Índice da Democracia 2006

Revista The Economist lança o seu Índice da Democracia 2006

Hoje em nossa primeira participação de 2007, vamos comentar um importante estudo da revista The Economist, lançado no final de 2006.

Lançada com o título de Índice da Democracia (Democracy Index, no original) a pesquisa é anual e mostra dados de 167 países em todos os continentes e pode dar subsídios interessantes sobre o Brasil atual. Principalmente em face aos recentes acontecimentos no Rio de Janeiro onde, como todos sabem, milícias de policiais estão em guerra aberta com traficantes em vários pontos da cidade.

Os principais itens mensurados pela The Economist incluem se o país possui um sistema pluripartidário competitivo, sufrágio adulto universal, eleições regulares conduzidas através do voto secreto, segurança na apuração, ausência de fraude, e acesso do público aos maiores partidos e suas ações, através da mídia e campanhas transparentes.

A partir dessa base, a The Economist desenvolveu a sua medida do que seria uma plena democracia, baseada em cinco categorias principais: processo eleitoral e pluralismo, liberdades civis, funcionamento do governo, participação política, e cultura política.

Em âmbito mundial, alguns resultados chamam a atenção. Apenas 13% da população mundial vivem em “plena democracia”, que é um número relativamente baixo, apenas 28 países. E 40% da população vive em regimes autoritários (55 países) ou chamados de “híbridos” (30 países). Nas três primeiras colocações ficaram países já conhecidos por seu alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): Suécia, a Islândia e a Holanda, que tiraram nota máxima em quase todos os quesitos. Os Estados Unidos, conhecidos defensores da democracia, ficaram apenas com o 17º lugar.

E o Brasil? Nosso país aparece em 42º lugar, atrás de nações como Eslováquia, Lituânia, Botswana e até mesmo a Índia, um país de costumes rígidos até na política. Estamos classificados dentro do que a pesquisa chama de “democracia imperfeita” ou “com falhas”, sendo que nossas piores pontuações foram nos quesitos “participação política” e “cultura política”. Bastante significativo num país que poucos cidadãos se lembram em quem votaram nas últimas eleições e onde políticos legislam como se não devessem maiores satisfações aos verdadeiros donos de seus mandatos: nós, cidadãos. Para vocês terem uma idéia, segundo pesquisa recente do departamento de ciencias políticas da UNB, 75% dos eleitores brasileiros não se lembram em quem votaram para os vários cargos do legislativo.

E é esse tipo de descompasso com nações mais desenvolvidas que também ajuda a explicar ondas de violência como as que tivemos nas maiores cidades do país, onde o cidadão comum acaba virando simples refém. Ou pior, torna-se um mero peão descartável de um jogo de morte que reflete os desmandos em segurança, saúde e emprego de nossos governantes municipais, estaduais e federais.

Pois é nosso dever exigir mecanismos de controle social de mandatos políticos e da execução dos orçamentos públicos, única maneira de se evitar o corporativismo e a falta de ética que tanto temos visto ultimamente, não só no nosso Legislativo, mas também no Judiciário e Executivo. E assim entendermos que não somos simples peões e, sim, “donos da bola”.

Aqui na Agenda da Cidadania, vocês podem baixar na íntegra o estudo da The Economist (em inglês), “O mundo em 2007” (The world in 2007), onde está a pesquisa Índice da Democracia 2006 (Democracy Index 2006). Para quem quiser conhecer mais, o site da The Economist é o www.economist.com.

Acessem e participem!

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