Editorial –

No Dia do Professor, que a aula seja de consciência de cidadania

Como se sabe, hoje é dia 15 de outubro, quando se comemora no Brasil o Dia do Professor. A palavra vem do latim “pro fides”, aquele que dá fé, aquele que inspira confiança. Será que hoje em dia a categoria tem a confiança da opinião pública?

Ao contrário de anos anteriores quando a data transcorria bem mais tranquila, neste 2013 as redes sociais preveem mais uma “rodada” de grandes manifestações em pelo menos 15 das maiores cidades brasileiras.

Mais de cem mil pessoas confirmaram pela internet a presença nas ruas do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Goiânia, Belo Horizonte, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza, João Pessoa e São Luís, além de Macaé, Juiz de Fora, Londrina e Cascavel. E as cidades que estão aderindo ao movimento não param de confirmar eventos, em sua maioria marcados para começar às 17 horas.

Para além da luta, legítima, por melhores remunerações e condições de trabalho, sob o ponto de vista de uma cidadania atuante, é preciso que a categoria atente para outras questões tão importantes quanto a salarial. Em primeiro lugar, o óbvio: admitir como legítima a infiltração de vândalos e anarquistas nas manifestações, na verdade, é um erro político, na medida em que coloca a opinião pública contra o movimento.

Em segundo lugar, o foco deveria ser a discussão ampla e a implantação plena da Política Nacional de Educação, que trate de infraestrutura, de condições de trabalho, de resultados eficientes e, claro, de remuneração digna para quem não pode fugir da responsabilidade de formar novos cidadãos para o país.

E assim, tirar a educação pública da incômoda posição de ver escolas confessionais e militares produzirem resultados muito melhores anos a fio. Não é à toa que no último exame do Enem, das 100 melhores escolas, 90 são privadas, sendo 23 confessionais. Das 10 públicas, 2 são militares.

Para quem estiver no Rio de Janeiro, o encontro será na Candelária, às 17 horas. Em São Paulo, a manifestação começa às 18 horas, no Largo da Batata. Em Curitiba, na Boca Maldita, a partir das 18 horas. Em Belo Horizonte, a concentração será às 17 horas, na Praça 7. Em Brasília, a partir das 17 horas, no Museu Nacional da República. Já em João Pessoa, a nota é preocupante. Nas redes sociais, vemos que o encontro está sendo marcado por um grupo Black Bloc local, às 17 horas na Praça da Independência.

Vamos comparecer a estes eventos, mas com o espírito de unir forças para um objetivo comum: a melhoria das condições da educação pública de hoje. Mas, principalmente, procurando trazer a nosso favor as forças da opinião pública.

Confira aqui na Voz do Cidadão as cidades com eventos já confirmados e participe como um verdadeiro agente de cidadania, se manifestando e propondo soluções de políticas públicas viáveis e eficientes para o nosso Brasil. Até lá!

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