Os dois lados de Gaza: guerra de bombas e de opinião!

Até mesmo na imparcial BBC britânica, o conflito entre Israel e a Palestina na chamada Faixa de Gaza acabou por despertar opiniões apaixonadas. O protesto ontem na porta da emissora reuniu 150 ativistas de 22 ongs e já chegou ao Parlamento inglês. De um lado, há aqueles que consideram os palestinos o lado fraco e oprimido da questão e que, por isso, a “chuva” de foguetes regularmente lançados sobre o sul de Israel seria perfeitamente justificada. De outro, estão aqueles que consideram a ofensiva de Israel uma demonstração inevitável de que já não se pode mais tolerar tais provocações do lado palestino.

Evidentemente, trata-se de uma questão antiga e complexa, cuja análise deve ser feita com cuidado. Logo de início, percebe-se que a posição do Hamas, grupo que controla Gaza, é idêntica à de fanáticos terroristas. Não se exige nada, não se barganha nada. O objetivo parece ser destruir Isreal, ou pelo menos causar o máximo de destruição possível.

Em excelente artigo publicado semana passada, o administrador de empresas João Luiz Mauad não se furta a “colocar o dedo na ferida”. Sua posição é clara, ao dizer que “o terrorismo, ao contrário do que muitos pensam, não é a arma dos oprimidos, mas dos intolerantes. Por isso, é algo que deveríamos – ao menos todos aqueles para quem a liberdade é um valor sagrado – combater com determinação, pois transigir com a intolerância e o fanatismo é suicídio”. E completa, firme: “o inimigo não é o povo palestino ou o mundo islâmico, mas o voluntarismo ideológico e religioso de jovens fanáticos, muito bem doutrinados e treinados por um súcia de mentes assassinas”.

Pois este, mais uma vez, parece ser o centro da questão. Deixar gerações e mais gerações de jovens serem cooptadas para a destruição e não para a construção de um país melhor, um mundo melhor, é um dos sintomas mais agudos de um déficit de cidadania que está se generalizando pelo mundo. Afinal, é a plena cidadania quem diz que se desde crianças formos treinados a cuidar do que é nosso, a conhecer nossos direitos – e sobretudo os nossos deveres – e a ver o próximo não como inimigo mas como um possível aliado para o controle social do que é público, a liberdade, a paz e o desenvolvimento são possíveis a qualquer nação.

Você pode conhecer aqui na Voz do Cidadão o teor do manifesto de jovens israelenses contrários à ocupação na Palestina. Uma prova de que em Israel existe liberdade, inclusive a de opinião e de manifestação. Leia aqui também a íntegra do artigo “transigir com o fanatismo é suicídio”, de João Luiz Mauad. E uma charge muito interessante sobre o tema. Acesse!

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