Veja – A Voz do Cidadão https://www.avozdocidadao.com.br Instituto de Cultura de Cidadania Tue, 04 Jun 2019 17:34:54 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.2.8 Redes sociais – Vlog do Lilo, com 280 mil seguidores, faz acurada análise da extrema imprensa neste fim de semana! Não percam! https://www.avozdocidadao.com.br/redes-sociais-vlog-do-lilo-com-280-mil-seguidores-faz-acurada-analise-da-extrema-imprensa-neste-fim-de-semana-nao-percam/ https://www.avozdocidadao.com.br/redes-sociais-vlog-do-lilo-com-280-mil-seguidores-faz-acurada-analise-da-extrema-imprensa-neste-fim-de-semana-nao-percam/#respond Sat, 11 May 2019 11:18:26 +0000 http://www.avozdocidadao.com.br/?p=30577 Estamos falando das duas principais revistas semanais de informação, como Veja e Isto É, indo a caminho do abismo do descrédito e desmoralização!

Editores que não acreditam que o país mudou, que cultura muda, sim, a despeito de seu enviesamento esquerdista!

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Artigo – O castigo real, por J. R. Guzzo https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-o-castigo-real-por-j-r-guzzo/ https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-o-castigo-real-por-j-r-guzzo/#respond Mon, 22 Apr 2019 14:38:16 +0000 http://www.avozdocidadao.com.br/?p=30498

De Veja, em março 21, 2019

José Roberto Guzzo, mais conhecido como J.R. Guzzo,  um jornalista brasileiro, diretor editorial do grupo EXAME e colunista das revistas EXAME e VEJA, integrando ainda o Conselho Editorial da Abril.

O pior dos mundos nesse embate entre Bolsonaro e mídia é a briga de rua na qual se vive hoje; não têm nada de bom, de um lado, e têm tudo de ruim, de outro.

Está na hora, mais uma vez, de falar algumas coisas sobre as guerras sem pausa, sem cavalheiros e sem regras a que o público pode assistir nestes tempos de cólera descontrolada entre os meios de comunicação e o governo do presidente Jair Bolsonaro. É o caso de indagar: será que o leitor já não está enjoado de continuar ouvindo a mesma ladainha? A única opção disponível, enquanto não se consegue uma resposta decente para a pergunta, é ir adiante – não vale fazer de conta que está tudo bem, pois nada está bem. Na verdade, nunca esteve tão mal, e quem paga o preço é o cidadão que sustenta as duas partes, governo e imprensa. Ele teria o direito de ser informado sobre como o seu país está sendo governado. Não é o que acontece. O que lê, ouve ou vê na mídia só está servindo para lhe mostrar que os dois lados não estão aí para explicar, mas para se detestar – e parecem perfeitamente satisfeitos em continuar assim.

É cansativo, e principalmente inútil, ficar queimando válvula na tentativa de explicar quem está com a razão. Para quê? Bolsonaristas e comunicadores acreditam que estão certíssimos, e a última coisa que querem ouvir nesta vida é alguma modalidade de argumento racional. Além disso, tanto faz – as realidades, como sempre, se encarregarão de mostrar quem acertou e quem errou. Nas próximas eleições, daqui a dois e a quatro anos, os eleitores vão tomar a única decisão que realmente importa – vão reeleger as forças do governo, caso achem que Bolsonaro está fazendo um bom trabalho, ou mandar todos para o olho da rua, caso achem que o seu trabalho foi ruim. Essas decisões serão tomadas em cima de resultados concretos, que a população possa perceber; o resto é conversa fiada, neurastenia e pesquisa de opinião. A mídia, do seu lado, estará com a razão se tiver, neste mesmo período, aumentado o seu público pagante; estará errada se continuar perdendo leitores, ouvintes e espectadores.

O pior dos mundos, de qualquer forma, é a briga de rua na qual se vive hoje. É uma dessas situações que não têm nada de bom, de um lado, e têm tudo de ruim, de outro – e coisas assim, como mostra a experiência, têm as melhores perspectivas de continuar exatamente como estão. O que se pode dizer, neste momento, é que o governo faria um grande favor a si próprio, e provavelmente aos governados, se pusesse na cabeça de uma vez por todas que os meios de comunicação deste país odeiam o presidente da República, seus ministros, seus generais, seus programas, seus valores, suas crenças, seus defeitos e suas virtudes; odeiam, sobretudo, que cerca de 60 milhões de eleitores tenham colocado Bolsonaro na Presidência por estarem a favor das posturas que ele defende. Quando a coisa fica assim, não tem mais conserto. Game over. Se Bolsonaro descobrir a cura do câncer, amanhã ou depois, a mídia vai ficar contra; ainda não sabe direito como faria um negócio desses, mas com certeza acabará encontrando um jeito de fazer.

Esse espírito de guerra religiosa que se desenvolveu dentro da mídia é formicida puro. Está na cara, entre outros efeitos tóxicos, que, agindo como têm agido em relação ao governo, os meios de comunicação abrem uma avenida inteirinha para serem acusados de uma coleção completa de pecados mortais. A mãe de todos eles, no fundo, talvez seja a hipocrisia – a tentativa de mostrar que está apenas cumprindo o seu dever de informar e opinar, quando muitas vezes falsifica ambas, informação e opinião, com o propósito de fazer oposição política. Não dá para negar, com base na observação dos fatos, que a imprensa brasileira de hoje está decidida a não mudar de ideia e não mudar de assunto; acha que o governo está sempre errado, em tudo, e que o único interesse do público é ficar ouvindo isso todos os dias. Há, comprovadamente, a divulgação de notícias coladas a suposições sem fundamento, conclusões fantasiosas e interpretações sem pé nem cabeça. Utiliza-se todos os dias o expediente de chamar “especialistas” para dizer, a respeito de qualquer coisa, unicamente aquilo que os jornalistas querem que seja dito. Há as mentiras, enfim – publicadas de propósito ou, então, por negligência, imperícia ou imprudência. Uma criança de 10 anos de idade sabe mentir. Por que raios uma pessoa crescida não mentiria – só porque trabalha na imprensa? Ah, vai. Em todo caso, por um caminho ou por outro, fica evidente a existência de um generalizado, banal e agressivo descaso pela verdade.

O fato, comprovado pela memória digital onde tudo se grava, é que a mídia nacional resolveu participar da campanha eleitoral de 2018 tomando partido contra a candidatura de Bolsonaro – e contra a maioria do público, também. Perdeu as eleições, já que o eleitorado decidiu fazer precisamente o oposto do que os comunicadores queriam que fizesse. A essa altura, em vez de parar um pouco para perguntar se não havia nada a corrigir no roteiro seguido até ali, a imprensa dobrou a aposta. Ficou ainda mais brava do que já estava durante a campanha; desde a eleição, trata o governo Bolsonaro como ilegítimo. Não há sinais de que nada disso vá mudar nos próximos quatro anos.

Um exemplo que talvez ajude a entender melhor as coisas é a convicção, manifestada por Bolsonaro e muitos dos seus seguidores, de que a mídia deveria estar cobrando quem é o mandante da tentativa de assassinato que quase o matou no final da campanha eleitoral. Acham que o seu caso merece tanta atenção, pelo menos, quanto o da vereadora Marielle. O presidente pode esperar sentado; não vai rolar. Na opinião da imprensa, não há mais nada a perguntar sobre o assunto. A polícia já não disse que o criminoso é um débil mental que agiu sozinho? Pois então: qual é a dúvida? Se a polícia falou, está falado. Além disso, há os “laudos técnicos”, que garantem que o homem não deve nem ser julgado, pois não tem culpa nenhuma pelo que fez, coitado. Laudo de peritos, na tradição da Justiça brasileira, é algo que se compra como um pastel de feira, mas tudo bem. O nosso jornalismo investigativo também não é de ferro; não vai sair por aí procurando coisas que não gostaria de encontrar.

É por histórias como essa que o governo se acha na obrigação de dar o troco. Em sua maneira de ver as coisas, Bolsonaro e parte do seu sistema de apoio acham que é indispensável reagir. Não se ganha uma guerra com retiradas, não é mesmo? Além do mais, estão convencidos de que brigar com a imprensa dá cartaz junto ao eleitorado; deu certo na campanha e, portanto, vai dar certo de novo. “O Trump” não faz assim? Etc. etc. etc. Só que nada disso vai resolver a vida de ninguém. A obrigação do governo é governar, e não demonstrar que a imprensa está errada; seu dever é ser aprovado pela população, e não pelos jornalistas. A imprensa é ruim? Problema dela. A questão toda, na verdade, é bem simples. Basta levar em consideração que a imprensa não tem nenhuma obrigação legal de ser boa, ou equilibrada, ou de dizer a verdade; o que está dito na lei, apenas, é que tem de ser livre. Ou se convive com esse princípio, ou não há jogo. Quem tem de julgar a qualidade da mídia, e decidir se vale a pena pagar pelo seu conteúdo, é o público – e o governo pode ter certeza que ele está fazendo exatamente isso. Trata-se de um juiz muito mais cruel do que os bolsonaristas imaginam; quando pune um veículo, vai embora e não volta nunca mais. Não há salvação para quem é condenado.

Bem que o presidente poderia se contentar com isso.

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História do Brasil – Antecedentes da revolução de 64 por quem testemunhou https://www.avozdocidadao.com.br/historia-do-brasil-antecedentes-da-revolucao-de-64-por-quem-testemunhou/ https://www.avozdocidadao.com.br/historia-do-brasil-antecedentes-da-revolucao-de-64-por-quem-testemunhou/#respond Sun, 07 Apr 2019 14:40:53 +0000 http://www.avozdocidadao.com.br/?p=30446 Em depoimentos exclusivos, Roberto Freire, Jorge Bornhausen, Pedro Simon, Djalma Bom, Fernando Gabeira e Jarbas Passarinho falam sobre a história dos partidos políticos no Brasil. Neste vídeo, conheça a situação do país antes do golpe de 1964.

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Artigo – Do blog de J.R. Guzzo “A mídia diante do público”. Imperdível! https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-blog-de-j-r-guzzo-a-midia-diante-do-publico-imperdivel/ https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-blog-de-j-r-guzzo-a-midia-diante-do-publico-imperdivel/#respond Sun, 09 Dec 2018 23:41:17 +0000 http://www.avozdocidadao.com.br//?p=29832

Fantástico o artigo desta semana sobre a mídia. Poucos jornalistas têm a inteligência e a integridade de criticar o próprio jornalismo que fazem. Parabéns, Guzzo. Ouso achar que teria bom proveito em conhecer a tese semelhante de meu novo livro.

(Publicado na edição impressa de VEJA e no Blog Fatos)

A mídia diante do público

É fácil saber o que aconteceria com uma empresa de ônibus que vende nos seus guichês da rodoviária de São Paulo uma passagem para Belo Horizonte, por exemplo, e leva o passageiro para Piracicaba. Vive fazendo isso, aliás, pois a sua grande dificuldade é anunciar no letreiro a cidade para onde o ônibus realmente está indo. O que aconteceria é o seguinte: os passageiros, um dia, não iriam mais viajar com essa companhia para lugar nenhum. Chega, diriam eles — assim não dá mais. Da mesma forma, se uma pessoa costuma lhe dizer coisas que nunca acontecem, ou simplesmente vive contando mentiras, o mais provável é que você deixe de prestar atenção no que ela diz. Num processo na Justiça, igualmente, uma alegação falsa feita por uma das partes pode lhe causar sérios problemas: todo o resto da sua versão passa a correr o risco de ficar sob suspeita. Para sorte de muita gente, porém, nem tudo funciona assim. A memória dos seus clientes é mais tolerante, ou mais fugaz — e, portanto, mais disposta a esquecer que lhes disseram uma coisa que não aconteceu, ou disseram uma coisa e aconteceu outra, ou, ainda, que aconteceu justamente o contrário do que lhes foi dito que iria acontecer. Faz parte dessa gente de sorte, hoje em dia, a mídia brasileira.

Mas será mesmo sorte — ou, ao contrário, é um problema cinco-estrelas que ninguém está vendo direito? Os leitores, ouvintes e telespectadores podem estar em relativo silêncio, mas há sinais de que a tolerância do público a pagar passagens para uma cidade e ser depositado em outra está deixando de ser uma proteção garantida para a imprensa. Ninguém reclama em praça pública — mas o consumidor de informação nunca reclama em praça pública. Um dia ele simplesmente vai embora, sem dizer até logo, e não volta mais. Quando os proprietários de órgãos de comunicação, e os jornalistas que trabalham neles, percebem o que aconteceu, já é tarde. A menos que tenham o suporte de uma fortaleza financeira em seu conjunto de negócios, podem encomendar o caixão — e os cemitérios brasileiros de jornais, revistas, rádios, televisões e, ultimamente, páginas eletrônicas que se imaginavam a última palavra em matéria de jornalismo moderno estão cada vez mais lotados. A diminuição do público interessado em acompanhar o que a mídia lhe diz não começou agora, é claro. Há dez ou quinze anos a migração passou a ganhar volume — e não parou mais, por motivos que já foram explicados em milhões de palavras, a maioria delas, aliás, lida por bem pouca gente. Mas, pelo menos no caso do Brasil, provavelmente não tinha havido até esta última campanha eleitoral uma oportunidade tão clara de medir o tamanho da distância, a cada dia maior, que separa hoje o que a imprensa imprime ou põe no ar daquilo que existe nos corações, mentes e sentimentos da audiência. É um abismo. A mídia diz uma coisa. O público acha o contrário. A mídia anuncia que vão acontecer os fatos A, B e C. Não acontece nenhum dos três. A mídia quer que as pessoas façam isso ou aquilo. As pessoas fazem exatamente o oposto.

Para que ficar tentando esconder a realidade? O que acaba de acontecer na eleição, muito simplesmente, foi o maior fiasco que os meios de comunicação brasileiros já viveram em sua história recente. É melhor assinar logo o boletim de ocorrência, admitir que alguma coisa deu horrivelmente errado e pensar, talvez, se não seria o caso de averiguar quais falhas foram cometidas. Por que a mídia ignorou a lista de desejos, claríssima, que a maioria da população estava apresentando aos candidatos? Por que não tentou, em nenhum momento, entender por que um número cada vez maior de eleitores se inclinava a votar em Jair Bolsonaro? Durante meses seguidos, os comunicadores brasileiros tentaram provar no noticiário que coisas trágicas iriam acontecer para todos se Bolsonaro continuasse indo adiante — mas nunca pensaram na possibilidade de que milhões de brasileiros estivessem achando que essas coisas trágicas, justamente essas, eram as que consideravam as mais certas para o país. A mídia, na verdade, convenceu a si própria de que não estava numa cobertura jornalística, e sim numa luta do bem contra o mal. Em vez de reportar, passou a torcer e a trabalhar por um lado na campanha, convencida de ter consigo a “superioridade moral”. Resultado: disputou uma eleição contra Jair Bolsonaro e perdeu, por mais de 10 milhões de votos de diferença.

Não é função dos órgãos de comunicação disputar eleições, é claro, muito menos perder. É o pior dos mundos. Já que decidiram fazer a coisa errada, engajando o seu trabalho a favor de um lado e contra o outro, deveriam, pelo menos, evitar o papelão de acabar surrados pelo candidato que declararam “inimigo” e por seus quase 58 milhões de eleitores. Isso, para usar português claro, significa que você está falando, mas ninguém está ouvindo o que você diz — ou ouvindo tão pouco que não faz diferença nenhuma. É a tal “credibilidade” — a sua capacidade de ser acreditado entre os semelhantes, ou levado a sério por eles. No caso da eleição de Jair Bolsonaro, a credibilidade foi para o espaço. Como passar seis meses seguidos ou mais fazendo uma operação contínua contra o candidato menos equipado materialmente para disputar a campanha eleitoral e constatar, no dia da apuração, que todo esse esforço não resultou em nada? A conclusão é que o público está pouco ligando para o que a mídia lhe diz. A partir daí, ela se torna irrelevante na vida real. Fica como arquibancada em jogo de futebol: xinga o juiz de ladrão e o técnico de burro, mas não altera em nada o resultado do placar.

Os fatos estão aí, confirmando a futilidade de projetos para ganhar eleições livres, hoje em dia, sem combinar o resultado com as pessoas de carne e osso que vão votar. Inven­tou-se como estratégia, desde o começo, que o ex-presidente Lula era candidato à Presidência da República em 2018 — não apenas isso, a mídia garantia que ele era o favorito disparado para ganhar. Foi uma falsificação integral. Lula não podia ser candidato, porque estava e está na cadeia, condenado a mais de doze anos como ladrão em duas instâncias da Justiça brasileira. Mas os “institutos de pesquisa” asseguravam que Lula tinha “40% dos votos”, que havia “avançado mais X pontos”, que ganhava de todos os outros candidatos — e a imprensa, em peso, reproduzia essa fábula em suas manchetes. Só quando o próprio Lula, em pessoa, anunciou que não era candidato, as pesquisas retiraram o seu nome da lista. No meio-tempo, man­teve-se viva por vários dias a ficção de que “a ONU” iria obrigar o Brasil a aceitar a candidatura — chegaram a convocar o STF para julgar essa aberração. Sai Lula, entra Fernando Haddad. Sete dias antes da eleição, uma das “pesquisas”” deu Haddad com “22%”, numa “ascensão” que só poderia levá-lo, matematicamente, à vitória. Para não deixar dúvidas, todos os meios de comunicação repetiram até o dia da eleição que Bolsonaro perderia de “todos os outros candidatos” no segundo turno, em “todas as pesquisas”. Deu-­se o exato contrário.

Nos dias finais da campanha apareceu uma reportagem tentando mostrar que haviam sido feitas doações para que Bolsonaro pagasse uma campanha de notícias falsas contra os adversários — em cima disso, pediu-se a “anulação do primeiro turno”, inclusive com atrizes da Globo exigindo, num vídeo eleitoral especialmente irado, “uma atitude” do Supremo. Falsa, mesmo, só a reportagem — reproduzida maciçamente através da imprensa até morrer de inanição, por ausência de fatos, de pé e de cabeça. A brutal tentativa de homicídio que Bolsonaro sofreu em Juiz de Fora foi geralmente tratada como uma notícia menor, fruto natural do “ódio” trazido à campanha em grande parte por ele próprio. Até hoje, a maioria dos jornalistas se refere ao episódio como “a facada”; é jornalisticamente incorreto escrever que um criminoso quis assassinar Bolsonaro. Desde o início da campanha, os mais potentes cérebros da análise política do Brasil deram como fato científico que a candidatura de Bolsonaro iria “desaparecer” assim que começasse o horário eleitoral obrigatório na TV, no qual ele contava com poucos segundos. No mundo dos fatos, Bolsonaro ganhou a eleição — e o candidato que tinha o maior tempo de TV não conseguiu nem 5% dos votos.

Mais do que tudo, talvez, a mídia não chegou nem perto de entender uma realidade evidente: a maioria do público brasileiro, nos dias de hoje, pensa basicamente o contrário do que pensam os jornalistas e os donos dos veículos de comunicação. Tem valores opostos aos dos comunicadores. Aprova o que a mídia condena. Condena o que a mídia aprova. É a favor da polícia, que a imprensa considera inimiga dos pobres, e contra os bandidos, que os jornalistas consideram vítimas da injustiça social. Os heróis da imprensa, como a vereadora Marielle, não são os heróis da população. E nem o que a imprensa divulga maciçamente como sendo problemas essenciais para o Brasil é percebido da mesma maneira pela massa — homofobia, racismo, fascismo, machismo, “agrotóxicos”, terras indígenas, torturas cometidas quarenta anos atrás são vistos mais com indiferença do que com indignação. Em questões como a conveniência de eliminar as diferenças entre os gêneros masculino e feminino, deixando em segundo plano as leis da biologia, mídia e maioria estão simplesmente em posições opostas.

Naturalmente, há um preço a pagar por tudo isso. Ele aparece na dificuldade cada vez maior, por parte da mídia, de fazer avanços na única questão que realmente interessa: a batalha pelo público. Ninguém tem ouvido histórias de veículos que triplicaram seus leitores ou sua audiência nos últimos anos; é perfeitamente óbvio, assim, que o método que vem sendo utilizado pela mídia para fazer o seu trabalho está dando errado. Como poderia estar dando certo se os resultados são um desastre? O aviso das eleições está aí. A televisão, em seu conjunto, deixou de existir como um fator de importância numa eleição brasileira — é como se tivesse sido jogada uma bomba de hidrogênio em cima dela.

Até quatro anos atrás era no programa eleitoral obrigatório que tudo se decidia numa campanha; hoje ele não vale nada. Os “institutos de pesquisa” também podem publicar os números que bem entenderem na mídia. Não são capazes de mudar coisa alguma. Não quando dizem que Dilma Rousseff seria “a senadora mais votada do Brasil” — e ela acaba em quarto lugar. Os meios de comunicação, enfim, fizeram uma guerra sem descanso contra Bolsonaro — e sua influência foi absolutamente nula no resultado da eleição.

A internet, o Facebook, o Twitter e o restante do arsenal nuclear que a tecnologia eletrônica despeja a cada momento sobre o universo das comunicações mudaram a política no Brasil em 2018. Há muitos anos vêm transformando a imprensa num animal cada vez mais diferente de tudo o que possa ter sido — e não há sinais de que essa história venha a tomar um novo rumo. Em momentos como este, é uma tragédia que a imprensa brasileira venha demonstrando, no conjunto daquilo que publica em seus veículos, uma inteligência inferior à inteligência média dos seus leitores, ouvintes e espectadores. Desse jeito, torna-se cada vez mais inútil para eles. Da mesma maneira, é complicado manter-se em estado de hostilidade eterna perante o público. É como dizer a todos: “Não queremos mais você por aqui. Vá ler outra coisa. Pista”. Ninguém vai chegar a lugar nenhum por aí.

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Mídia – A guerra perdida da grande mídia contra a cidadania atuante nas redes sociais https://www.avozdocidadao.com.br/midia-a-guerra-perdida-da-grande-midia-contra-a-cidadania-atuante-nas-redes-sociais/ https://www.avozdocidadao.com.br/midia-a-guerra-perdida-da-grande-midia-contra-a-cidadania-atuante-nas-redes-sociais/#respond Thu, 06 Dec 2018 14:04:59 +0000 http://www.avozdocidadao.com.br//?p=29817 O fenômeno de esquerdização da grande maioria dos jornalistas não é apenas do Brasil nem de agora. No mundo todo e já há décadas os  produtores de conteúdo, tanto de informação quanto de entretenimento, sempre foram replicadores das ideias socialistas da revolução cultural gramsciana. Só de alguns anos para cá, notadamente depois da década de noventa, logo após a queda do muro de Berlim, ficou evidente o fracasso dos regimes socialistas. No Brasil “o rei está nú” e a mídia tem perdido todas as batalhas contra os cidadãos mais atuantes na política e nas redes sociais. Desde as megamanifestações, até a derrocada do lulopetismo com os sucessivos escândalos de corrupção e a aposta no turning point da direita com a eleição de Bolsonaro. Mas vejam que as redações continuam aparelhadas quando atacam o idealizador da reação conservadora, o filósofo Olavo de Carvalho, de forma tão baixa e pueril. Desmascarando de vez o enorme desprezo que a esquerda tem pela cidadania e a democracia. Confiram e compartilhem.

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Alta cultura e mídia nacional – A matéria de capa da Veja sobre Olavo de Carvalho e a longa entrevista que a originou. Para você comparar e se surpreender! https://www.avozdocidadao.com.br/alta-cultura-e-midia-nacional-a-materia-de-capa-da-veja-sobre-olavo-de-carvalho-e-a-longa-entrevista-que-a-originou-para-voce-comparar-e-se-surpreender/ https://www.avozdocidadao.com.br/alta-cultura-e-midia-nacional-a-materia-de-capa-da-veja-sobre-olavo-de-carvalho-e-a-longa-entrevista-que-a-originou-para-voce-comparar-e-se-surpreender/#respond Mon, 03 Dec 2018 15:08:38 +0000 http://www.avozdocidadao.com.br//?p=29798 São duas horas de entrevista que a Veja resolveu “editar” em 4 páginas. Sem reproduzir, é claro, a dura reprimenda que o filósofo fez da linha editorial da revista. Mesmo assim, a entrevista, ao contrário da matéria de capa dá bem a ideia de que o governo Bolsonaro será um marco, não apenas de novas políticas, mas de uma mudança de paradigma cultural nunca antes presenciada no Brasil.

Trata-se de um preâmbulo da renhida guerra cultural que nossas elites terão de enfrentar entre suas escolhas entre o universo de valores barroquistas e iluministas. Guerra que a grande mídia está perdendo por falta de inteligência do que está ocorrendo com o fenômeno Bolsonaro.

Porque os jornalistas em geral odeiam OC e particularmente os do Globo e da Veja como a capa desta semana demonstra. O que evidencia que a guerra cultural não será decisiva apenas para o sucesso político do governo de direita no Brasil, mas para seu próprio desenvolvimento civilizatório. E a denúncia do barroquismo que fazemos é uma estratégia de subir o nível do debate do esquerdismo contra “a extrema direita”.

Caso não possa acompanhar a entrevista que trata de pontos fundamentais para a compreensão do cenário cultural brasileiro que determina a política e a economia, não caia na xaropada dos “analistas políticos” de plantão. Veja ao menos a aulinha do curso de filosofia que OC disponibilizou para os jornalistas: https://www.youtube.com/watch?v=26hOf3YFP1E&feature=youtu.be

 

 

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Filosofia política – Para Roberto Romano, a mudança na cultura política brasileira está mais nas mãos dos cidadãos do que na Lava Jato. Veja por que https://www.avozdocidadao.com.br/filosofia-politica-para-roberto-romano-a-mudanca-na-cultura-politica-brasileira-esta-mais-nas-maos-dos-cidadaos-do-que-na-lava-jato-veja-por-que/ https://www.avozdocidadao.com.br/filosofia-politica-para-roberto-romano-a-mudanca-na-cultura-politica-brasileira-esta-mais-nas-maos-dos-cidadaos-do-que-na-lava-jato-veja-por-que/#respond Mon, 11 Jun 2018 14:55:27 +0000 http://www.avozdocidadao.com.br//?p=28659 Vejam a excelente entrevista que o filósofo da ética pública brasileiro deu à revista Veja desta semana. Uma lição de cidadania para que não tenhamos vãs e infundadas expectativas.

“A Lava-Jato trabalha com as consequências, não com as causas dos nossos problemas”, diz o filósofo. Para solucioná-los, será preciso empreender discussões árduas, que abranjam desde a responsabilidade do próprio cidadão em monitorar seu município até a criação de uma nova Constituição.

https://veja.abril.com.br/revista-veja/a-solucao-somos-nos/

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