Apesar da eleição de Dilma, participação da mulher no Congresso não muda

A eleição da primeira mulher presidente do Brasil trouxe à luz mais uma vez a questão da cidadania feminina e a representação política da mulheres em nossas casas legislativas.

Do tempo das “suffragettes” inglesas do início do século passado, lideradas por Emmeline Pankhurst e que literalmente deram a vida pelo direito das mulheres em serem cidadãs eleitoras, até os dias de hoje, a mulher tem conquistado mais e mais destaque nos mais variados campos da vida econômica e social. E isso também vem se refletindo na vida política dos países, onde elas passaram a ocupar posições importantes em âmbito mundial, como Hillary Clinton, nos Estados Unidos, Angela Merkel na Alemanha, Cristina Kirschner na Argentina, Ségolène Royal, na França, e agora Dilma Roussef, no Brasil. Ou bem pouco tempo atrás, como Michelle Bachelet, Margaret Thatcher, Benazir Bhutto e tantas outras.

Mas, ao contrário do que poderia parecer, a eleição de nossa presidente não garantiu um aumento da presença feminina nos quadros do Congresso Nacional. Segundo o site Mais Mulheres no Poder, mantido pela Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, o índice de participação feminina permaneceu o mesmo das eleições passadas.

De acordo com os números do TSE, foram eleitas 44 deputadas federais e 136 deputadas estaduais e distritais. Assim, a presença feminina na Câmara Federal permanece a mesma, visto que em 2006 foram eleitas 45 deputadas. Isso porque o TSE deferiu mais uma candidatura feminina no Rio Grande do Sul, devendo somar-se às 44 citadas acima. Pelo menos nas Assembleias Legislativas e a Câmara Distrital, aumentou um pouco o número de deputadas. Nas últimas eleições de 2006, 123 mulheres foram eleitas, 13 a menos que em 2010.

Mesmo com as mudanças diárias nos dados, devido a julgamentos ainda sendo realizados pelo TSE, o percentual nacional de deputadas federais deve permanecer próximo aos atuais 9%.

Vale a pena destacar a participação feminina relativa às regiões do país. Seria de esperar que o sul e sudeste, por terem nível de escolaridade maior, fossem mais sensíveis à questão de gênero na política. Mas quem deu a lição foi a região norte. Lá, a bancada feminina federal foi de 15,9% do total de eleitos pelos estados do região, contra apenas 8% do sudeste e 6,5% do sul.

Fica aí a dica para quem quiser conhecer melhor a questão da mulher na política brasileira. Aqui na Voz do Cidadão preparamos um link para o site Mais Mulheres no Poder, que tem várias informações sobre a performance da cidadania feminina nestas eleições de agora.

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