O milagre de Santa Luzia, de Sergio Roizenblit

Esta semana, mais precisamente até o dia 12 de novembro, próxima quinta-feira, o Museu Lasar Segall em São Paulo nos brindará com um filme especial. Será exibido no Cine Segall o documentário “O milagre de Santa Luzia”, do diretor Sergio Roizenblit. Um filme que, por mostrar o tamanho da nossa diversidade cultural, nos estimula a auto-estima de cidadãos brasileiros. Para quem está fora de São Paulo, o documentário já se encontra em locadoras de vídeo.

Trata-se de uma viagem pelo Brasil que toca sanfona, o Brasil do Nordeste, do pantanal matogrossense, dos pampas gaúchos, do interior de Minas Gerais e até mesmo da urbana São Paulo. E mostra as mais diversas maneiras de se tocar o acordeão, como é chamado o instrumento na região Leste, ou sanfona, como é chamada no Nordeste e Norte e também por gaita no Sul do país.

O documentário traz o mestre Dominguinhos e vários grandes músicos como Sivuca, Arlindo dos 8 baixos, Pinto do Acordeon, Joquinha Gonzaga, Osvaldinho do Acordeon, Renato Borghetti e Patativa do Assaré, dentre outros.

De Patativa, o diretor registra a declamação do repente que dá título ao filme e que relata a vida e a morte do rei do baião Luiz Gonzaga, nascido no dia de Santa Luzia, em 13 de dezembro de 1912 e falecido há exatos 20 anos. O que dá o mote para o argumento de que Luiz Gonzaga vai revelar o Brasil para os brasileiros. E de Luiz Gonzaga, nunca podemos esquecer que foi um dos mais importantes formadores de opinião sobre o verdadeiro sentido da cidadania, com o baião-desafio em resposta à campanha de coleta de donativos feita por Getúlio Vargas, quando da grande seca de 1952: Seu doutô os nordestino têm muita gratidão/pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão/mas doutô uma esmola a um homem qui é são/ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”. Consciência da verdadeira cidadania para ninguém botar defeito.

Na época da montagem final de “O milagre de Santa Luzia”, em 2006, faleceram o grande repentista Patativa do Assaré, além dos sanfoneiros Mario Zan, recordista de vendas no sul do país, e o lendário Sivuca, nordestino que acompanhou os maiores nomes da MPB nas últimas décadas.

Mais um mérito, portanto, para os importantes registros deste documentário absolutamente imperdível. Até dia 12, no Museu Lasar Segall em São Paulo. Mais detalhes aqui, no www.avozdocidadao.com.br.

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