Manifestação de universitários na USP: questão de valores

ouvirComo temos visto nas últimas duas semanas, estudantes em greve na Universidade de São Paulo, a USP, têm protagonizado lamentáveis incidentes com a polícia, incluindo depredação de patrimônio da instituição e ocupação abusiva da própria reitoria.

Os protestos começaram quando a polícia prendeu três alunos por posse de drogas. Fruto de convênio com a universidade, as rondas policias passaram a ser mais frequentes, principalmente depois da morte do estudante Felipe Ramos de Paiva dentro do campus.

E justamente sobre esse tema, está sendo divulgada na internet uma mensagem esclarecedora. São duas fotos de alunos exercendo o seu sagrado direito de se manifestar. A primeira mostra alunos de cara limpa defendendo a presença da polícia na USP e a garantia de segurança no campus. A segunda imagem mostra os alunos invadindo a reitoria, forçando portas e escondendo o rosto nas próprias camisas. A legenda é forte e diz: “Os dois tipos de alunos da USP. O primeiro lê, estuda, trabalha, defende a lei, age democraticamente e não tem medo de mostrar o rosto. O segundo raramente estuda, desrespeita a lei, defende traficantes, impõe sua vontade de maneira não democrática e esconde o rosto assim como fazem os criminosos.”

Na base dessa polêmica, temos uma nítida questão de valores ligados à correta formação de uma cultura de plena cidadania. Como, por exemplo, o respeito às leis e à propriedade, sobretudo à propriedade pública, a preferência pelo diálogo, os limites da liberdade individual, a consciência do bem público, a diferença entre igualdade civil e igualdade social, e por aí vai.

E, principalmente, a falta de respeito pelos instrumentos adequados, tanto para o exercício do debate de ideias quanto para o devido encaminhamento de propostas aos gestores da universidade através dos centros acadêmicos. Uma prática que deve ser levada para o resto da vida, como o correto uso das instituições de Estado e suas corregedorias, ouvidorias, procuradorias e outros canais de acesso aos cidadãos.

Não podemos nos esquecer que não basta a boa conduta individual. Para ser um verdadeiro cidadão consciente e atuante, além de ser um exemplo é preciso incentivar outros a fazer o mesmo!

Faça você também a sua parte!

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