Firjan – A Voz do Cidadão https://www.avozdocidadao.com.br Instituto de Cultura de Cidadania Sat, 22 Aug 2020 14:51:40 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.2.5 163895923 Do Diário de Petrópolis: “Oposição leal, Regan e a indústria”, por Gastão Reis https://www.avozdocidadao.com.br/do-diario-de-petropolis-oposicao-leal-regan-e-a-industria-por-gastao-reis/ https://www.avozdocidadao.com.br/do-diario-de-petropolis-oposicao-leal-regan-e-a-industria-por-gastao-reis/#respond Sat, 22 Aug 2020 14:51:37 +0000 https://www.avozdocidadao.com.br/?p=39872
Vira e mexe, aqui e ali, a “sabedoria” da frase “Aos amigos, tudo; aos inimigos, a Justiça!” nos é repetida. Mas é bom lembrar que era muito citada por um manda-chuva lá das terras baianas. Não posso confirmar que fosse a favorita do ACM, popularmente conhecido como Toninho Malvadeza. A frase transmite uma visão de mundo autoritária muito ao gosto de ditadores. Estes, é óbvio, não são fiéis servidores da lei ou da Justiça. E, por isso mesmo, deve nos induzir a ter um pé (quiçá os dois!) atrás quando temos visão política de longo prazo com a certeza das a sequelas e distorções que inevitavelmente advirão.
A alternativa consequente é o conceito de oposição leal ou responsável. A origem deste conceito vem da velha Inglaterra, que pode ser acusada de muita coisa, menos de ingenuidade política. Lá, é comum a expressão “leal oposição de Sua Majestade”. Está fora de questão a oposição à Sua Majestade. Pode parecer estranho, mas não caberia nem mesmo a quem tem convicções republicanas fazer oposição à Sua Majestade (SM). E a razão está no fato de que estamos nos referindo à SM o Interesse Público. Entre os muitos símbolos que cercam as monarquias parlamentares está o fato de que o monarca é a personificação do interesse público (IP). Na medida em que não deve favores a grupos econômicos e a partidos políticos pela posição (hereditária) que ocupa, ele (ou ela) tem plenas condições de zelar de fato pelo bem comum como jamais o fará um chefe de Estado eleito numa república. Fiscaliza com isenção.
Em princípio, ninguém pode ser contra o interesse público. A oposição a governos tem como função legítima propor uma via alternativa para melhor servir ao IP. Ou aos legítimos interesses de sua representação de classe. E se manter vigilante em relação aos que estão no comando de um País ou entidade de classe. O risco de o grupo dirigente cometer erros ou de caminhar em direção a desvios de rota está sempre presente. A experiência da vida real nos ensina que, no Brasil, esse estado de coisas resulta da falta de monitoramento. Se até Deus aceita oposição – o diabo está aí mesmo! –, cabe a nós imitá-lo.
Herdamos da maquinação de Vargas uma representação sindical, patronal e laboral, sui generis: a contribuição compulsória. Ou seja, a maquiavélica concepção de sindicatos sem sindicalizados, ou muito pouco representativos de ambas as classes na medida em que poucos filiados minavam sua efetiva representatividade. Os recursos caíam automaticamente nos cofres de cada uma dessas representações, uma cocaína anestesiante que calava a voz de seus reais e legitimos interesses. É preciso reagir a essa força inercial poderosa de que só nos livramos recentemente com a reforma trabalhista.
E o que tem a ver a figura do ex-presidente Ronald Regan com o quadro pintado acima? Em uma entrevista dada por ele à revista VEJA, nas páginas amarelas, de 8 de outubro de 1986(!), ele responde a uma pergunta da entrevistadora Flávia Sekles, sobre protecionismo tão ao gosto de Alexander Hamilton, um dos pais fundadores dos EUA. Ele responde com sabedoria, lembrando que, em princípio, o argumento da indústria nascente faz sentido para dar algum apoio aos primeiros passos dela, mas que o abuso desse argumento acaba servindo de disfarce ao mais puro protecionismo.
Certamente, caro(a) leitor(a), deve ter pensado na armadilha que o Brasil criou para sua própria indústria ao manter a proteção por décadas a fio. O Japão também lançou mão do protecionismo sem esquecer de estimular suas exportações de bens manufaturados de modo orgânico, estruturando-se para fabricar a preços competitivos no mercado internacional. Foi nessa linha que Regan respondeu: “Penso que (…) o crescimento e o desenvolvimento ocorreram com muito mais rapidez tanto nos EUA quanto em outros países quando houve verdadeiro incentivo à inovação e à eficiência”. E foi assim que houve maior crescimento do comércio internacional em períodos de abertura.
O Brasil, curiosamente, soube fazer a coisa certa no agronegócio nacional, hoje sucesso reconhecido mundo afora, seguindo a sugestão acima com a clarividência da EMBRAPA e suas pesquisas inovadoras, que nos deram competitividade por hectare plantado e preços imbatíveis no mercado externo. Nada semelhante ocorreu na indústria brasileira. Mas quando vamos além do engano a que a média pode nos induzir, descobrimos que o encolhimento da indústria foi muito diferente entre os estados e regiões do país. (O ex-ministro M. H Simonsen nos alertava quanto aos riscos da média: um indivíduo com a cabeça no forno e os pés na geladeira, na média estaria bem…).
A indústria no Sul do país, por exemplo, se saiu muito melhor do que a fluminense. No plano nacional, o encolhimento da indústria de transformação foi de 16 para 10% do PIB entre 2010 e 2016. No estado do Rio, a queda foi muito maior. Não nos demos conta do que estava acontecendo. O Sul reagiu e nós não. Por quê? Basicamente por ter sido mais ágil para enfrentar o problema com a presença marcante dos empresários na definição de rumos e necessidades da indústria. O SENAI no Sul estava muito mais alinhado com as necessidades das pequenas e médias indústrias da região. Aos técnicos, era dito o que deveriam fazer em benefício das pequenas e médias empresas. Sabemos que as grandes têm capacidade de ir adiante por si mesmas. Claro que isso não impede a colaboração entre a grande e a pequena, como a GE-Celma vem fazendo em Petrópolis. Quanto a salários, hoje no setor público o dobro do privado, uma revisão do Sistema na direção correta se impõe.
O que fazer então? A indústria fluminense precisa se dar conta dos equívocos que aprofundaram seu encolhimento. Renovação em seus procedimentos é fundamental, e pode ser levada adiante pela diretoria recém-eleita da FIRJAN desde que haja boa-fé em relação à oposição responsável. Não podemos aceitar a imagem do “V” deitado, em que a FIRJAN, como instituição, ficou na perna ascendente do “V” ao mesmo tempo que a indústria fluminense se viu morro abaixo na perna descendente do “V” na década passa. Temos que juntar ambas as pernas para cima. Mãos à obra.

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Artigo – Sugestão para os novos e saudáveis ares, por Roberto Aroso Cardoso https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-sugestao-para-os-novos-e-saudaveis-ares-por-roberto-aroso-carodoso/ https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-sugestao-para-os-novos-e-saudaveis-ares-por-roberto-aroso-carodoso/#respond Wed, 21 Nov 2018 09:58:42 +0000 http://www.avozdocidadao.com.br//?p=29746 Passado uma borracha nas amargas recordações que o cenário político brasileiro havia enveredado nos últimos 20 anos, vamos agora unir a Nação para que os valores de austeridade, transparência e honestidade, possam fazer parte de um novo país, onde os verdadeiros patriotas gostariam de criar seus filhos e netos.

Queremos um Novo Brasil, desenvolvendo e oferecendo iguais oportunidades, sem preconceitos nem privilégios, com ênfase na educação, para que todos possam crescer com competência para o trabalho, com segurança às suas famílias, com muito amor à Deus e ao nosso Brasil, restaurando-nos o grande orgulho de sermos verdadeiramente brasileiros, irmanados na paz, no trabalho e no amor.

Queremos um Brasil que não faça da população escravos e sim cidadãos felizes com oportunidades de trabalho e progresso para o sustento de suas famílias, que elimine a falta de criatividade e a sanha voraz dos governos em aplicar tributos de toda a natureza ao seu povo, sem nada oferecer em troca e sem pensar nos verdadeiros filhos de nossa pátria.

Dentro dessa ótica, quando homens de bem democraticamente chegam ao governo, arvoramo-nos em procurar contribuir com propostas lastreadas em nossa experiência, para que mais rapidamente possamos alcançar todos esses almejados patamares, necessários à uma nação desenvolvida, com os olhos voltados ao seu povo.

Vamos nos ater aos princípios básicos de Gestão e Administração. Peter Drucker, um dos magos da Administração Contemporânea, nos diz que o número mágico de subordinados diretos que um executivo deve ter para gerir eficazmente o seu negócio é de no máximo 7. Dentro dessa empírica e não consensual teoria, mas aprovada amplamente pela prática, vimos propor um Plano de Adequação a se iniciar pelo mais alto escalão do Governo, exatamente para que o exemplo venha de cima e se alastre em todo o país, fazendo com que Vice-Governadores e Vice-Prefeitos se enquadrem na mesma filosofia, assim como sejam racionalizadas as Secretarias dos Governos Estaduais e Municipais.

A primeira proposta é de recolocar o cargo de Vice Presidente da República na linha do trabalho, pois hoje os Vices estão única e exclusivamente posicionados para substituírem o Presidente, quando da impossibilidade pessoal do mesmo ou quando do seu afastamento, o que quer que seja. Vices não podem ser eleitos só para substituírem em eventualidades os Presidentes, mas principalmente para trabalhar, como qualquer cidadão que se elege para um cargo público. Dentro dessa ótica, sugerimos uma divisão de trabalhos entre o Presidente e o seu Vice, utilizando a racionalização, de sucesso comprovado por Peter Drucker, dentro da seguinte condição:

Ao Presidente caberia a Administração direta dos Ministros, cujas pastas sejam de maior importância (Super Ministérios) e que possam ser aglutinadas funcionalmente entre si, tais como:

  • Defesa (Forças Armadas),
  • Relações Exteriores,
  • Educação, Cultura e Esporte,
  • Saúde e Previdência,
  • Planejamento e Economia (Fazenda, Trabalho e Renda),
  • Infraestrutura (Indústria, C&T, Inovação, Comunicações, Minas, Energia e Transportes),
  • Justiça e Segurança,
  • Vice-Presidência propriamente dita (representando os demais Ministérios/Secretarias).Ao Vice-Presidente caberiam os demais 7 Ministérios, já enxugados, talvez com denominação de Secretarias, reduzindo-se drasticamente então, os mais de 30 Ministérios e incluindo neles a ação direta da Vice-Presidência, que seria colocada finalmente com seu trabalho, participando ativamente da Gestão Governamental e capacitando-se para, a qualquer momento, poder substituir o Presidente, além de ter assento permanente na Reunião do Presidente com seus Ministros e representar, reportando o status nessa reunião, ou a qualquer momento que solicitado pelo Presidente, a situação real das outras pastas (Secretarias/Ministérios) sob o seu controle, para se levar em consideração nos rumos da Administração Geral do Governo, com mais eficácia e eficiência, recebendo do Presidente a devida orientação, aprovação  e o alinhamento dentro de suas políticas e forma mais adequada de administrar.A cada Ministério ou Secretaria do Governo, aplicar-se-ia também a racionalização interna para redução drástica da máquina estatal, adequando e trocando-se quantidade por qualidade e alta competência.

    São medidas dessa natureza que se espera e que  possam ser rapidamente propagadas e realizadas, assim como as reformas que o país tanto precisa.

    Tudo isso contudo sem esquecer do mais importante, um Plano Sério de Educação a médio e longo prazo, a exemplo do que fez a Coréia do Sul, há 40 anos passados, diminuindo o tamanho do Estado e ampliando as ofertas de trabalho e renda da área privada para gerar bem estar e prosperidade aos seus cidadãos.

A democracia com certeza está trazendo o novo Presidente para dirigir os destinos do país antes que seja tarde, recolocando a ética, o trabalho e o amor à pátria e à Deus, em benefício exclusivo do povo !

Engº Roberto Aroso Cardoso – robertoaroso@gmail.com
– Membro do Conselho Superior da FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro)
– Vice-Presidente do SINDITEC (Sindicato da Indústria de Eletrônica, Telecomunicações, Produção de Software e Hardware, TIC’s, Componentes e Produtos Eletroeletrônicos do Estado do Rio de Janeiro), vinculado à FIRJAN.

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