A demagogia nas campanhas eleitorais e a realidade socioeconômica

A demagogia nas campanhas eleitorais e a realidade socioeconômica</strong

Cabe aos cidadãos mais conscientes e atuantes fazer a sua parte e apoiar as instituições de Estado na fiscalização e na cobrança do correto planejamento e aplicação dos orçamentos para as políticas públicas. Sempre falamos desse tema aqui. Hoje, diversos movimentos, alguns oriundos das redes sociais, buscam incentivar outros cidadãos ao controle social do que autoridades, políticos e gestores públicos fazem com os recursos públicos.

Mas é importante ficar de olho. Como o tema do combate à corrupção parece ter virado moda nesta corrida eleitoral – todo mundo se declara a favor e muita gente se diz um dos criadores da Lei da Ficha Limpa – dois dos mais atuantes e respeitados movimentos da cidadania divulgaram importantes notas sobre as campanhas eleitorais para outubro.

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Os coordenadores dos Fóruns Permanentes de Combate à Corrupção e da campanha “O que você tem a ver com a corrupção?” acabam de divulgar nota pública avisando que decidiram evitar a sua participação oficial em passeatas, marchas e outros atos públicos similares (como os que já estão sendo programados para o dia 7 de setembro, por exemplo). Também em nota, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral – MCCE esclarece que não toma parte de nenhum partido político bem como de nenhuma coligação partidária, e que não apoia nenhum candidato, nem faz listas de políticos com ou sem “Ficha Limpa”.

Estes exemplos são um verdadeiro alerta contra a demagogia de nossos políticos e mostram o quanto as instituições no país precisam avançar. Não é para menos que ocupamos a quarta pior posição no ranking de desigualdade divulgado esta semana pela ONU-Habitat, o programa sobre assentamentos urbanos da ONU. No que se refere à diferença entre ricos e pobres, o Brasil consegue estar atrás de países com economias menores e situação política mais desfavorável, como a Bolívia, o Paraguai e até mesmo a Venezuela de Hugo Chavez.

Para um país que figura entre as seis ou sete maiores economias do mundo, e que tem sua presidente como a terceira mulher mais influente do planeta, essa constatação da ONU é mais uma a revelar o quanto ainda temos a avançar. Não podemos nos esquecer que em outros índices – como o IDH, o de percepção da corrupção, e os da Educação em todos os seus níveis – também temos desempenhos decepcionantes. Segundo o economista Marcelo Neri, da FGV, “o Brasil tem tido queda consistente na desigualdade nos últimos 12 anos”. Bom, mas ainda falta muito para um país que tem um dos maiores tráfegos aéreos de jatos particulares e abriga lojas de grife de alto luxo nas suas maiores cidades.

Aqui na Voz do Cidadão publicamos a pesquisa da ONU (em espanhol) para vocês analisarem o que ainda precisamos avançar. Colocamos também a íntegra das notas públicas dos Fóruns Permanentes de Combate à Corrupção e do MCCE.

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