Fórum de Combate à Pirataria treina agente públicos no Nordeste

Uma pesquisa da Câmara de Comércio dos Estados Unidos, realizada pela Ibope e divulgada na última quarta-feira, revela que o Recife é a capital que mais consome produtos piratas, numa comparação com São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O detalhe dramático descoberto pela pesquisa é que os índices de consumo são muito altos e estão presentes em todas as classes sociais, inclusive nas mais ricas, o que indica infelizmente que a pirataria, na região, já faz parte do hábito do consumidor.

A pirataria é hoje o crime mais lucrativo do mundo e movimenta entre 500 e 600 bilhões de dólares. Mais até que o tráfico de drogas, estimado em 350 bilhões. E é um crime que incentiva vários outros, pois o crime organizado, o tráfico de armas e munições, a lavagem de dinheiro e o trabalho escravo estão por trás da pirataria no mundo todo. É sempre bom lembrar que a segurança pública, tão em destaque nos últimos meses, também tem em suas raízes o contrabando e comércio de produtos piratas. Segundo o Conselho Nacional de Combate à Pirataria, apenas 24% da pirataria consumida no Brasil é produzida no país. Os produtos chegam em grandes contêineres e entram contrabandeados pelos portos ou através das fronteiras. Ou seja, a afirmação de que a pirataria gera emprego e promove inclusão social é falsa. Segundo a elaboradora da pesquisa, Solange Mata Machado, “o consumidor desconhece que o dinheiro gasto na bolsa comprada na esquina é o mesmo dinheiro que vai financiar armas e tornar seu filho vulnerável na escola”.

Pensando na situação da região Nordeste, o Fórum Nacional de Combate à Pirataria e a Ilegalidade realizou nesta última quinta-feira, um treinamento especial de agentes públicos no combate à pirataria. A cidade escolhida foi Caruaru, a 135km de Recife, e considerada um dos maiores centros de comércio de produtos piratas no Brasil. Segundo Alexandre Cruz, presidente do FNCP, estima-se que, na famosa Feira de Caruaru, dentre as suas mais de 12 mil barracas, pelo menos 15% delas comercializam produtos piratas como roupas, CDs, DVDs e software.

Aqui na Voz do Cidadão preparamos uma apresentação especial sobre Cidadania e Patrulhamento, onde destacamos o que os cidadãos conscientes podem fazer para fazer valer seus direitos ou mesmo denunciar irregularidades, como a pirataria. De um lado, temos a ouvidoria-geral ou as próprias controladorias de órgãos públicos. Por outro, temos o Disque-denúncia, o balcão do Ministério Público, as seções de cartas na imprensa em geral, os juizados especiais e, para informações e outras dicas, os cidadãos contam com o próprio site da Voz do Cidadão.

Lembramos também que o Fórum Nacional de Combate à Pirataria e a Ilegalidade lançou um telefone especial para denúncias, o 0800 771 3627, que já recebeu mais de 400 ligações e 150 denúncias. Vamos nos manifestar e participar!

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