Vereador Fernando Gusmão

Falamos aqui no nosso último
boletim sobre as denúncias de nepotismo
na Câmara de Vereadores do Rio de
Janeiro. Mas parece que os costumes políticos
no Brasil, enfim, estão mudando.
Vários cidadãos eleitores
se manifestaram. E dos nove vereadores recém
eleitos que estavam a nomear parentes para
seus gabinetes, pelo menos um voltou atrás.
Exatamente o presidente escolhido para a
mesa diretora da casa, vereador Ivan Moreira,
que desistiu de nomear o enteado para chefe
de gabinete e também, segundo a matéria
do Globo, desistiu do argumento esfarrapado
de que antes de ser parente, o enteado era
um profissional qualificado.

Sustentamos que se trata de um falso argumento,
uma vez que o que não falta no Brasil
é funcionário público
concursado, qualificado e competente, bastando
para isso requisitá-lo, ao invés
de nomear parentes. Pois o que não
pode haver na administração
pública não é apenas
qualquer irregularidade, mas sequer a simples
suspeita de irregularidade, uma vez que
a gestão pública é
sempre credora da fé pública.

O caso do recém eleito prefeito do
município de Búzios, sr. Toninho
Branco, que nomeia o próprio filho
e a própria mulher respectivamente
como secretários de esportes e promoção
social, é inadmissível sob
o ponto de vista ético e moral, muito
embora o prefeito argumente que não
é ilegal. Quando todos sabemos que,
mesmo que fosse legal, não seria
necessariamente ético.

Neste sentido, vale o registro aqui da iniciativa
do vereador Fernando Gusmão, como
exemplo de prática política
de cidadania, quando deu entrada na câmara
dos vereadores do Rio de Janeiro num projeto
que cria restrições à
contratação de políticos,
não apenas no âmbito do legislativo,
como para os membros do poder executivo
municipal, prefeito, vice-prefeito, secretários
e subsecretários e até mesmo
os conselheiros do Tribunal de Contas do
município.

Se o direito de votar é a grande
expressão política do cidadão
eleitor, o dever de controlar os mandatos
dos eleitos é maior ainda. Usem,
pois, o Decálogo do Político
Cidadão (clique aqui) da nossa Voz
do Cidadão para cobrar os compromissos
de campanha de seus candidatos eleitos.

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