Falta Educação? Não, falta consciência de cidadania!

Recebemos esta semana uma daquelas mensagens atribuídas a grandes escritores brasileiros e que vivem entulhando a internet e nossas caixas de e-mails com idéias e conceitos que à primeira vista parecem muito corretos, mas que não resistem a uma análise atenta.

Na apresentação chamada “Precisa-se de matéria-prima para construir um país”, o texto supostamente escrito por João Ubaldo Ribeiro cita uma lista de pretensos defeitos da personalidade do cidadão brasileiro. Exibe a corrupção e corporativismo como se fosse um traço característico de nossa cultura. E assim cai no perigoso jogo da simplificação e da generalização. Se temos políticos corruptos, se alguns não se comportam no trânsito ou se temos um sistema educacional falho, então todos somos corruptos, mal-comportados ou adeptos do famoso “jeitinho brasileiro”. E isso é uma grande e óbvia inverdade.

Pois bem. O texto termina alegando que falta educação aos cidadãos. É fato que nosso sistema educacional é falho e que é preciso reverter essa situação o quanto antes, sob pena de perder mais uma ou duas gerações sub-qualificadas.

Mas não basta apenas criticar e falar difusamente que precisamos fazer algo. Precisamos, isto sim, é buscar soluções concretas para melhorar os índices da Educação e qualificar a sua gestão. E isto só conseguiremos através da mobilização dos cidadãos, para que não continuemos nesse ciclo vicioso entre educação e políticos que não priorizam a educação. E que, quando destinam verbas para o setor, não fiscalizam para que ela seja adequadamente utilizada!

Afinal, se a participação política é dever de cada cidadão brasileiro e a essência da verdadeira cidadania, a má aplicação dos recursos públicos em qualquer campo da ação do Estado não é tão nefasta quanto na educação básica. Aplicando mal em educação básica, teremos um cidadão de má qualidade! E que será sempre facilmente enganado pelos demagogos de plantão.

Se estamos nos dando conta de que não pode haver corrupção na aplicação dos recursos públicos, no caso da educação especificamente, temos de ser intolerantes! Trata-se não apenas do futuro de nossos filhos no mercado de trabalho, mas, sim, do futuro de cidadãos que um dia irão administrar nosso país.

Acessem o www.avozdocidadao.com.br e conheçam a íntegra dessa apresentação que anda pela internet. Reflitam sobre o seu conteúdo e procurem discutir com seus amigos e familiares sobre o tema. E, a propósito, o próprio João Ubaldo Ribeiro já esclareceu publicamente que nunca escreveu o texto citado.

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