A pobreza do debate

Nem começou ainda o período de campanha eleitoral e a corrida à Presidência é tocada a ritmo cada vez mais quente pelos chamados “pré-candidatos”. Vale lembrar que, segundo a lei eleitoral, a campanha política só poderá começar no dia 6 de julho e que, antes disso, estão previstas punições como multas e perda de espaço em horários gratuitos dos partidos.

Pois bem, nossos virtuais candidatos já estão andando para cima e para baixo desfilando seus programas de governo, críticas e ataques mútuos. Infelizmente, temos ouvido falar muito de problemas e propostas de curto prazo, como a continuidade desta ou daquela política de governo, do bolsa família, do PAC ou de qualquer outro programa. Quando o que interessa ao cidadão eleitor são as políticas públicas de Estado.

É o caso, por exemplo, de temas realmente importantes, como a questão do próprio Estado e uma reforma política de fato, e que compreenda itens como o voto distrital, o chamado ”recall” político”, o voto facultativo, o financiamento público de campanhas e outros.

Estas são questões substanciais e urgentes para o país, e por isso mesmo são fundamentais para uma correta avaliação de candidaturas. A mídia e a sociedade devem cobrar de cada um deles um posicionamento claro e firme diante de questões dessa relevância.

Enquanto são deixadas de lado, o que se revela apenas é a falta de qualidade do debate público, sua mera fulanização, travestida de um plebiscito do tipo “sou contra ou a favor do governo”, o que mais confunde de que prepara os cidadãos para o exercício cívico do voto.

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