A bandeira brasileira não é vermelha

Boa noite ouvintes! Mesmo uma semana depois das manifestações do último dia 15, o tema não sai dos noticiários nacionais e internacionais. Não importa se no domingo a adesão foi de três milhões ou pouco menos de dois milhões de pessoas. O que foi demonstrado de forma contundente é que os cidadãos mais conscientes e atuantes não confiam mais na figura da presidente e muito menos no seu partido.

 

Isso se revelou de forma especial numa das palavras de ordem mais ouvidas na Avenida Paulista: “Nossa bandeira jamais será vermelha“. Há tempos que esse jogo de cores tem uma grande importância na vida política nacional.

 

Desde a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, ainda em 1964, já se repudiava o vermelho das esquerdas. Mais tarde, nas campanhas das Diretas Já, os que sonhavam com a democracia foram às ruas vestidos do verde e amarelo da bandeira nacional. No processo de impeachment do presidente Collor, ficou famoso o episódio em que as pessoas se vestiram de preto e foram às ruas, contrariando a convocação do então presidente para que vestissem verde e amarelo. Foi como se estivessem dizendo: “Com que moral achas que pode usar o verde e amarelo?“. Logo depois desse “recado”, os estudantes “caras-pintadas” começaram a cobrir o rosto com faixas verdes e amarelas.

 

E agora, domingo passado, foi impressionante o mar verde e amarelo que tomou conta de todas as capitais do país e centenas de outras cidades, contra o tímido vermelho dos radicais do MST e da CUT da sexta-feira anterior, a soldo de diárias, vales transporte e refeição.

 

Em todas essas circunstâncias, o verde e amarelo venceu, mostrando que a sociedade se mantém atenta e apóia o país, o interesse público e os valores da moralidade pública. E não a interesses político-partidários escusos e sombrios, ou meramente ideológicos e eleitoreiros.

Só para lembrar a todos, “elite” significa “os melhores da sociedade”, e não necessariamente os mais ricos ou poderosos. São aqueles que têm consciência da importância da participação ativa no processo político. São aqueles procuram se informar, e que prezam pelos valores mais caros à cidadania, como o respeito às leis, a garantia da vida, das liberdades civis e da propriedade, o cumprimento da palavra empenhada dos contratos e a valorização da Justiça.

A insistência dos governantes de plantão num discurso já desgastado e na apresentação de propostas velhas ou já descartadas pela sociedade, que não tramitam no Congresso e só vão gerar mais reações. Engana-se quem acredita que as manifestações vão parar.

 

Nas manifestações de domingo passado, todos fomos elite, sim. Os milhões de cidadãos brasileiros que saíram de verde e amarelo nas ruas clamam por rumos e não propriamente por panelas cheias. Ainda.

Deixe um Comentário

Você precisa fazer login para publicar um comentário.