Se os políticos não se mexem, a cidadania já começa a pedir a renúncia de Sarney

Já estava até demorando. De um lado, temos essa verdadeira tsunami de escândalos que varre o nosso Senado Federal e em especial o presidente da casa, o senador José Sarney. De outro, a impressionante – para não dizer suspeita – apatia dos seus pares em exigir a sua renúncia.

Diante disso, a sociedade civil, organizada ou não, começa a dar início à sua luta de cidadania e a organizar por conta própria, vários movimentos de repúdio a essa absurda situação que vive o Senado. Principalmente o protagonista das mais recentes denúncias, José Sarney.

E, mais uma vez, a internet reafirma a sua vocação de ser um espaço democrático de manifestações. Já são vários os blogs e sites que se posicionam contrários à permanência de Sarney na presidência. E um dos mais recentes, o www.forasarney.com, se utiliza de ferramentas modernas de comunicação, como o serviço twitter, para lançar seus manifestos a um grande número de internautas. O Fora Sarney, além de um serviço que permite ao próprio visitante escrever e enviar seu protesto, publica um manifesto engraçado e irônico contra o estilo do político. Um estilo frequentemente chamado de patriarcal, oligárquico, senhorial ou feudalista, e que deveria ser apenas uma ficção em pleno século XXI, mas infelizmente é bem real. Isso sem falar em sites de relacionamento, como o Orkut, onde comunidades como Xô Sarney e Fora Sarney já somam milhares de seguidores.

Mas o que a sociedade civil pode fazer de concreto para fazer valer a sua opinião? Primeiramente, é preciso entender que a plena cidadania funciona através da pressão de grupos que possuem os mesmos objetivos. E que esses grupos não precisam ser necessariamente as grandes entidades ou associações. Uma associação de moradores, uma cooperativa ou um pequeno sindicato são bons começos e representam um fundamental exercício de plena cidadania.

Outro ponto importante é o apoio aos procuradores, controladores, auditores e analistas fiscais – que investigam denúncias de fraudes e prestam assessoramento ao ministério público através de instituições como os Tribunais de Contas. Além disso, as campanhas de “Ficha Limpa”, organizadas pelas mais atuantes entidades de classe também precisam do apoio e adesão de todos nós.

Mas o mais importante é que cada um de nós precisa se conscientizar de que, não pagamos somente as contas das falcatruas com o dinheiro público. Afinal, ainda pagamos os 40% de carga tributária, os serviços que os governos não oferecem – como saúde, segurança e previdência – e ainda contribuímos para ações de solidariedade, filantropia, asilos, creches e programas de assistência social.

Pois temos o dever de fiscalizar e ficar de olho. E o direito de sermos ouvidos quando cobramos transparência e boa aplicação dos recursos, seja através da internet, da mídia ou por que meio for.

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