Interpretação das enquetes

Pela participação e mensagens
dos cidadãos visitantes aqui do nosso
site, dá para se ter uma medida do
progresso e das dificuldades de entendimento
dos brasileiros do que realmente seja conceito
de cidadania.

Como defendemos a tese de que, antes de
direitos sociais, cidadania é sobretudo
consciência de direitos civis coletivos,
podemos fazer agora um balanço dos
resultados das recentes enquetes que estiveram
no ar nos últimos três meses:
perguntados se a guarda das calçadas
é de responsabilidade dos cidadãos
moradores, entre 814 votantes, 48% acharam
que sim e 49% acharam que não. O
que demonstra nossa dificuldade de entendimento
dos limites entre os espaços públicos
e coletivos e os espaços estritamente
privados.

Perguntados se exigiam notas fiscais de
suas transações, entre 695
cidadãos contribuintes, 49% responderam
que sim, dependendo do valor, e 34% as exigiam
sempre, enquanto 17% simplesmente não
pediam. O que pode representar o entendimento
da relação de fiscal dos fiscais
do contribuinte e a diminuição
do déficit fiscal crônico do
Estado.

Perguntados se programariam boicotes tipo
"caladão" contra o abuso
do aumento das tarifas telefônicas,
entre 757 cidadãos consumidores,
91% responderam que sim, e apenas 7% disseram
que não. O que demonstra o excelente
entendimento e exercício dos direitos
dos consumidores entre nós.

Perguntados sobre o fim do voto obrigatório
como forma de combate às manipulações
eleitorais dos políticos, dos 662
cidadãos eleitores, 85% se declararam
a favor, contra apenas 13% contra.

Antes de propormos novas enquetes, como
forma de cultivar entre nós o entendimento
e a prática da cidadania, gostaríamos
de convidar a todos para a reflexão
sobre o desenvolvimento dessa consciência
de cidadania entre os brasileiros, que nos
parece diretamente proporcional à
maior ou menor difusão que cada uma
das dimensões dos direitos civis
coletivos têm no espaço público:
mais relevante e clara no que concerne ao
fenômeno concreto do consumo e das
eleições e menos claro e relevante
o discernimento dos direitos dos cidadãos
contribuintes e moradores com relação
aos temas da justiça e da segurança.
Divulgar e cultivar entre todos nós
este entendimento da cidadania enquanto
consciência e exercício de
controle e cobrança dos mandatos
dos políticos, da boa aplicação
dos orçamentos públicos, da
justiça praticada nos tribunais e
da conduta das empresas nos mercados, é
a missão da Voz do Cidadão.

Participe você também dessa tarefa diária
e ininterrupta de construir um país mais justo
e solidário, por que menos violento e impune
para os nossos filhos!

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