José Gruc

Recebemos mensagem do cidadão
morador de Copacabana, Rio de Janeiro,
o aposentado José Gruc, com a idade
maior de 80 anos. José nos faz
um breve relato do que foi sua vida em
comum com sua amada Ester nos últimos
quarenta anos em que seu bairro deixou
de lhe pertencer e virou uma terra de
ninguém. Um relato comovente que
pode servir de exemplo a tantos cidadãos
idosos de tantos bairros superlotados
das grandes cidades brasileiras.

José Gruc é descendente
de poloneses imigrantes desse nosso imenso
e contrastado Brasil que, se é
generoso em receber como seus próprios
filhos os filhos de outras paragens, ainda
é primário em respeitar
as regras do bom convívio social.
José relata uma Copacabana amigável
e gentil onde freqüentava os salões
de dança com sua esposa Ester.
Até que a cidade cresceu pela atração
de novas oportunidades de vida para milhares
de outros brasileiros. E Ester passou
a não poder se locomover por meios
próprios em virtude de um derrame
sofrido há doze anos.

Desde então, José precisa
levá-la para passear em sua cadeira
de rodas, para o banho de sol matutino
a que todos deveríamos ter direito
ao pagar o IPTU daquela praia de fama
internacional. Mas José não
pode passar a cadeira de rodas de Ester
pelas calçadas ocupadas por carros
irregularmente estacionados e que, pior
ainda, fecham as rampas de acesso dos
deficientes. José já pediu
providência aos guardadores da vaga-certa
que jogam a culpa na omissão da
Guarda Municipal, que, por sua vez, joga
a culpa na Polícia Militar, que
por sua vez joga a culpa na ausência
de dispositivos punitivos da legislação
e, por aí vai o jogo de empurra
até se chegar à omissão
do prefeito e do governador que estão
preocupados apenas com suas eleições.

Fosse mais jovem, José faria justiça
com as próprias mãos, como
tantos o fazem, arranhando ou furando
o pneu dos carros dos delinqüentes.
Mas este não seria com certeza
o país que desejamos construir.
Assim, pedimos que José visite
nosso site, recorte um de nossos selos-lembrete
de cidadania exemplar e deixe no pára-brisa
dos impostores.

Quem sabe as autoridades constituídas
não o ouvem? Para que, em defesa
dos direitos civis coletivos, possamos
engrossar cada dia mais o coro de nossa
Voz do Cidadão.

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