Campanha contra trabalho escravo começa amanhã, Dia do Trabalho

Este primeiro de maio, amanhã, quando se comemora o Dia Mundial do Trabalho, é uma oportunidade excelente para refletirmos sobre uma das faces mais perniciosas e cruéis das relações de trabalho: o trabalho escravo.

Incrivelmente presente até os dias de hoje, o trabalho escravo é caracterizado quando o trabalhador é submetido a uma ou mais destas situações: jornada exaustiva, condições degradantes de trabalho e restrição à liberdade, em razão de dívida contraída com o empregador.

Pois esta relação entre cidadãos é talvez a mais séria do ponto de vista da cidadania. Uma pessoa somente terá autonomia sobre seus atos e decisões e plena liberdade para sua vida, se tiver de fato propriedade sobre a sua força de trabalho. Propriedade aí no sentido de posse de seus utensílios e aparatos que que se ganha a vida – o “proprius” romano. E não no sentido que vemos comumente divulgado na mídia, onde a propriedade é representada apenas pelos grandes proprietários fundiários e fabris do século XIX. Sem dúvida, uma imagem distorcida e a serviço de ideologias políticas.

E é esta a diferença básica entre o servo e um cidadão livre. Em pleno século XXI, pretender desvirtuar esta relação, jogando cidadãos, que deveriam ser plenos, de volta aos tempos feudais, é crime grave.

Dessa forma, torna-se ainda mais importante a nova campanha contra o trabalho escravo que o Sinait – Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho começa a veicular amanhã, Dia Mundial do Trabalho, em televisão aberta e em rádios. Além de divulgar que são os Auditores Fiscais do Trabalho os agentes públicos que têm a missão de combater essa grave distorção, o vídeo alerta para a real e dramática situação a que são submetidos milhares de trabalhadores brasileiros. Para se ter uma idéia, em 15 anos de ações, os auditores fiscais conseguiram resgatar quase 40 mil trabalhadores escravizados. E isso não se dá apenas nos confins das regiões norte e nordeste. Só este mês, no Paraná, foram resgatados 21 trabalhadores que serviam em fazendas de corte de pinus. Para informações mais detalhadas, consulte nosso link para o site do Sinait.

Portanto, amanhã vamos refletir sobre este que é um dos temas mais caros à cidadania. E, claro, se você tiver conhecimento de cidadãos sendo submetidos a uma das condições que acabamos de mencionar, denuncie imediatamente na Delegacia Regional do Trabalho da sua região.

Deixe um Comentário

Você precisa fazer login para publicar um comentário.