O dedo na ferida, de Alberto Carlos Almeida

Um dos temas de maior importância para a discussão da cidadania infelizmente tem sido sistematicamente ignorado pelos candidatos à eleição de outubro. O tema de uma urgente reforma tributária está se perdendo entre acusações mútuas disso ou daquilo e mesmo alegações de paternidade deste ou daquele programa social. Além das mirabolantes promessas de saúde, mais previdência, mais educação, mais assistência social, mais habitação e mais saneamento.

Provavelmente nossos candidatos acreditam que os cidadãos eleitores e pagadores de impostos não estão interessados no assunto. E este é um grande engano, que o livro “O dedo na ferida – menos imposto, mais consumo” torna bem claro aos seus leitores. Recém-lançado pelo sociólogo Alberto Carlos Almeida – aquele mesmo autor de “A cabeça do eleitor” que já comentamos aqui – o livro traz algumas revelações sobre os cidadãos.

A mais importante delas é a de que os cidadãos de renda mais baixa têm noção de que cada um de nós paga muitos tributos e gostariam que esse peso fosse reduzido para usarem o dinheiro naquilo que julgarem mais adequado. O próprio autor se surpreendeu com a descoberta: “O livro está mostrando que o povo sabe muito mais do que a gente achava que ele sabia”.

Para a cidadania, cumpre descobrir porque então movimentos como o Impostômetro, da Associação Comercial de São Paulo, o Xô, CPMF! da Fiesp, ou o mais recente, que é o Impostão diet da Firjan, não conseguem mobilizar os cidadãos tanto quanto seus autores gostariam. Será que eles sabem o quanto os impostos embutidos nos preços “come” de seus salários? Será que têm idéia do real retorno dos programas sociais?

O caminho seguramente é pela via de se levar a esses cidadãos as informações sobre o que se faz de fato com o dinheiro arrecadado e sobre o impacto real que uma reforma no sistema de impostos traria sobre preços, sobretudo dos produtos da cesta básica que faz os cidadãos de renda menor pagaram proporcionalmente mais impostos do que os de renda mais alta. Além da a importância de se fiscalizar e cobrar dos governantes o uso correto do dinheiro arrecadado.

Afinal, se cidadãos pagadores de impostos forem também cidadãos conscientes e engajados, para além de se indignarem com o desperdício dos recursos públicos, vão preferir consumir mais e melhor com a parte desperdiçada de seus impostos. Portanto, além de saber, se conscientizar e se indignar , a pauta definitiva é o que fazer para engajar a todos que já sabem que um país com menos impostos e mais consumo atenderá mais a seus interesses do que o país que temos hoje.

Por isso, conhecer o livro “O dedo na ferida – menos imposto, mais consumo” de Alberto Carlos Almeida é obrigatório. Pois, para a cidadania, menos imposto, só pode ser resultado de menos corrupção, mais transparência e mais controle social sobre governos. E mais consumo significa mais empregos para o cidadão trabalhador.

Cobre do seu candidato uma posição firme sobre o tema da reforma tributária no Brasil. É o seu voto e o seu dinheiro que está em jogo.

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