Pesquisas revelam o que o brasileiro sente sobre corrupção e insegurança

Pesquisas revelam o que o brasileiro sente sobre corrupção e insegurança

Duas pesquisas recentes, da Transparência Internacional e outra do IBGE, vieram mostrar de maneira bem clara como anda a percepção do brasileiro sobre a sua qualidade de vida nas cidades.

Para o Barômetro Global da Corrupção, da Transparência Internacional, é grande o número dos brasileiros que consideram insuficientes os esforços dos governos no combate à corrupção. Diante da pergunta “nos últimos 3 anos, como ficou o nível de corrupção em seu pais?” , 9% responderam que ela diminuiu, 27% disseram que ficou na mesma e nada menos que 64% acreditam que a corrupção aumentou. Na média final, 54% dos brasileiros acham que a corrupção está vencendo essa “batalha”.

Já o IBGE divulgou semana passada sua pesquisa “Características da Vitimização e do Acesso à Justiça no Brasil”, como parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009. Segundo o IBGE, 47,2% dos cidadãos não se sentem seguros em suas cidades. E mais, dentro de suas próprias casas, 21,4% sentem-se inseguros.

Do ponto de vista da cidadania, é preciso reconhecer a íntima relação, no Brasil, entre a violência urbana e a violação legal, sobretudo a de governantes e políticos que deveriam ao contrário ser os primeiros a dar o exemplo, como agentes da lei.

A fundamental cobertura dos fatos pela mídia também acaba contribuindo para essas sensações dos brasileiros. Não é à toa que os dois Estados em que a sensação de insegurança é maior são justamente o Pará (63% dos cidadãos) e o Rio de Janeiro (57,7%). Estes Estados têm recebido muita atenção na mídia com matérias sobre ocupação de favelas, desmatamento ilegal, assassinatos por posse de terras e outros delitos graves.

Cabe aqui ressaltar um aspecto importante desta questão. Uma coisa é o aumento da corrupção ou da insegurança. Outra é o aumento da percepção que o cidadão tem sobre esses temas. O fato de que esses dois assuntos passaram a ocupar mais espaço na mídia é consequência direta da maior disposição de combate a essas questões por parte dos agentes de Estado, principalmente aqueles dedicados à fiscalização, controle e ação judiciária, como os Tribunais de Contas, o Ministério Público, a Controladoria-Geral da União e a Advocacia-Geral da União. O que não significa necessariamente um aumento real, generalizado, da corrupção e insegurança.

Cabe a nós, cidadãos mais informados, nos engajarmos numa grande campanha de resgate de nossa auto-estima de cidadania, para tornar realidade de vez no imaginário social a antiga máxima do “crime não compensa”.

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