Movimento de boicote ao IPTU continua

Amplamente anunciada em todos os meios de comunicação, a idéia de boicote ao pagamento do IPTU no município do Rio de Janeiro ainda merece comentários.

Esta semana, o prefeito Cesar Maia divulgou uma redução de 7 milhões de reais na arrecadação do tributo, o que gerou ainda mais polêmica. Segundo especialistas, considerando-se o reajuste no imposto e a redução do desconto para a cota única, na verdade a arrecadação diminui em cerca de 30 milhões de reais, um valor bastante significativo para qualquer prefeitura.

Pois ainda mais significativo e exemplar é o valor político do movimento de boicote ao IPTU capitaneado por quase 20 associações de bairros em toda a cidade. Ao enfrentar o que consideram descaso com o patrimônio dos cidadãos, ineficiência de gestão e falta de transparência do poder público local, a cidadania consciente indica para outros municípios em todo o Brasil que é possível, sim, demonstrar sua insatisfação e pressionar para que suas reivindicações sejam consideradas. Já existe até um movimento, o “IPTU – Não pago. E daí?” que ainda esta semana promoveu uma grande manifestação na zona norte da cidade.

Mas é necessário que os cidadãos entendam que embora o motivo seja justo, não se justifica o “calote” de um imposto que é usado para todos. Muito menos o pagamento em atraso, só depois das eleições, pois os juros decorrentes trazem ainda mais prejuízos para cada um.

O que seria interessante, tanto do ponto de vista da pressão da cidadania quanto pelo lado econômico, seria o pagamento parcelado. Ao pagar através de cotas mensais, o cidadão pagador de impostos opta por um protesto legal, sobre o qual não incide nenhuma multa ou sanção penal. E que tem o mesmo efeito políticos de mostrar am âmbito nacional o quanto os cidadãos de uma cidade estão insatisfeitos com sua administração municipal.

Fica aqui a sugestão da Voz do Cidadão para aprimorar esse instrumento de manifestação da cidadania que provou, no Rio de Janeiro, ser forte o suficiente para unir os cidadãos de todas as classes sociais.

Afinal, o acompanhamento de mandatos, políticos e orçamentos públicos é a espinha dorsal da cidadania, que não deve nunca ser deixada em segundo plano. Participe!

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