Índice de 24% de suplentes no Senado reacende a questão da reforma política

Esta semana, tivemos pelos meios de comunicação a triste constatação de que nosso Senado Federal passa a abrigar 20 suplentes de senadores atuando no lugar de seus titulares. Isto nos dá a conta de que nada menos 24% do Senado – quase um quarto da Casa – terá seus rumos dirigidos por políticos que não receberam um voto sequer dos cidadãos eleitores.

Esta é uma temeridade que vem trazer à tona mais uma vez a urgência de uma reforma política ampla, e que não contemple apenas detalhes sobre partidos e eleições em geral. E este é justamente o tema da nova cartilha que o Instituto de Estudos Socioeconômicos, o Inesc, lançou este mês.

A cartilha “Plataforma da Reforma Política no Brasil” contém as recomendações dos movimentos sociais para mudanças em nosso sistema político. O destaque vai para o capítulo Construção de uma política pública de educação para a cidadania, onde se revela a preocupação em se estabelecer políticas públicas que visem a desenvolvimento de uma consciência de cidadania para a população. Segundo a entidade, é importante que os poderes públicos desenvolvam programas de formação política e campanhas educativas com o objetivo de levar à sociedade as informações e os instrumentos necessários ao exercício de uma participação mais qualificada e direta na administração pública. Pois, como já dissemos aqui, cidadão não é apenas quem vota com consciência, mas também quem acompanha a atuação dos governantes.

Outro tema interessante é a proposta de criação de mecanismos que garantam a continuidade dos programas e políticas públicas. Afinal, quase sempre o novo ocupante do posto público interrompe o que vinha sendo feito e começa tudo a partir do zero, não dando chance para que planos ainda em desenvolvimento sejam bem-sucedidos.

Aqui na Voz do Cidadão vocês podem baixar a íntegra da cartilha do Inesc sobre Reforma Política, além de uma excelente cartilha sobre o tema, desenvolvida pela Associação dos Magistrados Brasileiros, a AMB.

A luta da cidadania pela urgente reforma de nosso sistema político está avançando e não podemos esperar que os próprios políticos façam alguma coisa. É preciso conhecer as várias opções e cobrar as mudanças. Ou seja, é preciso a nossa participação política. Afinal, como bem disse o filósofo inglês Toynbee: O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam.

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