Troque um parlamentar por 344 professores

Recebemos aqui no nosso portal uma dessas apresentações que circulam pela internet. Como o tema é a educação, vale a pena divulgar aqui a sua idéia básica.

O autor, que se assina apenas “um professor de física do interior da Bahia”, declara que recebe apenas R$ 650,00 de salário e que está indignado com o quanto nossos parlamentares custam anualmente aos cidadãos, cerca de 10 milhões de reais. Sem dúvida, nossos políticos estão dentre os mais bem pagos do mundo, como já foi amplamente divulgado pelos meios de comunicação.

Em meio à sua indignação, o professor sugere uma campanha em nível nacional. Fazendo as contas, ele sugere a campanha “Troque um parlamentar por 344 professores”, pois, somente assim, a carreira poderia dar aos seus membros condições de vida e de trabalho à altura de sua importância.

Que a educação é hoje um dos nós para o crescimento do Brasil, isso não se discute. No entanto, antes até da educação formal, o que colocamos como ponto nevrálgico é a falta de responsabilidade dos homens de bem que se omitem da vida política, e dos próprios governantes que possuem uma visão esquerdista do papel social do estado. E, assim, não consideram que, para além da simples prestação de contas, é a consciência de cidadania o instrumento fundamental de superação de nossas mazelas. O resultado é o círculo vicioso de não termos uma educação de qualidade por que não temos uma elite participando da vida política. E não temos uma elite participando da vida política do país por que não temos educação política suficiente para discernir entre opinião pública e interesse público.

Parlamentares como Cristóvam Buarque e outros têm a exata medida dessa importância e pautam sua luta política pela conscientização sobre a questão. Agora mesmo, foi aprovado na Comissão de Educação da Câmara Federal um projeto que prevê um piso salarial de R$ 950,00 para professores em todo o país, já para janeiro de 2008. Com relatoria do deputado Severiano Alves (BA), o projeto é uma emenda à lei do Fundeb, que não mencionava originalmente o piso salarial para a categoria. Agora segue para a Comissão de Constituição e Justiça e, caso aprovado, vai direto para o Senado sem precisar passar pelo plenário da Câmara.

Algumas questões ainda estão pendentes e ser mais discutidas -se o piso é suficiente ou não, se vai acabar virando um “teto” e não um piso, se a carga horária não será claramente estabelecida – mas o fato é que o tema da educação começa a envolver mais parlamentares.

Cabe à cidadania dar a sua opinião e se manifestar, pressionar seus políticos e ampliar o debate. Afinal, se ao menos alguns poucos políticos têm marcado seus mandatos com compromissos claros com a educação pública de qualidade, façamos deles os representantes maiores dessa cidadania mais ativa e consciente.

Aqui na Voz do Cidadão vocês podem ler a íntegra do interessante artigo do professor baiano, intitulado “Troque um parlamentar por 344 professores”, e participar do debate.

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