Campanha por mais mulheres na política esbarra nos partidos políticos

ouvirOuvintes do Panorama, como vocês sabem, março é o mês das mulheres e vale a pena lembrar delas aqui quando o assunto é cidadania e a necessária responsabilidade política que todas devem ter.

Infelizmente, a atuação dos cidadãos mais conscientes na política tem sido mais pelo lado masculino que pelo das mulheres. Para vocês terem uma ideia, no Congresso Nacional é pequena a participação das mulheres: apenas 9% na Câmara dos Deputados e 10% das vagas no Senado. Em termos de uma cidadania planetária, a última pesquisa da Organização das Nações Unidas, a ONU, colocou o Brasil na posição de número 120 em um ranking da proporção de mulheres nos parlamentos. Isso significa que estamos atrás de países islâmicos como Paquistão, Sudão e Emirados Árabes Unidos, que pertencem a culturas mais fechadas e machistas que a nossa.

E é por isso que é muito bem-vinda a mais recente iniciativa do Tribunal Superior Eleitoral, lançada esta semana. A campanha “Mulher na Política” tem o objetivo de incentivar as mulheres a participar da política do país, candidatando-se aos cargos eletivos que estarão em disputa em outubro deste ano. A campanha vai ficar no ar até o dia 30 de junho, último dia para que partidos políticos façam suas convenções e escolham seus candidatos.

Mas todo cuidado é pouco, pois parece que alguns partidos pretendem “pegar carona” na ideia do TSE mas com outros objetivos. Esta semana um grupo de deputadas federais se reuniu com procuradores eleitorais federais para tratar do tema. Uma delas, a deputada federal Jô Moraes, de Minas Gerais, alertou o Ministério Público Eleitoral sobre o aumento de candidatas “laranjas” a cada eleição. São mulheres que têm suas candidaturas registradas pelos partidos políticos apenas para cumprir a determinação da Lei Eleitoral.

Pela legislação atual, os partidos são obrigados a reservar uma participação de, no mínimo, 30% para cada sexo. Mas essas candidatas acabam sem qualquer suporte desses partidos, e aí, sem financiamento, apoio ou tempo de televisão, não conseguem votação expressiva nas eleições.

Por isso, vale a pena conhecer aqui no www.avozdocidadao.com.br o material de divulgação da campanha “Mulher na Política”. Aproveite e repasse aos seus amigos e amigas. E pensem bem sobre o tema. Afinal, se atualmente as mulheres são 51% do eleitorado no Brasil, porque apenas 31% das candidaturas são femininas?

Participar da vida política é mais que um direito da mulher; é um dever de toda cidadã consciente e atuante. Até a semana que vem!

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