torção, trapaça, farsa, trapalhada, a arte de embrulhar, esconder o real conteúdo. Ou como prefere Elio Gaspari, patranha. Um dos termos mais sinonimizados da língua portuguesa.

Em meu novo livro já levantei mais de 100 sinônimos de logro, engano, trambique etc. Nos primórdios do gênero farsesco e burlesco do Barroco literário italiano e espanhol, e logo disseminado para França e Portugal, tratava-se da narrativa de algo que não é o que parece ser ou parece ser o que não é. Como pode ser o que não é e parece ser o que não parece!

Jeux de mots como cultismo do barroco literário. Jeux d’idées como conceptismo do mesmo barroco. Resultado: jogo, sempre jogo, entre o real e o imaginário, fascinação maior da cultura latina e mediterrânea que, no Brasil restou desilustrada e incontida pelo mais raso iluminismo que fosse. E que aportou em nossas enseadas sem o viço cultural suficiente para restabelecer o equilíbrio inter pars.

Tudo para confundir, desviar do caminho a seguir, seduzir, distrair, dissuadir, desvirtuar! Tudo para evitar fazer o que deve ser feito, por carência imanente de sensatez, senso de proporção e razoabilidade! Da tradição iluminista da filosofia clássica, enfim, mitigada pela nossa singular e ofuscante mentalidade barroquista!

Entenda-se o barroquismo no contexto da globalização da catequização e inquisição do século 15 e 16, mas no contexto da globalização da computação e comunicação dos séculos 20 e 21 é simples anacronismo mental, nosso impasse civilizatório de raiz, condenação ao atraso.

Como diz a deputada Janaína Paschoal, em relação aos imbróglios dos laranjais, para evitar desvio de dinheiro público para financiar eleições, o melhor mesmo seria cortar esta jabuticaba pela raiz.

Acabe-se com o fundo partidário e o fundo eleitoral. E reconheçam o direito fundamental às candidaturas avulsas e ao financiamento privado transparente. Assim só quem realmente quer o bem comum vai procurar a política. Simples assim.

Mera questão de bom senso comezinho no trato cotidiano entre cidadãos comuns. Como tenho defendido há anos com o programa dos Agentes de Cidadania nas redes sociais.

Onde todas as propostas dos cidadãos são de simples senso comum, sensatez e senso de proporção, razoabilidade e efetivo interesse público pois, afinal, estamos nos manifestando no espaço público sobre algo de nosso pleno domínio! Caso contrário, o que estará em jogo é nossa reputação. Simples assim.

E eu mesmo complemento agora com outro imbróglio disfarçado de notícia. Para evitar o desvio de dinheiro público da CNI, por exemplo, cuja investigação levou a cúpula da diretoria para o xilindró, que se extinga também essa outra jabuticaba. Pois não é função do estado capacitar a mão de obra das indústrias, e sim educar indiscriminadamente todos os cidadãos.

Se as indústrias precisam investir na capacitação de seus colaboradores para melhor competir no mercado, ótimo! Que o façam com seus próprios recursos! Simples assim.

Como da mesma forma, produções cinematográficas de apologia ao terrorismo, flagrante delito contra dispositivo constitucional, como o filme “Mariguella”, financiado com recursos públicos, que se autofinanciem com dinheiro privado! Outra vez, simples assim.

Por que se não, tudo se pereniza como a contínua farsa de que o Estado deve ser provedor universal, o Estado-babá, e não o protetor tão simplesmente da vida, das liberdades e propriedades dos cidadãos, via suas forças armadas, diplomacia, polícias, tribunais e órgãos de controle.

E apenas isto, que já é muito. Pois quaisquer outros órgãos, autarquias ou empresas que não se enquadrem nessas funções essenciais, que sejam extintas. Outra vez, simples assim.

Para além do que não for simples, se trata de mais uma exibição das torções e distorções barroquistas, dos exageros custosos dos ornamentos, da troca do essencial pelo efêmero, do substantivo pelo adjetivo, do objeto pelo seu adorno, da vida pelas condições de vida, do imprescindível dever cívico pelos tão ilimitados quanto falsos direitos sociais, da essência pela aparência, do gênero pela espécie, do sujeito pela sua circunstância!

Ou da troca das reformas essenciais do próprio Estado, sobretudo as que o obriguem a uma dieta de restrição institucional e funcional, como as da previdência, da segurança e da justiça, que visam a essencial equidade cívico-jurídica entre os cidadãos, pelas rocambolescas trombadas palacianas, obras de nossa cultural geral de farsa barroquista e nosso apego fatal pelo supérfluo, nossa dificuldade mesma em discernir a realidade da imaginação!

Veja mais em https://dcomercio.com.br/categoria/opiniao/a-arte-barroquista-de-embrulhar 

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Artigo – Do Diário de Comércio de São Paulo: “Como superar a farsa da velha política”, por Jorge Maranhão https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-diario-de-comercio-de-sao-paulo-como-superar-a-farsa-da-velha-politica-por-jorge-maranhao/ https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-diario-de-comercio-de-sao-paulo-como-superar-a-farsa-da-velha-politica-por-jorge-maranhao/#respond Fri, 08 Feb 2019 12:17:42 +0000 http://www.avozdocidadao.com.br//?p=30194

Como superar a farsa da velha política

Não prosperaram as cenas medonhas de tentativas frustradas da velha política se sobrepor à nova política reclamada pelos cidadãos desde os idos de 2013


Por Jorge Maranhão 04 de Fevereiro de 2019 às 14:10
Mestre em filosofia pela UFRJ, dirige o Instituto de Cultura de Cidadania A Voz do Cidadão e autor de “Destorcer o Brasil. De sua cultura de torções, contorções e distorções barroquistas”


Não prosperaram, pois, as cenas medonhas de tentativas frustradas da velha política se sobrepor à nova política reclamada pelos cidadãos desde os idos de 2013.

Cinquenta senadores e senadoras, em sua franca maioriade primeiro mandato, manifestaram em plenário sua preferência pela votação aberta, prerrogativa parlamentar mais do que razoável.

Mas o estertor da velha política comprova a farsa barroquista sob a qual vivemos, desde que o Barroco das artes e das letras do século XVII se extrapolou para a vida jurídica, política e moral de nossa cultura nesses últimos três séculos. Senão, vejamos em três atos exemplares como está vivo o gênero burlesco da farsa onde todos insistem em querer enganar a todos durante todo o tempo:

Primeiro ato: o golpe de tentar sobrepor um artigo do regimento interno do Senado sobre o voto secreto, que protege os parlamentares de uma eventual hipótese de retaliação, sobre o princípio constitucional da publicidade, como norma geral da administração pública, que protege todos os cidadãos eleitores da traição de seus representantes.

Segundo ato: o golpe da imposição de destituição da mesa legitimamente formada pela presidência de um suplente da mesa anterior, que encaminhava à soberania do plenário a decisão de mudança do regime de votação, por recurso externo ao Poder Judiciário, na calada da noite, e pela figura do caricato ministro-plantonista, afrontando a independência dos poderes.

Terceiro ato: o golpe da renúncia do senador Renan Calheiros, como maior representante da velha política fisiológica de conchavos, barganhas e trapaças, como tentativa de tumultuar e anular o processo eleitoral em curso, que acabaria por eleger o candidato da nova política, o senador Davi Alcolumbre.

Mas impressionantes são as “análises” dos comentaristas políticos das grandes redes de televisão que, querendo aparecer mais do que os senadores, tagarelando suas matracas por sobre as falas dos parlamentares, se precipitam em narrativas jurídico-normativas que mais confundem do que esclarecem as inúmeras manobras dos protagonistas.

Como a da ameaça de cassação do mandato dos senadores que abrissem seu voto, declinando o nome de seu candidato e mostrando a cédula de votação, num ato de desobediência à determinação do ministro-plantonista, o mesmo que, de acordo com a conveniência da vez, tanto pode vetar como estimular a intervenção interna corporis no regimento de outro Poder.

Um pequeno intermezzo no ato final da grande farsa da eleição do novo presidente do… “Se nado não me afogo, se me afobo não nado”. Pois é de se perguntar se realmente o torcionismo esquerdista que domina as instituições da república e distorce os valores morais nas últimas décadas, não será mais difícil de se expurgar da vida política do que pensa as trupes de nossos ainda desarticulados conservadores e liberais.

Definidas as direções das casas legislativas, que terão a responsabilidade de tramitar os projetos de reformas de que o país necessita com urgência, resta avaliar as estratégias de argumentação com que o Executivo, particularmente as equipes política e econômica conduzirão o processo de sua aprovação.

Em sua fala de posse o ministro Paulo Guedes foi claro e objetivo. Mas de pouco adianta apontar as corporações dos que legislam, julgam e fiscalizam como inimigos preferenciais, ou culpar “as figuras do pântano, os burocratas corruptos e os empresários piratas do Estado”.

Nem limitar a aliança com a parte sobrevivente dos políticos, os melhores da administração e das instituições públicas e a “mídia que deve ajudar a explicar as medidas”. Por seu viés esquerdista, a mídia tem demonstrado uma profunda má vontade para com o sucesso do governo ignorando seu dever cívico para com o país. E seria ingênuo pensar o contrário.

Tanto para Paulo Guedes como para chefe da articulação política do governo, Onyx Lorenzoni, falta o principal de uma estratégia de argumentação que não pode se limitar aos elementos políticos e econômicos em si.

Falta levar em conta o componente cultural da estratégia, o que verdadeiramente constrói o convencimento argumentativo: o chamamento para a aliança com os mesmos agentes de cidadania que elegeram este governo, os 5 milhões de “marqueteiros” que foram para a rua fazer a campanha de graça na dramática ausência de seu candidato.

Se o chefe da equipe econômica e o articulador político não se municiarem de uma excelente estratégia de argumentação cultural, ficarão nas mãos da grande mídia. Note-se que seus comentaristas políticos tratam o chefe da economia apenas como “um brilhante economista com excelentes ideias”, mas com déficit de capacidade de articulação e trato político com o Congresso.

A guerra é cultural como tenho afirmado aqui e desenvolvi no último capítulo de meu novo livro, quando apresento a proposta de um programa de agentes de cidadania, não apenas nas redes sociais, mas sobretudo numa rede de mídia aberta, nem que seja a própria rede pública, para o engajamento dos cidadãos na crítica e avaliação das políticas públicas e sobretudo nos critérios de cortes do orçamento público de subsídios setoriais e de privilégios das corporações.

Recomento o programa proposto no livro, e já testado nas redes sociais com 323 agentes de cidadania que se dispuseram a identificar uma questão de política pública e, no espaço de 1min e 30seg, apresentar uma proposta de resolução, com vistas à repercussão na grande mídia, sempre intoxicada com a cobertura do poder formal dos políticos.

Pois é ingenuidade privilegiar exclusivamente as redes sociais como se fez na campanha eleitoral e hostilizar a grande mídia no governo como pretendem alguns setores mais “radicais, porém sinceros”.

Pode-se ganhar uma eleição pelas redes sociais, mas não se sustenta um governo se não se buscar aliança com setores da grande mídia. A guerra cultural que acontece no front das redes sociais, não se repete magicamente na grande mídia. Deve-se buscar os representantes do jornalismo mais cívico exatamente para atacar o jornalismo dito “investigativo”, enviesado e intoxicado de gramscismo e demais esquerdismos.

E atacar com uma proposta clara: como os 5 milhões de agentes de cidadania poderão sustentar a política econômica na sua guinada liberal, denunciar as distorções dos valores morais pela esquerda e se manifestar contra os privilégios das corporações, promovendo as reformas independente da guerra ideológica.

Por exemplo, as corporações empresariais: não adianta criticar o Sistema S, mas propor uma aliança com a CACB, a Confederação Nacional das Associações Comerciais, que não depende das tetas do orçamento público, para recrutar os agentes de cidadania que irão arbitrar entre os privilégios corporativos e a farsa dos “direitos sociais” ilimitados do povo.

Com o apoio inicial das redes de TV pública, é fatal que pelo menos uma rede de televisão privada acabe por aderir. E não precisa ser a maior que, por suposto, é a mais infestada pela praga esquerdista, expressa em campanhas comprometidas com “o Brasil que você quer para o futuro” e não com “o Brasil que você constrói no presente”.

A proposta de uma campanha de agentes de cidadania descrita no último capítulo de meu novo livro chama os cidadãos a se pronunciarem sobre a alocação de recursos concretos do orçamento público para cada setor ou corporações envolvidas.

E convida para que elas mesmas abram mão de uma cota parte de seus privilégios para alocação nos serviços públicos que se destinam à grande maioria de cidadãos sem corporação, uma vez que nossos representantes representam mais suas corporações do que a nós mesmos como seus eleitores.

Vejam que a proposta nada mais é do que um embate efetivo no campo simbólico da cultura da retórica barroquista de nossos representantes da velha política, seus burocratas e empresários corruptos, contra o bom senso iluminista dos agentes de cidadania que participam efetivamente da ação política brasileira. Visitem a página de apresentação da tese do livro aqui, bem como aqui a proposta inicial em artigo deste mesmo Diário do Comércio.

Para mais informações acesse https://dcomercio.com.br/categoria/opiniao/como-superar-a-farsa-da-velha-politica

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Artigo – Do Diário de Comércio de São Paulo: “Como superar a farsa da velha política”, por Jorge Maranhão https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-diario-de-comercio-de-sao-paulo-como-superar-a-farsa-da-velha-politica-por-jorge-maranhao-2/ https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-diario-de-comercio-de-sao-paulo-como-superar-a-farsa-da-velha-politica-por-jorge-maranhao-2/#respond Fri, 08 Feb 2019 12:17:42 +0000 http://www.avozdocidadao.com.br/?p=30194

Como superar a farsa da velha política

Não prosperaram as cenas medonhas de tentativas frustradas da velha política se sobrepor à nova política reclamada pelos cidadãos desde os idos de 2013


Por Jorge Maranhão 04 de Fevereiro de 2019 às 14:10
Mestre em filosofia pela UFRJ, dirige o Instituto de Cultura de Cidadania A Voz do Cidadão e autor de “Destorcer o Brasil. De sua cultura de torções, contorções e distorções barroquistas”


Não prosperaram, pois, as cenas medonhas de tentativas frustradas da velha política se sobrepor à nova política reclamada pelos cidadãos desde os idos de 2013.

Cinquenta senadores e senadoras, em sua franca maioriade primeiro mandato, manifestaram em plenário sua preferência pela votação aberta, prerrogativa parlamentar mais do que razoável.

Mas o estertor da velha política comprova a farsa barroquista sob a qual vivemos, desde que o Barroco das artes e das letras do século XVII se extrapolou para a vida jurídica, política e moral de nossa cultura nesses últimos três séculos. Senão, vejamos em três atos exemplares como está vivo o gênero burlesco da farsa onde todos insistem em querer enganar a todos durante todo o tempo:

Primeiro ato: o golpe de tentar sobrepor um artigo do regimento interno do Senado sobre o voto secreto, que protege os parlamentares de uma eventual hipótese de retaliação, sobre o princípio constitucional da publicidade, como norma geral da administração pública, que protege todos os cidadãos eleitores da traição de seus representantes.

Segundo ato: o golpe da imposição de destituição da mesa legitimamente formada pela presidência de um suplente da mesa anterior, que encaminhava à soberania do plenário a decisão de mudança do regime de votação, por recurso externo ao Poder Judiciário, na calada da noite, e pela figura do caricato ministro-plantonista, afrontando a independência dos poderes.

Terceiro ato: o golpe da renúncia do senador Renan Calheiros, como maior representante da velha política fisiológica de conchavos, barganhas e trapaças, como tentativa de tumultuar e anular o processo eleitoral em curso, que acabaria por eleger o candidato da nova política, o senador Davi Alcolumbre.

Mas impressionantes são as “análises” dos comentaristas políticos das grandes redes de televisão que, querendo aparecer mais do que os senadores, tagarelando suas matracas por sobre as falas dos parlamentares, se precipitam em narrativas jurídico-normativas que mais confundem do que esclarecem as inúmeras manobras dos protagonistas.

Como a da ameaça de cassação do mandato dos senadores que abrissem seu voto, declinando o nome de seu candidato e mostrando a cédula de votação, num ato de desobediência à determinação do ministro-plantonista, o mesmo que, de acordo com a conveniência da vez, tanto pode vetar como estimular a intervenção interna corporis no regimento de outro Poder.

Um pequeno intermezzo no ato final da grande farsa da eleição do novo presidente do… “Se nado não me afogo, se me afobo não nado”. Pois é de se perguntar se realmente o torcionismo esquerdista que domina as instituições da república e distorce os valores morais nas últimas décadas, não será mais difícil de se expurgar da vida política do que pensa as trupes de nossos ainda desarticulados conservadores e liberais.

Definidas as direções das casas legislativas, que terão a responsabilidade de tramitar os projetos de reformas de que o país necessita com urgência, resta avaliar as estratégias de argumentação com que o Executivo, particularmente as equipes política e econômica conduzirão o processo de sua aprovação.

Em sua fala de posse o ministro Paulo Guedes foi claro e objetivo. Mas de pouco adianta apontar as corporações dos que legislam, julgam e fiscalizam como inimigos preferenciais, ou culpar “as figuras do pântano, os burocratas corruptos e os empresários piratas do Estado”.

Nem limitar a aliança com a parte sobrevivente dos políticos, os melhores da administração e das instituições públicas e a “mídia que deve ajudar a explicar as medidas”. Por seu viés esquerdista, a mídia tem demonstrado uma profunda má vontade para com o sucesso do governo ignorando seu dever cívico para com o país. E seria ingênuo pensar o contrário.

Tanto para Paulo Guedes como para chefe da articulação política do governo, Onyx Lorenzoni, falta o principal de uma estratégia de argumentação que não pode se limitar aos elementos políticos e econômicos em si.

Falta levar em conta o componente cultural da estratégia, o que verdadeiramente constrói o convencimento argumentativo: o chamamento para a aliança com os mesmos agentes de cidadania que elegeram este governo, os 5 milhões de “marqueteiros” que foram para a rua fazer a campanha de graça na dramática ausência de seu candidato.

Se o chefe da equipe econômica e o articulador político não se municiarem de uma excelente estratégia de argumentação cultural, ficarão nas mãos da grande mídia. Note-se que seus comentaristas políticos tratam o chefe da economia apenas como “um brilhante economista com excelentes ideias”, mas com déficit de capacidade de articulação e trato político com o Congresso.

A guerra é cultural como tenho afirmado aqui e desenvolvi no último capítulo de meu novo livro, quando apresento a proposta de um programa de agentes de cidadania, não apenas nas redes sociais, mas sobretudo numa rede de mídia aberta, nem que seja a própria rede pública, para o engajamento dos cidadãos na crítica e avaliação das políticas públicas e sobretudo nos critérios de cortes do orçamento público de subsídios setoriais e de privilégios das corporações.

Recomento o programa proposto no livro, e já testado nas redes sociais com 323 agentes de cidadania que se dispuseram a identificar uma questão de política pública e, no espaço de 1min e 30seg, apresentar uma proposta de resolução, com vistas à repercussão na grande mídia, sempre intoxicada com a cobertura do poder formal dos políticos.

Pois é ingenuidade privilegiar exclusivamente as redes sociais como se fez na campanha eleitoral e hostilizar a grande mídia no governo como pretendem alguns setores mais “radicais, porém sinceros”.

Pode-se ganhar uma eleição pelas redes sociais, mas não se sustenta um governo se não se buscar aliança com setores da grande mídia. A guerra cultural que acontece no front das redes sociais, não se repete magicamente na grande mídia. Deve-se buscar os representantes do jornalismo mais cívico exatamente para atacar o jornalismo dito “investigativo”, enviesado e intoxicado de gramscismo e demais esquerdismos.

E atacar com uma proposta clara: como os 5 milhões de agentes de cidadania poderão sustentar a política econômica na sua guinada liberal, denunciar as distorções dos valores morais pela esquerda e se manifestar contra os privilégios das corporações, promovendo as reformas independente da guerra ideológica.

Por exemplo, as corporações empresariais: não adianta criticar o Sistema S, mas propor uma aliança com a CACB, a Confederação Nacional das Associações Comerciais, que não depende das tetas do orçamento público, para recrutar os agentes de cidadania que irão arbitrar entre os privilégios corporativos e a farsa dos “direitos sociais” ilimitados do povo.

Com o apoio inicial das redes de TV pública, é fatal que pelo menos uma rede de televisão privada acabe por aderir. E não precisa ser a maior que, por suposto, é a mais infestada pela praga esquerdista, expressa em campanhas comprometidas com “o Brasil que você quer para o futuro” e não com “o Brasil que você constrói no presente”.

A proposta de uma campanha de agentes de cidadania descrita no último capítulo de meu novo livro chama os cidadãos a se pronunciarem sobre a alocação de recursos concretos do orçamento público para cada setor ou corporações envolvidas.

E convida para que elas mesmas abram mão de uma cota parte de seus privilégios para alocação nos serviços públicos que se destinam à grande maioria de cidadãos sem corporação, uma vez que nossos representantes representam mais suas corporações do que a nós mesmos como seus eleitores.

Vejam que a proposta nada mais é do que um embate efetivo no campo simbólico da cultura da retórica barroquista de nossos representantes da velha política, seus burocratas e empresários corruptos, contra o bom senso iluminista dos agentes de cidadania que participam efetivamente da ação política brasileira. Visitem a página de apresentação da tese do livro aqui, bem como aqui a proposta inicial em artigo deste mesmo Diário do Comércio.

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