Caso TV Brasil levanta a polêmica diferença entre o público e o estatal

Agora em março foi lançado um livro considerado polêmico e que teve o mérito de trazer para a cidadania um debate saudável: qual é a diferença entre o que é público e o que é estatal?

O livro é “Em Brasília, 19 horas”, de Eugenio Bucci, num lançamento da Editora Record. Bucci foi presidente da empresa pública de comunicação Radiobrás até o fim de 2007 e, em seu livro, faz críticas ao que considera tentativas de interferência do governo nas matérias que o sistema Radiobrás vinha divulgando. Segundo Bucci, várias vezes o governo quis omitir ou alterar notícias para que soassem a seu favor, numa prática conhecida como “jornalismo chapa-branca”. Para ele, o sistema de comunicação que presidia era público – e não estatal – e, por causa disso, precisava se manter imparcial para informar os cidadãos com isenção e credibilidade. E a dúvida é se essa conduta também será adotada para a recém-lançada TV Brasil, primeiro esforço do governo em criar uma rede de TVs públicas.

Pois é aqui que a cidadania deve se pronunciar para esclarecer dois conceitos que os cidadãos costumam confundir: o que é público é a mesma coisa que o que é estatal? Uma TV pública é também uma TV estatal?

Como o jornalista Alberto Dines bem definiu certa vez, “uma TV pública recebe recursos do governo mas tem autonomia de gestão. Além disso, agrega emissoras educativas. Assim, por não ter que concorrer com emissoras comerciais pode teoricamente levar ao ar uma programação diferenciada e de melhor qualidade. Já uma TV estatal, além de receber recursos governamentais, é controlada pelo Estado. Sua programação consiste em divulgação e promoção de seus feitos, além de fazer sua defesa. Algo bem diferente de uma emissora pública.”

Ou seja para ser considerada pública de verdade, uma TV pública como a nossa TV Brasil não pode sofrer qualquer tipo de patrulhamento de informação, como Eugênio denuncia. Pois esse controle sempre será de cunho ideológico e político, que serve mais ao público (que é de todos os cidadãos) do que aos interesses de governos que ocupam temporariamente as instituições do Estado.

Na vozdocidadao.com.br o ouvinte do Quintal têm um link direto para a página do livro “Em Brasília, 19 horas”, de Eugenio Bucci, no site da Editora Record. Conheçam mais sobre os bastidores do nosso sistema público de comunicação!

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