congresso em foco – A Voz do Cidadão https://www.avozdocidadao.com.br Instituto de Cultura de Cidadania Tue, 04 Jun 2019 18:36:53 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.2.8 Economia política – Repercute no Congresso em Foco o comentário de Jorge Maranhão sobre saída da Ford do Brasil: puro barroquismo! https://www.avozdocidadao.com.br/economia-politica-repercute-no-congresso-em-foco-o-comentario-de-jorge-maranhao-sobre-saida-da-ford-do-brasil-puro-barroquismo/ https://www.avozdocidadao.com.br/economia-politica-repercute-no-congresso-em-foco-o-comentario-de-jorge-maranhao-sobre-saida-da-ford-do-brasil-puro-barroquismo/#respond Wed, 06 Mar 2019 19:44:56 +0000 http://www.avozdocidadao.com.br/?p=30341 Veja matéria abaixo do maior site de cobertura do Congresso Nacional sobre nosso comentário acerca da saída da Ford do Brasil. Enquanto não nos livrarmos de nosso barroquismo mental apelando para o bom senso dos cidadãos comuns, permaneceremos neste impasse civilizatório!

Por que a Ford está deixando o Brasil, segundo Jorge Maranhão

Fonte: https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/13533/sindicatos-pelegos-e-advogados-canalhas-expulsam-a-ford-do-brasil

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Congresso Nacional – Congresso em Foco repercute comentário de Jorge Maranhão sobre nossa barroquista farsa política https://www.avozdocidadao.com.br/congresso-nacional-congresso-em-foco-repercute-comentario-de-jorge-maranhao-sobre-nossa-barroquista-farsa-politica/ https://www.avozdocidadao.com.br/congresso-nacional-congresso-em-foco-repercute-comentario-de-jorge-maranhao-sobre-nossa-barroquista-farsa-politica/#respond Sun, 24 Feb 2019 14:45:48 +0000 http://www.avozdocidadao.com.br//?p=30300 Como resolvemos reativar nosso canal no YouTube, tivemos a repercussão no site do Congresso em Foco, o maior veículo de cobertura do noticiário das casas legislativas federais, do comentário relativo à cobertura mais adjetiva do que substantiva feita pela grande mídia dentro da tese da resiliente mentalidade barroquista de nossa cultura! Vejam e se inscrevam no canal!

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Congresso Nacional – Congresso em Foco repercute comentário de Jorge Maranhão sobre nossa barroquista farsa política https://www.avozdocidadao.com.br/congresso-nacional-congresso-em-foco-repercute-comentario-de-jorge-maranhao-sobre-nossa-barroquista-farsa-politica-2/ https://www.avozdocidadao.com.br/congresso-nacional-congresso-em-foco-repercute-comentario-de-jorge-maranhao-sobre-nossa-barroquista-farsa-politica-2/#respond Sun, 24 Feb 2019 14:45:48 +0000 http://www.avozdocidadao.com.br/?p=30300 Como resolvemos reativar nosso canal no YouTube, tivemos a repercussão no site do Congresso em Foco, o maior veículo de cobertura do noticiário das casas legislativas federais, do comentário relativo à cobertura mais adjetiva do que substantiva feita pela grande mídia dentro da tese da resiliente mentalidade barroquista de nossa cultura! Vejam e se inscrevam no canal!

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Artigo – Do Congresso em Foco: “A falta que a cultura faz”, por Jorge Maranhão https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-congresso-em-foco-a-falta-que-a-cultura-faz-por-jorge-maranhao/ https://www.avozdocidadao.com.br/artigo-do-congresso-em-foco-a-falta-que-a-cultura-faz-por-jorge-maranhao/#respond Thu, 17 Jan 2019 12:36:19 +0000 http://www.avozdocidadao.com.br//?p=30022

Talvez pelo vício de restringir a cultura às suas meras expressões artísticas, intelectuais, folclóricas ou de lazer. Ou às pautas dos suplementos de artes e espetáculos da grande mídia. Esquecendo-se de suas manifestações judiciais, morais, religiosas e ideológicas. E, no máximo, estabelecendo suas relações com a economia, irmã gêmea da política. Quando não insistem em diagnosticar e prever o desenrolar dos fatos políticos em comparação com fatos tidos como semelhantes e ocorridos em tempos passados.

Já os analistas e críticos culturais se obrigam à dura tarefa de estabelecer relações entre os mais variados campos da expressão cultural, incorporando para tal, os recursos conceituais da filosofia da arte e da cultura. Mas não têm a merecida visibilidade por parte da grande mídia dominada pelo imediatismo da cobertura política e econômica, quando não social e criminal.

Para além da proposta de uma nova visão de nossa identidade, trata-se de uma estratégia de argumentação sobre a fadiga da República como nossa maior farsa “progressista”, ao mesmo tempo da descoberta desconcertante de nosso atávico conservadorismo, amor mesmo pelas nossas tradições.

Sobretudo pelo nosso gosto pelas torções, contorções e distorções barroquistas, pura cultura brasileira desastrosamente transbordada para a política, a justiça, a moral e os costumes, sem reconhecimento crítico, mas apenas tomada como nosso “jeito” (ou jeitinho?) de ser.

Tenho trabalhado nos últimos anos – sobretudo a partir das megamanifestações de 2013 de uma emergente classe de cidadania política – com a hipótese de esgotamento de nosso legado cultural barroquista e com a promessa, enfim, de inauguração de uma era iluminista de nossa cultura.

Nesse sentido, tenho defendido a tese de que talvez estejamos vivendo o momento histórico de superar definitivamente a hegemonia barroquista em que estamos enredados há quatro séculos. Mas talvez não estejamos percebendo.

Todavia, todo cuidado é pouco, pois se o iluminismo europeu, impregnado de romantismo, denunciou o esquerdismo como a doença infantil do comunismo, o nosso legado barroco, manco de Renascença e Iluminismo, só agora, depois de um século de defasagem e desastroso transbordamento cultural, está a denunciar nosso esquerdismo como a doença senil do barroquismo.

Nenhum de nossos maiores ficcionistas, sábios ou profetas poderia imaginar essa verdadeira reviravolta dada por nossa cultura política nos últimos anos. Chamaria mesmo de radical torção, um verdadeiro cavalo de pau de nosso legado contorcionista.

Mesmo os grandes intérpretes do Brasil – dentre os mais de 50 que inventariei em meu novo livro – denunciaram causas e fenômenos singulares de nossas raízes históricas e culturais, como o patrimonialismo e o corporativismo, o familismo e o cunhadismo, o coronelismo e o patriarcalismo, o fisiologismo e o bacharelismo.

Mas nenhum culminou no fenômeno mais abrangente, e causa última a meu ver, de todo o complexo cultural brasileiro como o barroquismo, do qual esses outros lhe seriam meros caudatários ou mesmo de incidência setorial nos âmbitos da vida social, familiar, artística, econômica, política ou moral, com suas características mais gerais de gosto pela retórica da farsa, do paradoxal, da ironia, alegoria, paródia e hipérbole.

Para além da proposta de uma nova visão de nossa identidade, trata-se de uma estratégia de argumentação sobre a fadiga da República como nossa maior farsa progressista, ao mesmo tempo da descoberta desconcertante de nosso atávico conservadorismo, amor mesmo pelas nossas tradições, e sobretudo nosso gosto pelas torções, contorções e distorções barroquistas. Nosso libidinal gozo com o arrocho das volutas da cultura nas fartas espirais da natureza.

Aliás, neste meu novo livro, faço um vasto inventário de nossos costumes barroquistas, em todos os campos da expressão cultural nacional para além das artes e das letras barrocas, e que podem ser simbolizados pelas figuras centrais das volutas e espirais barrocas, sobretudo como figuras de representação retórica do paradoxo, da farsa, da ironia e da hipérbole.

Redobradas e desdobradas volutas como formas de se ir para a direita pelo sentido da esquerda e para a esquerda pelo sentido da direita. Torções, retorções, contorções e distorções em campos tão insuspeitos como os registros históricos, os feitos empresariais, os processos judiciais, políticos, culturais e sobretudo morais.

Somos assim mesmo, o estilo da arte barroca do século XVI, sem a mediação e temperança da boa forma e da justa medida da Renascença que lhe antecedeu, nem tampouco da prudência e do equilíbrio da cultura iluminista que lhe sucedeu, desde o século XVII e XVIII, transbordou para todo o complexo cultural brasileiro, nossa chamada mentalidade barroquista, nosso apego à uma visão de mundo moldada em torções, contorções e distorções da realidade.

Enfim, nosso espírito hiperbólico, irônico, alegórico, paradoxal, parabólico, farsesco e burlesco, com que vemos, nos inserimos e tratamos tudo em nossa volta. E reviravoltas.

Meio a nosso barroquismo moral pleno de relativismo, os recursismos de nosso Judiciário plenos de atenuantes e agravantes e a farsa, para não dizer a burla, de nossa política que quer a todos enganar por todo o tempo, eis que um capitão imbuído dos valores da ordem, da disciplina e hierarquia aprendidos no Exército, se empenha em levar ao cenário central de nosso barroquismo político, o Congresso Nacional, o bom senso e a clareza do senso comum, tal qual a fábula O rei está nu, de Hans Christian Andersen.

Só não ouviram os que não quiseram ouvir a voz do capitão que representava a indignação de milhões de cidadãos desde as megamanifestações de 2013 em repúdio aos desmantelos e esbulhos de nossa cínica classe política.

A partir daí, tem sido definitivo o exercício de outro valor muito caro aos militares, a humildade de reconhecer seus próprios limites e se cercar dos melhores de cada área em que terão de atuar.

Assim, o capitão está a convocar os melhores da alta cultura brasileira para pôr em prática políticas públicas plenas de razoabilidade e efetividade, o que pode resultar numa oportunidade histórica de passarmos para uma era iluminista de afirmação do bom senso e do senso de proporção, de desapego, enfim, pelo adjetivismo, ornamentalismo e as desmesuras da vã retórica barroquista.

Para além de um novo governo, o que vemos no Brasil é um grande embate entre duas grandes tradições culturais do Ocidente, o iluminismo e o barroquismo em que temos vivido imersos todos esses séculos, por não conseguirmos reunir verdadeiras elites para empreender, enfim, a mudança do paradigma cultural da vã retórica populista para a ordem da razão no trato da coisa pública.

Nesse sentido, é um equívoco extinguir o equipamento público de maior garantia de transformação cultural contra a hegemonia da revolução cultural na área da mídia privada que teve vigência nos últimos governos petistas.

Para além do desaparelhamento esquerdista nas áreas da educação, da Justiça e das artes, se faz urgente não apenas um Ministério da Cultura, mas sobretudo uma rede de televisão pública. Assim como uma campanha pelo senso comum do cidadão comum.

Aliás, uma única rede pública não pesa no orçamento se for gerida harmônica e independentemente pelos três poderes da República, extinguindo-se esta jabuticaba barroquista de três redes para cada um dos três poderes chamarem de sua, e apenas fazerem propaganda corporativa de seus feitos, uma prova de quão desarmônicos e dependentes são de suas desmesuras.

Sobretudo uma única rede pública, como a BBC, mantida pela assinatura de seus usuários voluntários, os cidadãos, e os compulsórios, com parte ínfima do orçamento publicitário astronômico que empresas e autarquias federais destinam às redes privadas de conteúdo duvidoso.

Manter uma única rede de televisão pública até mesmo como reguladora da pluralidade cultural, ideológica e doutrinária e na conservação de nossas tradições e costumes, que deveria haver na mídia privada, mas não há, é uma oportunidade única de garantir a restauração dos valores morais da tradição ocidental judaico-cristã anunciada pelos ministérios da Educação e Relações Exteriores, uma vez que é a cultura a determinante estratégica do próprio sucesso das políticas econômicas e sociais a serem implementadas.

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O Mapa do Impeachment https://www.avozdocidadao.com.br/o-mapa-do-impeachment/ https://www.avozdocidadao.com.br/o-mapa-do-impeachment/#respond Sun, 06 Mar 2016 16:20:23 +0000 http://www.avozdocidadao.com.br//?p=23002 Em meio aos preparativos para as novas manifestações nas ruas do país, marcadas para o domingo, 13 de março, a reportagem-bomba da revista IstoÉsobre a delação premiada do senador Delcídio do Amaral e a condução coercitiva do ex-presidente Lula prometem aumentar o grau de adesão da sociedade à turma dos indignados com o baixo nível de nossa representação política. O “fundo do poço”, como se referiu o senador Aécio Neves.

A se confirmarem as acusações de Delcídio, não só o partido no poder leva a sua “bala de prata”, mas também toda a sua base aliada e até membros da oposição. Daí ter ficado ainda mais importante a participação dos cidadãos nesse grande recado cívico aos políticos e governantes do momento. Para além das decisões da Justiça – TRF PR, SP e MG, TSE, STJ, STF e mais outras sopas de letrinhas judiciárias –, é preciso manter a pressão sobre os parlamentares que serão, em última instância, quem decidirão em plenário a saída ou permanência da presidente.

Os movimentos articulados pelas redes sociais já perceberam isso, e um dos mais atuantes, o Vem Pra Rua, resolveu “dar uma mãozinha” aos cidadãos mais conscientes e atuantes que querem saber o que seus políticos pensam sobre a questão. Já está no ar a página Mapa do Impeachment, com a lista de deputados e senadores contra, a favor ou ainda indecisos sobre o impedimento de Dilma. O destaque fica por contra do Senado, onde há um empate. Segundo o Mapa, 26 senadores se declararam contra, o mesmo número do que estão a favor. Os indecisos é que podem resolver o impasse: são 29.

O objetivo do Vem Pra Rua, com o seu Mapa do Impeachment, não podia ser mais claro: “Vamos cobrar os indecisos, denunciar os que são contrários e apoiar os que são a favor do impeachment!“.

O movimento Vem Pra Rua tornou-se um dos porta-vozes de uma geração conectada e que exige novos ares vindos da política. Já são mais de 800 mil seguidores que recebem suas mensagem a cada momento, o que torna ainda mais relevante uma lista que seus organizadores divulgaram duas semanas atrás. Com o título “Aconteceu porque você foi pra rua“, a mensagem lista 13 eventos que só se concretizaram porque a cidadania atuante se manifestou e pressionou políticos e governantes.

Eis alguns dos mais relevantes:

– Início do processo de impeachment de Dilma Roussef;

– Deflagração da operação Zelotes, que envolve Lula diretamente ;

– Prisão de um senador da República (o próprio Delcídio do Amaral);

– Prisão de grandes empresários envolvidos nos esquemas de corrupção do governo;

– Negação do habeas-corpus de Marcelo Odebrecht pelo STJ;

– Políticos evitando vida social com medo de constrangimento público;

– Reprovação por 9×0 das contas de Dilma pelo TCU;

– Vereadores e prefeitos reduzindo seus salários;

– População identificando a corrupção como o maior problema do país.

O caminho para uma grande mudança na cultura de cidadania política no país já começou a ser trilhado e acreditamos que este é um processo irreversível.

Organizações da sociedade dedicadas ao controle social como Amarribo Brasil, Voto Consciente, Contas Abertas, Instituto de Fiscalização e Controle, Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, Instituto de Estudos Socioeconômicos, Observatório Social do Brasil, Instituto Avante Brasil,  e tantas outras, agora têm o apoio incrivelmente mobilizador de grupos como o Vem Pra Rua, o Brasil Livre, o NasRuas e mais de 40 outros, que agora se articulam numa grande rede chamada Aliança Nacional do Movimentos Democráticos.

Como bem observa o engenheiro naval Luís de Mattos, em depoimento aqui para o nosso programa Agentes de Cidadania, “antes de reclamar de seu próprio país, é fundamental que os jovens façam a diferença, saiam às ruas, se manifestem, participem e se posicionem frente às grandes questões nacionais, como cidadãos atuantes”.

 

Não temos dúvida de que, depois de tudo isso, sairemos um país melhor, mais consciente e participativo nos debates públicos. Conheçam o Mapa do Impeachment, do Vem Pra Rua, pressionem seus políticos e vamos todos às ruas no dia 13/03!

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O mito, o panelaço e a mídia https://www.avozdocidadao.com.br/o-mito-o-panelaco-e-a-midia/ https://www.avozdocidadao.com.br/o-mito-o-panelaco-e-a-midia/#respond Sun, 28 Feb 2016 16:19:12 +0000 http://www.avozdocidadao.com.br//?p=22998 Uma das consequências mais evidentes em todo este processo de passar a limpo a imagem política brasileira, protagonizado pela Operação Lava Jato, sem dúvida é a desconstrução do maior mito político de hoje, senão o maior da nossa história: o ex-presidente Lula.

Aos poucos, em doses homeopáticas regulares e firmes, foi-se embora a imagem daquele nordestino aguerrido, vencedor, preocupado com os pobres como ele próprio que chegou ao posto político máximo da nação, a Presidência da República.

O que ficará para a história é a imagem de um político oportunista, com pouco respeito à ética e à moral, e que, não faz muito tempo, se achava acima das leis e das cobranças da sociedade. Sua imagem de pai dos pobres resolve tudo, pensava.

Mas, com as recentes “doses” da Lava Jato e as investigações sobre um apartamento e um sítio de propriedade não declarada, a sociedade mostrou que se desencantou de vez com o mito. Enquanto ia ao ar a sua fala no mais recente programa de televisão de seu partido, o que se ouviu em pelos menos 14 capitais pelo país e dezenas de outras cidades foi um panelaço de grandes proporções. Uma manifestação especial, pois desta vez não era o “poste” de sempre falando. Era o mito, a lenda, o inimputável. Fim de conversa.

E, mais uma vez, assim como tem ocorrido com as manifestações de rua, a grande mídia chegou atrasada. Não cobriu a expectativa sobre o panelaço, convocado com antecedência através das redes sociais. Ela veio depois, apenas para noticiar o que todos sabiam, pois já haviam ouvido o som das panelas. Coloca-se, ela também, na mira da desconfiança da sociedade, na medida em que abdica de seu papel de protagonismo da cidadania em informar e formar cidadãos politicamente responsáveis, missão que também a Educação não tem cumprido.

Por incrível que pareça, quem está fazendo isso são as redes sociais, que nasceram para entreter e unir socialmente as pessoas, mas que têm sido instrumentos fundamentais para as iniciativas da cidadania. Não à toa, a luta de hoje pela mobilização dos cidadãos se trava na dimensão virtual, através de redes como a Amarribo Brasil, o Voto Consciente, o Cidades Sustentáveis, a Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos (que engloba grandes mobilizadores como o Movimento Brasil Livre, o Vem Pra Rua, e outros 41), a Abracci/Articulação Brasileira de Combate à Corrupção e a Impunidade, o Observatório Social do Brasil e muitas outras. Juntas, elas têm sido capazes de articular e mobilizar milhões de cidadãos. (Para se ter uma ideia, somente a página do Vem Pra Rua atrai nada menos que 800 mil pessoas). E estão, sim, transformando a relação da sociedade com o fazer política.

Isso tudo à margem da grande mídia, que insiste em ignorar o dia a dia dessa luta, apresentando para seus espectadores apenas fatos consumados, e não todo o processo de articulação e mobilização. Um grande desserviço à transformação que o país precisa, e que passa ao largo dos personalismos e populismos deletérios que invadem o noticiário e saturam os cidadãos.

Essa é a percepção de vários especialistas em mídia, como a consultora em comunicação Nádia Rebouças. Em depoimento para o programa Agentes de Cidadania, ela se mostra preocupada em como a grande mídia não se dedica à voz dos cidadãos, voltando sempre a sua cobertura política para o establishment, o delito e o show. Para ela, “tenho vivido esses anos todos percebendo nitidamente como não se educa através da comunicação, como não se usa a comunicação para transformar consciências. E, hoje, as redes sociais e a internet estão aí.

 

Voltando ao ex-mito, um trecho de sua fala no programa de TV passou batido: “Erramos, mas acertamos mais“. Para quem pertence ao grupo que quebrou a maior empresa nacional e está acusado de rombos bilionários em fundos de pensão, de associação com ditaduras planeta afora, de empréstimos milionários a fundo perdido para governos amigos, de uma dívida pública trilionária que vai gerar uma moratória nefasta em alguns meses – sem falar do desemprego e da inflação galopantes e um estado de caos social equivalente ao de muitos países em guerra – essa frase soa como o velho e batido “Rouba, mas faz“. Lamentável.

Dia 13 de março tem mais povo nas ruas. Participar é dever de cidadania.

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