“Quebrando o tabu”, de Fernando Grostein Andrade

“Quebrando o tabu”, de Fernando Grostein Andrade

O lançamento este mês do documentário “Quebrando o tabu”, de Fernando Grostein Andrade, vem lançar luz para o complexo problema das drogas no Brasil e no mundo. O documentário tem como âncora o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ladeado por figuras nacionais e internacionais importantes, como os ex-presidentes americanos Bill Clinton e Jimmy Carter, o ex-presidente da Colômbia Cezar Gaviria e o médico Dráuzio Varella.

Trata-se de uma excelente oportunidade de evolução do debate público para diversos segmentos sociais, como jovens, pais, professores, médicos, juristas e legisladores, bem como a sociedade como um todo, para que se inicie uma conversa franca e livre de preconceito. Em sua narrativa, o diretor Fernando Grostein Andrade inventaria as principais experiências em vários lugares do mundo. O caminho escolhido foi o diálogo com jovens locais e profissionais que se dedicam a tratar a questão das drogas de forma mais humana e eficaz do que as propostas na chamada “guerra às drogas”. Declarada pelos Estados Unidos há 40 anos, essa guerra já desperdiçou, só naquele país, mais de um trilhão de dólares sem resultados satisfatórios.

Pois este é um filme fundamental, na medida em que pode abrir as portas também para tantos outros debates de questões tão moralmente polêmicas como o aborto e a eutanásia, para além da união civil homoafetiva. E principalmente para a questão da liberdade de escolha, o chamado “livre arbítrio” e que somente pode ser garantido pelo maior grau de informação e educação dos cidadãos.

Esses debates que infelizmente não têm sido encarados de maneira democrática pelo atual sistema político brasileiro. Afinal, por conta de uma reforma política nunca enfrentada, nossa representação é sempre pior do que a média dos cidadãos eleitores. Assim, não há esperança de se mudar o sistema político se não por iniciativa das próprias elites da sociedade, e que não são necessariamente as elites econômicas. É preciso a união da vanguarda da cidadania em torno de pontos fundamentais de reforma para que sejamos representados pelo melhor e não pelo pior extrato de nossa sociedade.

Vale a pena conhecer o trabalho da Iniciativa Latinoamericana sobre Drogas e Democracia, até mesmo para compreender que esta é uma questão que a cidadania planetária deve enfrentar com a mesma urgência das questões ambientais que tanto espaço ocupam na mídia.

Conheçam também o novo manifesto da organização Avaaz pedindo à ONU uma revisão da política mundial contra drogas, e que já conta com perto de 700 mil assinaturas. Participe você também destes debates!

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